Heroínas, Pam Gonçalves, Laura Conrado e Ray Tavares

Não faltam heróis. Dos clássicos às histórias contemporâneas os meninos e homens estão por todo lugar. Empunhando espadas, usando varinhas mágicas, atirando flechas ou duelando com sabres de luz. Mas os tempos mudam e já está mais do que na hora de as histórias mudarem também. Com discussões feministas cada vez mais empoderadas e potentes, meninas e mulheres exigem e precisam de algo que sempre foi entregue aos meninos de bandeja: se enxergar naquilo que consomem.
Este é o livro de um tempo novo, um tempo que exige que as mulheres ocupem todos os espaços, incluindo a literatura.
Laura Conrado imaginou as Três mosqueteiras como veterinárias de uma ONG, que de repente contam com a ajuda de uma estudante que não hesita em levantar seu escudo para defender os animais.
A Távola Redonda de Pam Gonçalves é liderada por Marina, que diante do sumiço do dinheiro que os alunos de sua escola pública arrecadaram para a formatura, desembainha a espada e reúne um grupo de meninas para garantirem a festa que planejaram.
E Roberta é a Robin Hood de Ray Tavares. Indignada com a situação da comunidade em que vive, a garota usa sua habilidade como hacker para corrigir algumas injustiças.
Este é um livro no qual as meninas salvam o dia. No qual elas são o que são todos os dias na vida real: heroínas. Finalmente.
Heroínas
Ano: 2018 
Páginas: 256
Idioma: português 
Editora: Galera

Gente do céu!!! Como uma pessoa que não gosta de histórias fofinhas está sendo figada por uma atrás da outra???

Fui ler Heroínas por causa da capa e do título, imaginei que se tratava de histórias de mulheres fortes, sofridas, nem sequer li a sinopse, acreditam? E quase desisti da leitura quando percebi que o livro era composto por três histórias... Ainda bem que não fiz isso!!!

Os três contos, escritos por autoras nacionais, são releituras de clássicos: Os três mosqueteiros, Rei Arthur e Robin Hood, mas todos estrelados por mulheres. 

A primeira história e a mais fofa de todas é a da Laura Conrado, Uma por todas e todas por uma, que conta a história de Daniela d'Artagnan, 17 anos, filha de uma conhecidíssima veterinária, cujo sonho é trabalhar na ONG Mosqueteiros que cuida de animais abandonados. Mas como nada na vida de Dani foi fácil, essa vaga também não seria. 

Após ter sido dispensada da da ONG por não ter nível superior em Veterinária, Dani acaba atuando como uma verdadeira mosqueteira ao defender um cãozinho que estava prestes a ser espancado por um grupo de homens na rua. Agnes vai passando pela rua no momento e ajuda Dani a socorrer o bichinho que é levado para o seu trabalho: a ONG Mosqueteiros! 

Logo Dani, Agnes, Poli e Aline se unirão na luta em prol da causa animal. Ao longo da história, veremos o desenvolvimento de Dani, como ela deixará, com o apoio das amigas, de ser a menina assustada e tímida para se tornar uma garota decidida e determinada, e como o papel da anmizade entre mulheres pode ser algo crucial para esse desenvolvimento. 

"Eu aprendi a escutar e valorizar a fala da outra, ainda que, às vezes, seja uma fala diferente da minha; a voz de toda mulher deve ser respeitada. Sororidade é isso, né? É a gente se reconhecer uma na outra"

A segunda história é Os formandos da Távola Redonda, de Pam Gonçalves. Nossa protagonista, Marina Artiaga, é a filha que toda mãe queira ter, educada, com boas notas,responsável, popular e ainda namora o mais gato do colégio. Por causa disso, ela é uma das escolhidas para ajudar a salvar a formatura do colégio, já que todo dinheiro que já tinha sido arrecado, foi roubado. 

Para isso, Marina e outras garotas da escola se voluntariam para a missão quase impossível. Já que nenhum menino se sentiu apto para tal... Cheias de criatividade para fazer o dinheiro aparecer e render e com muita disposição, as meninas vão revolucionar a cidade enquanto vão vivendo situações típicas da adolescência, como o primeiro amor, o namoradinho galinha, a pressão da primeira vez, as descobertas sexuais e a importância da sororidade nisso tudo. 

Robin, A Proscrita, de Ray Tavares, é o nosso último conto. Nossa protagonista Roberta Horácio, a mais velha das três protagonistas, é uma jovem órfã e expert em computação. Moradora da Selva de Pedra, comunidade extremamente pobre e permeada pelo crime, Roberta quer se vingar de quem causou a morte dos seus pais. 

Com a ajuda das amigas Willa e Pequeno, e de um pastor evangélico da comunidade, Roberta utiliza sua genialidade para ajudar a quem precisa, desvendar crimes e punir os criminosos, mesmo que isso signifique colocar a própria vida em risco por mexer com gente grande.

A história faz uma crítica à nossa sociedade atual mostrando a corrupção de políticos e supostos religiosos. E nos dá a esperança de que ainda exista, em algum lugar, uma Roberta, mulher marcada pelo sofrimento mas que transformou tudo isso em um desejo latente de justiça.


confesso que nunca tinha lido nada de nenhuma das três autoras e me apaixonei pelas três histórias. Virei fã. E tenho certeza que você vai amar também!


13 comentários

  1. Essa capa é um amor e tenho certeza que o livro inteiro está lindo!
    Dentre as três histórias sou mais curiosa pela primeira, da Dani, das amigas, do cãozinho e da ONG, mas não sou tentada a ler esse livro.
    Achei genial a ideia das três autoras e a maneira que isso fizeram isso, então sou uma quase fã - mesmo sem ler nada delas ainda kkkkk.

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  2. Como assim??O livro não é de mulheres que venceram todas as barreiras??rs
    Puxa, juro também que era isso, pelo título!Mas vou confessar que adorei saber que não é,mas sim que traz três super histórias que se casam sim e que o mais gostoso, tudo nosso, literatura nacional!!!
    Ainda mais nesta época pós eleição, onde ainda os ânimos estão exaltados, o enredo pode sim, fazer aquele encaixe perfeito.
    Com certeza, vai para a lista de desejados!
    Beijo

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    1. São mulheres vencedoras, mas não mulheres conhecidas. São mulheres comuns, como nós, nenhum ícone famoso.

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  3. Oi Drica,
    Estou louca para ler esse livro desde que lançou. Acompanho a Pam Gomçalvez há anos no youtube, e gosto muito da escrita dela. Não conheço as outras autoras, mas espero gostar delas também <3

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  4. Três contos que nos trazem historias necessárias, sobre essa fase feminista que estamos tendo hoje, mostrar que isso é uma discussão valida e temos que lutar sempre por direitos iguais. O legal é que a gente pode vê qual vamos nos identificar, com qual conto rs
    Um elo entre mulheres pode ser verdadeiro sim, e acho que é justamente essa a mensagem que esse livro quer nos trazer.

    Adorei a resenha. Bjs

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    1. A ideia foi muito boa mesmo, Andressa. Principalmente por mostrar mulheres comuns, como qualquer uma de nós.

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  5. Oi Drica.
    Também não li nada das três autoras.
    Vi muitos comentários positivos sobre esse livro e, apesar de não ler muitos contos, fiquei com vontade de ler esses. Ainda mais por serem releituras e serem protagonizados por mulheres!
    A capa realmente é lindíssima. Espero gostar da leitura tanto quanto você.
    Beijos

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  6. Drika!
    Gosto demais de livros de contos e ver que são sobre assuntos diversificados, me deixou muito curiosa, principalmente pelo conto do Rei Arthur, amo tudo relacionado à Távola Redonda.
    Feliz em saber que o livro é fofinho e que gostou da escrita das autoras.
    cheirinhos
    Rudy

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    1. Rudy, é bem legal sim. Principalmente por pegar histórias clásicas e mudar bastante!

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  7. Oi Drica,
    Não imagina como estou desejando loucamente esse livro ..
    O fato de ter heroínas mulheres surpreende sim, mas, vamos combinar que é natural não é? Afinal, mulheres lutam todos os dias, e são mais do que heroínas!!
    Voltando aos contos, amei a forma que as autoras trataram suas protagonistas e os temas trabalhados, confesso que o que mais gostei foi o da Pam, imagina que será divertido!!
    Fiquei curiosa com o ultimo conto, todos falam dele com empolgacao!
    Bem, só digo que quero muito ler!!!!
    Beijos

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    1. Sim, Vitória!

      Mulheres heroínas já é meio redundante não é? qual mulher não é heroína? rsarsrs

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