Meia Guerra, Joe Abercrombie

Apenas meia guerra é travada com espadas.
A outra metade é travada com palavras.
A princesa Skara vê todos os que ama morrerem na sua frente e o seu palácio ser consumido pelas chamas. Tudo o que lhe resta são palavras... Mas palavras podem ser tão letais quanto armas. Disposta a se vingar, ela enfrenta seus medos e aguça a inteligência, indo atrás de pai Yarvi.
O ministro de Gettland já percorreu um longo caminho desde a escravidão, fazendo aliados entre antigos rivais e estabelecendo uma paz instável. Porém, agora, a cruel avó Wexen arregimenta o maior exército desde que os elfos guerrearam contra a Divindade Única e põe Yilling, o Brilhante, como seu comandante – um homem que venera apenas a Morte.
Skara pode ser a peça que faltava para forjar de vez a aliança entre Gettland e Vansterland, alicerçada na fortaleza de seus antepassados, pronta a enfrentar a fúria do Rei Supremo. Nessa guerra, ela contará com o apoio de uma ministra inexperiente, mas leal, e de um matador imprudente que espera superar fantasmas de antigos conflitos sangrentos.
Neste último episódio da série Mar Despedaçado, finalista do British Fantasy Awards, Skara e Yarvi lideram a grande e aguardada batalha rumo a um desfecho inimaginável.
Meia Guerra
Mar Despedaçado #3
Ano: 2018 
Páginas: 368
Idioma: português 
Editora: Arqueiro

 Esse mês esta meio estranho, muitas séries finalizadas. Geralmente, a gente passa tanto tempo esperando o lançamento dos livros finais daquelas séries que mais amamos (E ai George R. R. Martin? Cadê meu sexto livro de GOT?) que, quando a gente finalmente os tem em mãos, chega bate aquele sentimento de perda.

No entanto, neste quesito, a editora Arqueiro está mais que de parabéns. Nos últimos anos ela vem lançado obras de grandes nomes da literatura internacional e, não bastando, tem feito isso de forma rápida e eficiente.

Minha gente, foi outro dia que eu li Meio Rei (primeiro livro da trilogia, cuja resenha você pode ler aqui) e já tenho em mãos o último livro da série e, inesperadamente, esse capítulo final da trilogia acabou sendo o melhor de todos.

Pois bem, a trilogia do Mar Despedaçado foi pensada, claramente, para atingir um público mais jovem, um público que tem interesse em começar livros de fantasia, mas que tem medo dos tijolões e séries infinitas (o que, vamos combinar, é a realidade).

Nesse sentido, Joe Abercrombie (um gigante da fantasia atual), idealizou essa série, que, supostamente, é simples (vai olhar os tijolões que são os livros dele) mas que, na realidade, acaba por se consagrar como uma trilogia criativa e, até certo ponto, com uma história complexa, para um público/leitor mais jovem.

Antes de tudo, o que você tem que entender sobre essa série é que ela é uma história sobre uma jornada de autoconhecimento e de autoafirmação. Uma série onde minorias e rejeitados de uma sociedade baseada na força física, descobrem (e jogam na cara do mundo) o seu verdadeiro valor.

No primeiro livro temos um jovem príncipe com limitações físicas devido às suas deficiências, e no segundo, uma menina guerreira no meio de uma sociedade machista.

Nesse terceiro livro lidamos com uma princesa, alguém supostamente poderosa (por sua posição social) mas que não possui voz em seu mundo violento, alguém que descobre a força que o jogo de palavras pode ser mais eficiente e mortal que uma disputa de espadas. É complicado explicar a história desse livro sem dar spoilers por conta das constantes reviravoltas que acontecem, mas vamos tentar.

E é em Skara que reside o grande triunfo desse livro. A história começa com a reviravolta que sua vida se tornou. Aos 18 anos, anos estes vividos de forma extremamente protegida, ela vê seu avô ser traído, apesar de seus esforços para restabelecer a paz com o Rei Supremo, ser morto e seu reino devastado. Aos 18 anos ela vê sua vida por um fio, sua própria existência um aborrecimento para os assassinos de seu avô.

Em busca de sua sobrevivência (e de vingança) e da reconstrução de seu reino, Skara é levada por um velho pirata para o reino de sua prima, onde começa a desenvolver e a descobrir sua habilidade com as palavras.

Esse terceiro e último livro tem como personagens principais, além da Skara, o Raith (um guerreiro feroz, viciado em adrenalina, fiel ao seu rei e guarda costas da Skara) e do Koll (que está em um dilema quanto a se tornar um ministro ou em desistir disso por amor), o aprendiz do Yarvi.

Eu sou uma bobona por romances, principalmente romances em livros de fantasia e, a forma que os relacionamentos foram tratados realmente atiçaram a minha curiosidade em saber como suas historias terminariam.

Aproveitando a deixa, os personagens antigos que aprendemos a admirar retornam também, apesar de o foco do livro não estar centrado neles, como é natural, é maravilhoso ter a oportunidade de revê-los e ver como suas vidas progrediram. Principalmente Yarvi, que começa a série como um príncipe inseguro, inocente e desvalorizado pelos próprios súditos, que vira rei, vira escravo, volta a ser livre, vira um ministro e agora se torna um eloquente e poderoso homem (um homem com vários tons, nem todos bons, que cruza algumas linhas que, na minha opinião, não deveriam ter sido cruzadas). Que jornada, que jornada!!!!

E vamos dizer aqui: Thorn é um dos meus personagens favoritos dessa série e eu gostaria que tivesse tido mais espaço nesse livro do que recebeu (BADASS aqui é a palavra chave haha).

Mas tudo bem também, porque ganhamos um novo personagem principal badass maravilhoso que é o Raith e eu meio que me apaixonei por ele (se tivesse um livro só dele, eu leria facilmente), principalmente pelas interações dele com a princesa.

Dizer que sou uma romântica irremediável é eufemismo e, por isso, de certa forma, eu não gostei inteiramente do final desse livro. Eu consigo entender como ele foi planejado e porque ele foi feito daquela forma (eu consigo até, em certos níveis, gostar dele), mas eu ainda sou uma boba que gostaria de um final um pouco mais feliz.

Mas vamos ser francos aqui, todas as histórias retratadas nunca foram e nunca tentaram ser felizes (até porque todos os personagens possuem vários tons). É uma serie sobre guerra, sobre vingança e sobre redescoberta pessoal e, nessa linha, uma serie que cumpre seu objetivo.

Quanto a edição do livro, ele segue o padrão dos anteriores da série, com a diferença que, na minha opinião, leva a capa mais bonita das três.

Meia Guerra é um ótimo final para uma boa trilogia e irá satisfazer os fãs da série e do gênero.

Ps: Eu sei que esse livro está classificado para jovens leitores, mas eu não recomendaria o mesmo para menores de 14 anos em função de cenas com violência e certas cenas com certo teor sexual.



2 comentários

  1. Acabei tendo conhecimento sobre esta trilogia tem um tempinho, mas ainda não tive oportunidade de ler nenhum dos livros e agora lendo a resenha do último livro, percebi que estou é perdendo muito tempo em não ler;/
    Amo o gênero, ainda mais quando o autor ou autora conseguem trazer personagens muito bem construídos e meio que um precisando do outro para existir.
    Adoro muito tudo isso!
    Mas parece ser um enredo muito bom e já vou por mais este na lista de desejados.
    Se descobrir por dentro, talvez seja este o ponto central de tudo.
    Beijo

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  2. Olá Tata!!!
    Eu diria que também amo um romance dentro das fantasias e quando é o casal que shippo, porque eu sou daquela que quando meus casais não estou juntos eu quero matar eles sim kkkkk
    Eu não conhecia a trilogia e fiquei aqui boba já paquerando a mesma, pois por saber que cada história traz um personagem diferente e um enredo me faz querer conhecer a mesma.
    Dica anotada e já vou adicionar a minha lista de livros que quero ler!!!

    lereliterario.blogspot.com

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