A Nuvem, Neal Shusterman
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No segundo volume da série Scythe, a Ceifa está mais corrompida do que nunca, e cabe a Citra e Rowan descobrir como impedir que os ceifadores que não seguem os mandamentos da instituição acabem com o futuro da humanidade.
Em um mundo perfeito em que a humanidade venceu a morte, tudo é regulado pela incorruptível Nimbo Cúmulo, uma evolução da nuvem de dados. Mas a perfeição não se aplica aos ceifadores, os humanos responsáveis por controlar o crescimento populacional. Quem é morto por eles não pode ser revivido, e seus critérios para matar parecem cada vez mais imorais. Até a chegada do ceifador Lúcifer, que promete eliminar todos os que não seguem os mandamentos da Ceifa. E como a Nimbo Cúmulo não pode interferir nas questões dos ceifadores, resta a ela observar.
Enquanto isso, Citra e Rowan também estão preocupados com o destino da Ceifa. Um ano depois de terem sido escolhidos como aprendizes, os dois acreditam que podem melhorar a instituição de maneiras diferentes. Citra pretende inspirar jovens ceifadores ao matar com compaixão e piedade, enquanto Rowan assume uma nova identidade e passa a investigar ceifadores corruptos. Mas talvez as mudanças da Ceifa dependam mais da Nimbo Cúmulo do que deles. Será que a nuvem irá quebrar suas regras e intervir, ou apenas verá seu mundo perfeito desmoronar?
A Nuvem
Scythe #2
Ano: 2018
Páginas: 496
Idioma: português
Editora: Seguinte
Eu não sei se vocês já perceberam mas, geralmente (com algumas poucas exceções), em trilogias, o segundo livro
tende a perder o ritmo da história narrada no primeiro para, então, pegar força
novamente no último volume.
A Nuvem quebra essa regra e
apresenta uma continuação extremamente digna de O Ceifador e me faz querer
colocar as mãos em todos os livros já escritos por Neal Shusterman.
Como muita coisa acontece no final
do primeiro livro e nessa sequência, eu vou tentar, tentar de verdade, escrever
uma resenha sem spoilers. Então, vamos lá.
Depois das coisas que aconteceram
no final de O Ceifador, Rowan (que no começo do primeiro livro era,
basicamente, um seguidor fiel) resolveu se rebelar contra a causa e caçar os
ceifadores corruptos, ganhando, para sí, um pequeno e charmoso apelido.
Foram raras as vezes onde um personagem conseguiu, depois de um começo turbulento, mudar a minha opinião e me conquistar da forma que Rowan fez. Rowan saiu de idiota mimado para badass rebelde e me fez desejar que suas cenas nesse livro fossem maiores.
Por outro lado, Citra, agora uma ceifadora
seguidora de regras, desenvolveu sua própria característica especial. Ela
avisa, com um mês de antecedência, as pessoas que vão morrer para que elas
possam organizar as coisas e se despedir dos entes queridos.
Ela ainda tem dentro dela a vontade de mudar a
ordem das coisas mas, diferente de Rowan, ela quer agir de uma forma mais
pacifista.
Além deles, novos personagens são apresentados, alguns bons e outros ruins.
Além deles, novos personagens são apresentados, alguns bons e outros ruins.
Nesse segundo livro ganhamos uma nova
narradora, a Nimbo-Cúmulo, uma inteligência artificial que é a responsável por
fiscalizar e garantir a segurança mundial. Sendo uma inteligência artificial é
bastante interessante, para o leitor, ser capaz de acompanhar o seu processo de
raciocínio e de desenvolvimento. O problema com a Nimbo é que a única
coisa que ela não pode controlar (os ceifadores), acaba por ser o maior perigo
para a humanidade.
E é aí que entra o Grayson, um
garoto que é, literalmente, normal. A única coisa um pouco fora da linha nele é
que, por conta de seus pais ausentes, ele acaba meio que sendo criado pela Nimbo
e, por isso, resolve ajudá-la a interferir em situações que estão fora do
limite dela.
Eu entendo que tem gente que goste
dele e, não é que eu desgoste desse personagem, mas eu, sinceramente, acho que
ele foi jogado no meio de uma história em andamento e acabou tirando, de uma forma
desnecessária, parte do foco dos outros personagens principais. Para mim, ele está lá, no meio do
livro fazendo uns negócios e é isso aí.
O que o povo queria mesmo (no caso,
eu) era MAIS PARTES COM O ROWAN, mas mesmo em um livro tão bom como esse, não
podemos ter tudo.
O mundo criado pelo Neal Shusterman
continua a me impressionar. Cheio de detalhes e, ainda mais expandido e
desenvolvido, é inegável contestar a riqueza de detalhes e a coerência dos
fatos narrados. Mais que nunca, para mim pelo
menos, fica claro a influência de alguns autores clássicos, entre eles Asimov,
na escrita de Neal Shusterman.
Novas discussões sobre as
organizações daquele mundo, em especial a dos ceifadores, são trazidas à tona
no meio de intrigas políticas inteligentes que dão ao livro um ar mais adulto.
Se tem uma coisa que eu amo em
livros de fantasia, além da fantasia em sí, essa coisa é uma boa e inteligente
intriga política. Game Of Thrones não é o que é por conta de dragões soltando
fogo por aí, mas pelas traições e diálogos inteligentes.
Só dizendo.
Agora, se existe um defeito nessa continuação,
esse defeito é o desenvolvimento do romance que começou no primeiro livro. Neal
Shusterman é claramente um grande e inteligente autor, mas eu realmente acho
que ele não sabe escrever romance. Para começo de conversa, essa
trilogia, sinceramente, não precisava de um romance para se manter e seguir de
forma incrível, mas, já que ele decidiu por isso no meio da história, então ele
tinha o dever de desenvolver de forma mais interessante.
Agora vamos falar brevemente sobre
uma coisa que me pegou de jeito nesse livro. O FINAL.
Meu deus, o que foi aquilo? Não foi
só incrível como teve reviravoltas e um final meio aberto que quase me fez
gritar de frustração por não ter o terceiro livro em mãos!!
Eu estou até agora sem saber
direito o que foi que aconteceu.
EU PRECISO DE RESPOSTAS, NEAL
SHUSTERMAN!!
Infelizmente, vamos ter que esperar
um pouco uma vez que o terceiro e último livro da trilogia Scythe tem previsão
de ser lançado em meados do ano que vem no Estados Unidos.
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