O livro “Super Freakonomics, o lado
oculto do dia a dia" dos escritores, Steven Levitt e Stephen Dubner, retoma a linha do primeiro livro da
saga, “Freakonomics”, ou seja, aborda explorando o que eles chamam de economia
experimental, gênero da economia que tenta explicar coisas/fatos/acontecimentos
corriqueiros a partir da ótica econômica.
O livro continua com toda a
originalidade e criatividade do primeiro,
traz uma série de casos entrelaçados. Descobrem que, por exemplo, é mais
perigoso andar bêbado na rua do que dirigir qualquer veículo em estado etílico.
Nessa mesma ótica, analisam o que
significa nascer mulher na Índia. Para os autores, nesse país há uma crescente
discriminação contra o sexo feminino, a qual é demonstrada através de
desvantagens econômicas. Ainda nesse aspecto, os autores apontam a uma
diminuição dos maltratos às esposas indianas por parte dos maridos a partir da
disseminação da televisão. Embora muitas feministas acreditem que essa
diminuição tenha-se dado pela possibilidade de maior informação e liberdade que
esse meio trouxe para as mulheres indianas, para os autores, essa diminuição dos maltratos pode ter sido dada mais
pelo maior tempo em que os maridos ficam na frente da TV do que pela sua
conscientização. Os autores ainda zombam dos homens indianos, mostrando que o
uso pouco frequente da camisinha nas relações sexuais se deva mais ao reduzido
tamanho do pênis do que a falta de conscientização com a prevenção de doenças
contagiosas, será?
Fazem uma análise pormenorizada ao
mundo da prostituição. Fatos inéditos são mostrados como a evolução da atividade
econômica da prostituição em Chicago. Um dos pontos interessantes é mostrar a
diminuição do preço do sexo oral através dos tempos, devido à perda de
"glamour" ou banalização da prostituição ou do sexo. Numa comparção
com os corretores de imóveis, chegam à conclusão que é mais vantajoso
economicamente que as prostitutas sejam administradas por cafetões do que por
elas mesmas. Já para quem for comprar ou vender uma casa, a melhor opção é
fazer essas transações sem intermediação de corretores já que os melhores
resultados obtidos se dão sem a intermediação desses profissionais.
Os autores também apontam as
dificuldades que as estatísticas têm para mostrar o rendimento profissional dos
médicos. Muitas vezes, os médicos considerados bons possuem maiores casos de
mortes nos seus pacientes do que médicos pouco qualificados. A resposta a esse
enigma é que os pacientes em estado grave ou terminal procuram os melhores
médicos para se consultar. Nesses casos, a alta incidência de mortes dos
pacientes é maior para os médicos bons.
Como resolver grandes problemas com
pequenas e simples soluções? Os prejuízos humanos e econômicos causados pela
não divulgação do forceps para a realização de partos por muitos anos se
constitui num dos diversos exemplos dados. Essa simples ferramenta para ajudar
nos nascimentos dos bebês foi inventada muito tempo antes da sua ampla
utilização. A descoberta da vacina contra a pólio, a substituição do uso do
óleo de baleia pelo petróleo ou talvez a simples lavagem de mãos para evitar o
contágio da febre preural nos hospitais, são exemplos básicos de como soluções
simples resolvem problemas que trazem prejuízos econômicos e sociais para a
humanidade. O exemplo mais significativo de todos é a invenção do cinto de
segurança para evitar mortes nos acidentes de trânsito. Os autores rendem
homenagem a Robert Strange McNamara, inventor desse apetrecho. Mostram que, nos
testes realizados por eles mesmos, o cinto de segurança chega a ter a mesma ou
maior efetividade do que as cadeirinhas de automóveis para crianças.
O que Al Gore e o Monte Pinatubo têm em comum?, talvez seja o capítulo mais original de todos. Com a ajuda da ciência,
os autores explicam como a erupção do grande vulcão do monte Pinatubo, nas
Filipinas, ocorrida em 1991, conseguiu diminuir a emissão dos raios que
provocam o efeito estufa reduzindo consideravelmente o impacto negativo sobre o
meio-ambiente. Nesse sentido, tem-se uma comparação bastante sarcástica dos
efeitos dessa erupção com os desejos e objetivos de prevenção ambiental que o
ex-vice presidente dos Estados Unidos, Al Gore têm. Afinal, Al Gore ganhou o
prêmio Nobel da paz por esses esforços. Na realidade, o objetivo provocador dos
autores é colocar em questionamento a atual política de conscientização que se
pretende irradiar para que os habitantes do planeta procurem preservar o
planeta. Para os autores, mais efetivo seria procurar, junto a um processo de
conscientização sem pavor, os avanços da ciência para diminuir ou anular os
causantes do efeito estufa. A partir dessa premissa, os autores mostram
diferentes propostas científicas, muitas mirabolantes, realizadas pelo Intellectual
Ventures (IV), laboratório especializado em pesquisa avançadas de alta
tecnologia. A depredação do meio-ambiente, por exemplo, deriva de ações
econômicas de acumulação do capital que por um lado, geram empregos e, por
outro, contaminam o meio-ambiente.
Em resumo, o livro, é uma excelente aula de como usar os conceitos
econômicos de forma lúdica e interessante. Vida longa para os Freakonomics!
Não conhecia o livro e achei super interessante. Gosto muito de livros que ensinam algo sobre determinado assunto de forma interessante e este parece ser ótimo, bem dinâmico.
ResponderExcluirGosto muito de economia, acho um assunto interessante e este deve trazer muito conhecimento ao leitor, gostei da dica.
beijos!