A continuação: Super Freaknomics, o lado oculto do dia a dia



  • Editora: Elsevier
  • Autor: STEPHEN J. DUBNER & STEVEN D. LEVITT
  • Ano: 2009
  • Número de páginas: 288



  • O livro “Super Freakonomics, o lado oculto do dia a dia" dos escritores, Steven Levitt e Stephen Dubner, retoma a linha do primeiro livro da saga, “Freakonomics”, ou seja, aborda explorando o que eles chamam de economia experimental, gênero da economia que tenta explicar coisas/fatos/acontecimentos corriqueiros a partir da ótica econômica.



    O livro continua com toda a originalidade e criatividade do primeiro, traz uma série de casos entrelaçados. Descobrem que, por exemplo, é mais perigoso andar bêbado na rua do que dirigir qualquer veículo em estado etílico.



    Nessa mesma ótica, analisam o que significa nascer mulher na Índia. Para os autores, nesse país há uma crescente discriminação contra o sexo feminino, a qual é demonstrada através de desvantagens econômicas. Ainda nesse aspecto, os autores apontam a uma diminuição dos maltratos às esposas indianas por parte dos maridos a partir da disseminação da televisão. Embora muitas feministas acreditem que essa diminuição tenha-se dado pela possibilidade de maior informação e liberdade que esse meio trouxe para as mulheres indianas, para os autores, essa diminuição dos maltratos pode ter sido dada mais pelo maior tempo em que os maridos ficam na frente da TV do que pela sua conscientização. Os autores ainda zombam dos homens indianos, mostrando que o uso pouco frequente da camisinha nas relações sexuais se deva mais ao reduzido tamanho do pênis do que a falta de conscientização com a prevenção de doenças contagiosas, será?



    Fazem uma análise pormenorizada ao mundo da prostituição. Fatos inéditos são mostrados como a evolução da atividade econômica da prostituição em Chicago. Um dos pontos interessantes é mostrar a diminuição do preço do sexo oral através dos tempos, devido à perda de "glamour" ou banalização da prostituição ou do sexo. Numa comparção com os corretores de imóveis, chegam à conclusão que é mais vantajoso economicamente que as prostitutas sejam administradas por cafetões do que por elas mesmas. Já para quem for comprar ou vender uma casa, a melhor opção é fazer essas transações sem intermediação de corretores já que os melhores resultados obtidos se dão sem a intermediação desses profissionais.



    Os autores também apontam as dificuldades que as estatísticas têm para mostrar o rendimento profissional dos médicos. Muitas vezes, os médicos considerados bons possuem maiores casos de mortes nos seus pacientes do que médicos pouco qualificados. A resposta a esse enigma é que os pacientes em estado grave ou terminal procuram os melhores médicos para se consultar. Nesses casos, a alta incidência de mortes dos pacientes é maior para os médicos bons.



    Como resolver grandes problemas com pequenas e simples soluções? Os prejuízos humanos e econômicos causados pela não divulgação do forceps para a realização de partos por muitos anos se constitui num dos diversos exemplos dados. Essa simples ferramenta para ajudar nos nascimentos dos bebês foi inventada muito tempo antes da sua ampla utilização. A descoberta da vacina contra a pólio, a substituição do uso do óleo de baleia pelo petróleo ou talvez a simples lavagem de mãos para evitar o contágio da febre preural nos hospitais, são exemplos básicos de como soluções simples resolvem problemas que trazem prejuízos econômicos e sociais para a humanidade. O exemplo mais significativo de todos é a invenção do cinto de segurança para evitar mortes nos acidentes de trânsito. Os autores rendem homenagem a Robert Strange McNamara, inventor desse apetrecho. Mostram que, nos testes realizados por eles mesmos, o cinto de segurança chega a ter a mesma ou maior efetividade do que as cadeirinhas de automóveis para crianças.



    O que Al Gore e o Monte Pinatubo têm em comum?, talvez seja o capítulo mais original de todos. Com a ajuda da ciência, os autores explicam como a erupção do grande vulcão do monte Pinatubo, nas Filipinas, ocorrida em 1991, conseguiu diminuir a emissão dos raios que provocam o efeito estufa reduzindo consideravelmente o impacto negativo sobre o meio-ambiente. Nesse sentido, tem-se uma comparação bastante sarcástica dos efeitos dessa erupção com os desejos e objetivos de prevenção ambiental que o ex-vice presidente dos Estados Unidos, Al Gore têm. Afinal, Al Gore ganhou o prêmio Nobel da paz por esses esforços. Na realidade, o objetivo provocador dos autores é colocar em questionamento a atual política de conscientização que se pretende irradiar para que os habitantes do planeta procurem preservar o planeta. Para os autores, mais efetivo seria procurar, junto a um processo de conscientização sem pavor, os avanços da ciência para diminuir ou anular os causantes do efeito estufa. A partir dessa premissa, os autores mostram diferentes propostas científicas, muitas mirabolantes, realizadas pelo Intellectual Ventures (IV), laboratório especializado em pesquisa avançadas de alta tecnologia. A depredação do meio-ambiente, por exemplo, deriva de ações econômicas de acumulação do capital que por um lado, geram empregos e, por outro, contaminam o meio-ambiente.



    Em resumo, o livro, é uma excelente aula de como usar os conceitos econômicos de forma lúdica e interessante. Vida longa para os Freakonomics!

    Um comentário

    1. Não conhecia o livro e achei super interessante. Gosto muito de livros que ensinam algo sobre determinado assunto de forma interessante e este parece ser ótimo, bem dinâmico.
      Gosto muito de economia, acho um assunto interessante e este deve trazer muito conhecimento ao leitor, gostei da dica.
      beijos!

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