Golpes bilionários, Kari Nars


Ao longo de nossa história, vigaristas financeiros sem escrúpulos tornaram-se mundialmente reconhecidos pelos golpes bilionários aplicados em vítimas ingênuas. O especialista em finanças Kari Nars analisa nesta obra as 10 mais extraordinárias fraudes financeiras da história, examinando a natureza e os métodos de trabalho dos fraudadores destes grandes golpes. Que tipo de homens eles são realmente? Quais foram suas linhas de pensamento? Como conseguem enganar milhares de pessoas ricas e inteligentes? Qual o padrão de pessoa mais suscetível para se tornar vítima de manobras desse tipo? Essas e outras questões são respondidas nesse livro fascinante.


Com currículos recheados de golpes, os dez fraudadores reunidos citados no livro mesclavam criatividade, charme e algum conhecimento de finanças. Mas o que aumentava mesmo o número de vítimas eram as ofertas de ganhar muito dinheiro -apesar do lucro resultar de esquemas de investimento difíceis de entender. A ausência de informação, aliás, era um trunfo para esses criminosos.


 Mesmo sem adotar um critério claro para selecionar os golpes, o escritor Kari Nars, ex-diretor do Banco Central da Finlândia, pinça casos ora significativos pela grandiosidade ora por inaugurarem novas modalidades de fraudes. No mesmo balaio, coloca o checo Victor Lustig, que vendeu a Torre Eiffel em 1925, (Ele exigiu sigilo absoluto dos seis comerciantes parisienses a quem ofereceu um grande lote de ferro velho – nada menos que a Torre Eiffel. Mais tarde, Lustig mostraria sangue-frio ao tentar lesar até o gângster Al Capone, de quem obteve US$ 50 mil para multiplicar na bolsa. Ao perceber que não teria sucesso, foi prudente o suficiente para, com lágrimas nos olhos, devolver o dinheiro. Um comovido Capone brindaria Lustig com US$ 5 mil, como prêmio pela honestidade.) e e crimes financeiros como os de Bernard Madoff.


 O mais engenhoso dos golpes ocorreu na Europa, de 1821 a 1834. Após voltar de uma expedição à América, o general escocês Gregor MacGregor (1786-1845) convenceu os ingleses de que governava um país chamado Poyais, no Caribe. O lugar não existia, mas o status de monarca alçou MacGregor à corte do rei George 1º.  Vendeu terras na região fantasma e até conseguiu empréstimos para financiar sua colonização. Depois de os "colonos" reclamarem seus investimentos, informou estar de mãos atadas: Poyais havia se tornado um Estado independente.  Depois de descoberto na Inglaterra, abriu embaixadas de Poyais na França e ainda vendeu títulos falsos de propriedade na Escócia.


 Já a fraude em torno da britânica South Sea Company é apresentada como a precursora das "bolhas". Em 1720, os executivos da South Sea forneceram informações falsas sobre os negócios com a América do Sul, emitiram e compraram grandes volumes de ações, além de entregarem os papéis a parlamentares e ministros para que propagandeassem o falso bom desempenho da companhia. Com isso, elevaram o preço dos papéis de 130 libras para 1.050 libras. Autoridades como Newton, vários ministros e o próprio rei George I (1714-1727) foram brindados com participações na empresa a preços camaradas, uma antecipação longínqua das opções de ações. Milhares de incautos com dinheiro para apostar congestionavam as apertadas tabernas da Exchange Alley, onde os negócios eram fechados. As ações despencaram quando foi descoberto que os diretores vendiam enormes volumes enquanto incentivavam acionistas a aumentar seu capital na empresa.


 Apesar de as histórias de como os golpistas enganaram tanta gente por tanto tempo serem o atrativo principal do livro, Nars força o leitor a percorrer outros assuntos, como o que faz de uma pessoa um criminoso.


 Para ilustrar o fim dos fraudadores, Nars parafraseia o ex-presidente americano Abrahan Lincoln: é impossível enganar todo mundo para sempre. O que não é preciso, pois, segundo mostram as histórias, basta enganar as pessoas certas por algum tempo.


GOLPES BILIONÁRIOS


 AUTOR Kari Nars


 EDITORA Gutenberg


 TRADUÇÃO Pasi Loman e Lilia Yuri Loman

Um comentário

  1. Não sei bem se leria este não.... não me prendeu. Mas também não é descartável. XD

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