Lendo com a Dani: Anna e o Homem das Andorinhas, Gavriel Savit

Cracóvia, 1939. Anna tem apenas sete anos quando seu pai, professor de linguística, é levado por soldados alemães. Ela então encontra o homem das andorinhas, uma figura misteriosa que, assim como seu pai, é capaz de se comunicar em vários idiomas, até na língua dos pássaros. Sem nada a perder, a garota decide segui-lo. Mas num mundo em guerra, tudo se prova muito perigoso. Até o homem das andorinhas.



Anna e o Homem das Andorinhas (Anna and the Swallow Man)
Autor: Gavriel Savit
Fábrica 231 (2016)
272 páginas



Um livro escolhido ao acaso. Com uma história de esperança em meio ao cenário da Guerra. Vista pelos olhos de uma criança inocente.



Cracóvia em 1939, início da Segunda Guerra Mundial. Porém a jovem Anna com apenas sete anos não sabe do que acontece fora de sua casa, seu pai tenta a todo custo mantê-la longe das atrocidades.



O sr. Lania é professor na Universidade de Cracóvia e sua paixão são os diversos idiomas, ele domina muitos e ensina à filha cada um deles, ela os domina bem.

O que Anna nunca esperaria é ficar sem seu pai. Ao sair para o trabalho Lania não fazia ideia de que jamais tornaria a ver sua filha.

Imaginem minha revolta ao ver como trataram a garota. Um farmacêutico se apieda dela, mas não conta o que houve com o pai dela e por fim lhe abandona a própria sorte.

Meu coração partiu ao imaginar a garotinha sentada diante da porta de casa esperando o pai chegar e ninguém, nenhum dos vizinhos, sequer chegar perto para saber o que houve.

E com isto o autor me fez aterrissar de que em época de guerra eram raros atos de bondade.

Certa de que seu pai vem buscá-la, Anna retorna até a farmácia e então se depara com um homem alto e assustador que no entanto demonstra curiosidade sobre uma garotinha sozinha na rua.

Mas então Anna não consegue articular nenhuma resposta, mesmo sabendo falar em russo, alemão, francês e ídiche. 

Ainda assim o homem bem vestido mostra generosidade e além de lhe dar um doce, atrai uma bela andorinha.

Anna fica encantada com o pássaro e mais ainda com a habilidade do estranho em falar com os pássaros.

Numa esperança ingênua ela o segue e começa a saga de Anna e o Homem das Andorinhas.



Então vocês devem pensar: ela contou toda a trama.

Engano de vocês.

Gavriel Savit tem uma narrativa tão fluida, clara, ágil e repleta de ensinamentos. Uma variedade de sentimentos afloram ao acompanhar a história que ele conta.

Por vezes sorri, em outros momentos fiquei à beira das lágrimas. E quando imaginei que nada me surpreenderia mais ele tirou uma carta da manga e me deixou confusa, questionando o que realmente aconteceu. Seria realidade ou fantasia?

Ao longo da trama, mesmo que curta, o autor nos mostra o amadurecimento de Anna, a crescente ligação entre ela e o homem das Andorinhas.

O que mais gostei foi a maneira floreada que o homem das Andorinhas explicou o que estava acontecendo no mundo. Para não assustar demais a menina ele conta que Lobos e Ursos estão numa briga territorial.



A imaginação da garota voa, e isso acreditem é muito bom para dosar o peso do que ele conta.

Gostei demais dos personagens. Anna e sua inocência, a ingenuidade, a confiança nos adultos, a certeza de que por mais assustador que seu novo amigo seja, ele irá lhe proteger.

O homem das andorinhas por sua vez nos deixa curiosos sobre seu caráter, ele é bom ou mau?

Ao longo da narrativa o autor nos faz ter algumas certezas e deixá-las para traz. O que foi muito bom. Sei que Anna acaba tendo uma atitude que me deixou feliz e triste, pois ali ficou claro o que ela realmente sentia e pensava. Algumas vezes  pagasse um preço alto demais. Especialmente em tempos de Guerra.

Adorei a arte. Cada início de capítulo tem uma ilustração e o nome do título.





Anna e o Homem das Andorinhas é um livro que você lê numa tarde, e que apesar do horror da Segunda Guerra Mundial você verá que a esperança e a imaginação são boas amigas para manter a sanidade e fazer com que continue em frente, em busca de um futuro incerto.

A editora está fazendo um lindo trabalho de divulgação:


O que o futuro reserva para estes dois desconhecidos?


O que me dizem? Leram ou lerão?

As imagens com logo da Fábrica 231 estão na fanpage da Editora Rocco.





6 comentários

  1. Gostei muito da resenha.
    Interessante o tema descrito no livro, achei o enredo pelo que foi descrito bem promissor.
    Eu gosto bastante de livros que São narrados em períodos de guerra, é muito triste. Mas sempre acaba me atraindo.
    Espero gostar de desfrutar dessa leitura.
    Boa Tarde.

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    1. Oi Marlene, também não entendo meu fascínio por livros com relatos de guerra, maaas esse tem um toque de inocência e é mais contido de forma que sabemos que o momento é horrível de maneira amena.
      Espero que possa ler e goste. =)
      Obrigada.

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  2. Eu tenho uma amiga que gostou muito desse livro e ela adora recomendar pras pessoas e por mais que eu nao seja fã de livros com retratos de guerra eu acho que vale a pena dar uma chance ao livro, eu vejo que foi uma leitura que não foi espetacular mas também não foi aquele livro que voce ler e já parte pra outro, exige um pouco de reflexão. Eu quero ler esse livro, nao agora mas quem sabe em outro momento.

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    1. Rissia, este livro é encantador á sua maneira, gostei muito de ter lido e posso dizer que com oportunidade eu o releio.

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  3. Curioso o fim da sinopse, já imaginei um maníaco com a garotinha, vai saber. Acho esses livros muito pesados e me admira que você tenha colocado como um livro "para se ler em uma tarde". Sei que seria spoiler mas fiquei curiosa com as meias informações que você deu sobre as atitudes dela e o que acontece.

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    1. Amanda, li em menos de duas horas... ele tem um toque suave sobre os fatos, como uma espécie de fábula/conto, com pessoas "reais" e fatos bem reais também.
      Obrigada

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