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A sala de espera da Europa, Aimée de Jongh



Em outubro de 2017, a quadrinista Aimée de Jongh viajou até o campo de refugiados na ilha grega de Lesbos para fazer uma reportagem em quadrinhos sobre as condições lá. Câmeras não eram permitidas, mas papel e lápis, sim. Ela ficou lá ao lado de outros quadrinistas por sete dias. O que capturaram em suas HQs forneceram um estudo único sobre o ambiente e as condições dos refugiados. Pela primeira vez, não só as pessoas, mas suas moradas, seus lugares de descanso e de refeições, foram documentadas. Por meio dos quadrinhos, os leitores praticamente conseguem caminhar pelo campo de refugiados e viver as dificuldades do dia a dia deles. Mas, ainda que documental, a história de 25 páginas de Aimée é uma tocante narrativa que sensibiliza a todos para a situação de quem está a espera de entrar na Europa em busca de uma vida melhor.

A sala de espera da Europa
Uma História de Refugiados
Ano: 2022 
Páginas: 32
Idioma: português
Editora: Conrad


A sala de espera da Europa surgiu a partir do que a quadrininsta holandesa Aimèe de Jongh foi convidada a conhecer um campo de refugiados em Lesbos, na Grécia, em 2017. O convite surgiu para que, através dos seus desenhos, a situação alarmante e as condições precárias a que esses refugiados se submetem pudesse ganhar visibilidade, já que fotos e videos eram proibidos naquela região. Munida de papel e lápis, ela só poderia desenhar pessoas se autortizada e só poderia entrar em algum dos conteiners que serviam como casas, se fosse convidada a entrar.


A maioria dos refugiados vinha do Iêmen, Síria e Líbia, mas havia pessoas de vários outros lugares. Mas a Grécia não era o seu destino final, ara epenas 'uma sala de espera' para receber autorização para ir para outros países da Europa. E enquanto não recebia essa autorização, a vida recebeia um grande pause por um tempo indefinido que poderia durar até mais de 1 ano e sem explicações a respeito de critérios para receber o documento.

A HQ retrata, com traços doces e leves, o dia a dia de pessoas que só querem o direito de existir como cidadãos do mundo independente dos limites e dos nomes dados.


Ainda hoje as condições continuam precárias. Mesmo após várias evacuações o local continua superlotado, sem sistema de drenagem nem de esgoto, com sistema de saúde sobrecarregado, ocorrências frequentes de violência de gênero e abusos graças à frágil segurança e falta de iluminação e o índice de suicídios é crescente






Conto dos Orixás, Hugo Canuto


Em um tempo antigo, quando o céu e a terra estavam unidos como duas metades de uma cabaça, divindades e heróis caminharam entre os homens. Travaram batalhas com furor, ensinaram a curar e lidar com a terra, o ferro e o fogo, reinaram e amaram com a mesma intensidade. Alguns desceram do luminoso Orum para lá viverem e realizarem seus destinos, enquanto outros nasceram no Aiyê e pelos feitos se tornaram Orixás, marcando para sempre a história de dois continentes.


Conto dos Orixás
#1
Autor: Hugo Canuto
Ano: 2018 
Páginas: 120
Idioma: português
Editora: Independente



Sabe aquele quadrinho que você termina de ler e pensa: “MEU DEUS, POR QUE EU NÃO LI ISSO ANTES?” Pois é. Conto dos Orixás me pegou de jeito — e com todo o axé possível!

Hugo Canuto simplesmente entregou TUDO. Ele pega a mitologia dos orixás, cheia de força, beleza e ancestralidade, e transforma numa história épica digna de blockbuster, mas com alma, com ritmo de tambor e com orgulho das raízes africanas. Oxóssi, Iansã, Xangô, Oxum, Ogum… cada orixá tem sua personalidade, seus poderes, sua estética e sua imponência. E tudo isso representado com respeito, amor e um traço que é puro impacto visual. Dá vontade de emoldurar cada página!

O mais incrível é que a HQ não é só linda — ela ensina. Cada cena é uma aula de cultura iorubá, um lembrete de que nossos heróis também têm pele preta, usam turbantes, dançam com o vento e fazem da natureza sua aliada.

Se você gosta de mitologia, fantasia, cultura afro-brasileira ou simplesmente de boas histórias, Conto dos Orixás é leitura obrigatória. Terminei querendo abraçar Hugo Canuto e agradecer por colocar tanta representatividade, beleza e magia nas páginas. Um verdadeiro presente para o povo de axé e para quem quer aprender com respeito.

O hospital, Leslie Wolfe



No momento em que Emma Duncan toma consciência, ela sabe de apenas quatro coisas: seu nome; está em um hospital; perdeu a visão; foi vítima de uma tentativa de assassinato, embora não consiga recordar quem tentou ou como ocorreu.
A última lembrança que lhe vem à mente é a cena em que estava correndo, fugindo de alguém que tentava matá-la. Agora, ela deveria se sentir protegida no hospital, porém Emma se concentra na sensação de estar aprisionada, e num esforço contínuo para lembrar como era sua vida até ali.

Fragmentos de memórias surgem em sua mente, fazendo Emma acreditar que estava vivendo bem, que estava com uma carreira consolidada como atriz e casada com Steve Wellington, diretor de cinema, e que, juntos, alcançaram muitas conquistas. Entretanto, à medida que os dias se passam, a expectativa desmorona ao perceber que muitos desses acontecimentos eram do passado.

A única forma de garantir sua segurança e identificar o assassino é descobrir as respostas enterradas profundamente em sua mente. Mas durante as visitas — conversando com médicos, enfermeiros, amigos e familiares —, Emma começa a notar as mentiras que se contradizem em relação às lembranças que ela tem de sua vida.

Encarcerada em seus próprios pensamentos, ela se recusa a confiar em qualquer pessoa que cruze o seu caminho no hospital.

O hospital
Ano: 2025 
Páginas: 256
Idioma: português


Se você acordasse sem conseguir enxergar, sem conseguir se mexer, sem saber onde você está e sem nem lembrar como você foi parar lá, qual seria a sua reação? O hospital vai narrar a reação de Emma Duncan. A única informação que ela e nós temos vem dos médicos e das enfermeiras que cuidam dela já que suas memórias vem em pequenos fragmentos. 

Nem vou enrolar pra dizer que, se você gosta de thriller psicológico, daqueles que você até sonha com a história, precisa ler URGENTEMENTE O hospital!!! Pronto, falei!

Leslie Wolfe vem discretinha e entrega tudo nessa história. E o mais legal é que o leitor vai realmente acompanhar as descobertas de Emma, já que ela é a única a dar informações que possam te ajudar a montar o quebra-cabeças que sua vida virou. Com tanto tempo livre, ela passa todo o período em que está acordada tentando reavivar a sua memória. O que, a princípio, só a faz chegar à conclusão de que está correndo perigo pois se lembra que foi atacada por alguém que ela não sabe quem é e nem o porquê. sua única certeza é que essa pessoa pode voltar para terminar o que começou. Mas como fazer para se proteger?

Se tudo isso não te convencer a ler, ainda temos um perseguidor que também narra os fatos e está sempre por perto, principalmente agora que Emma está incapacitada. 

A medida em que ela começa a receber visitas, novas informações ajudam a despertar mais fragmentos de memória que só a deixam mais confusa e insegura, desconfiando de todos que a cercam. Òs capítulos curtos fazem com que o ritmo da história transcorra de forma acelerada enquanto a autora te induz a desconfiar de todos e puxa o seu tapete a cada descoberta que você acredita ter feito pra te deixar de queixo caído com a revelação final. Leslie conseguiu se superar!!!


O Chinês Americano, Gene Luen Yang

 

Primeiro álbum de quadrinhos a ser indicado ao Nacional Book Award, um dos mais prestigiosos prêmios literários do mundo, O Chinês Americano narra três histórias paralelas.

Numa delas, um jovem imigrante chinês, vivendo nos Estados Unidos, tenta se adaptar à nova realidade escolar. Rejeitado pelos colegas ocidentais, Jin Wang se vira como pode em meio a provocações, ao isolamento e à ignorância generalizada sobre a cultura de seu país. Porém, a súbita paixão por uma garota da classe obriga Jin a mudar de postura, com resultados nem sempre satisfatórios. Na segunda história, um estudante americano recebe a visita de seu primo Chin-Kee, um sujeito inconveniente que é o acúmulo dos piores estereótipos do povo chinês. Todos os anos, a visita de Chin-Kee é motivo de constrangimento para Danny, que ao fim de cada temporada do primo se vê obrigado a trocar de escola e a começar sua vida nova damente.

E para amarrar essas duas narrativas, o autor reinventa uma antiga lenda chinesa: nas mãos de Gene Luen Yang, a tradicional história do Rei Macaco que, ao ser rejeitado pelos deuses, decide renegar a própria natureza e tornar-se um homem, ganha uma roupagem moderna, surpreendente e original.


O Chinês Americano
Gene Luen Yang
Ano: 2009
Páginas: 240
Idioma: português
Editora: Companhia das Letras

Com uma característica inusitada, O Chinês americano conta três histórias independentes que a única característica em comum são os personagens chineses. Mas o leitor é surpreendido no final pela forma como o autor entrelaça as três histórias e seus personagens.


Jin Wang é um garoto sino-americano, nasceu nos Estados Unidos mas é descendente de chineses. Vive mudando de escola mas em todas ele precisa lidar com o bullying por conta de sua origem 

O Rei Macaco nasce de uma rocha e se auto proclama rei. Mas é impedido de participar de um jantar com outros Reis e Deuses por ser um macaco além de ser menosprezado por isso.

Danny é primo de Chin-Kee, um chinesinho muito engraçado, e vai passar muita vergonha porque ele está vindo passar um tempo em sua escola. 

Com elementos em comum, as três histórias se interligam surpreendendo e divertindo o leitor, mas trazendo também muita reflexão sobre nossas próprias atitudes. 

Com maestria, delicadeza e muito humor, Gene Luen Yang mostra as dificuldades de imigrantes asiáticos, que também poderiam ser de outras origens, de adaptação a um país tão diferente do seu e a maneira debochada, muitas vezes até cruel, como são tratados pelos brasileiros dando uma aula de empatia e acolhimento 


Dia das Mães:


🌸 Feliz Dia das Mães!



Hoje é um dia especial para celebrar todas as mães, aquelas que nos guiam, nos amam, nos desafiam e, muitas vezes, nos surpreendem. No universo literário, encontramos uma grande variedade de mães que refletem diferentes tipos de maternidade: desde aquelas que são verdadeiras heroínas até as que têm suas próprias falhas e complexidades, mas ainda assim se mostram essenciais para o desenvolvimento de seus filhos e filhas.


Aqui estão alguns dos tipos de mães mais marcantes da literatura:


  • A Mãe Heroína 💪

Mães que enfrentam adversidades, batalhas e dificuldades, mas sempre com uma força inabalável. Elas são os pilares da sua família e nunca desistem.

Marmee March em "Mulherzinhas" de Louisa May Alcott – Ela guia suas filhas com sabedoria, paciência e amor incondicional, sendo um exemplo de resiliência e carinho.


  • A Mãe Protetora 🛡️

Estas mães colocam o bem-estar de seus filhos acima de tudo, muitas vezes indo ao extremo para garantir sua segurança e felicidade, até mesmo se sacrificando no processo.

Molly Weasley em "Harry Potter" de J.K. Rowling – Molly é a mãe calorosa e protetora que acolhe Harry como um de seus próprios filhos, sempre se colocando na linha de frente para protegê-los.


  • A Mãe Imperfeita ⚖️

Mães que, apesar de suas falhas, erros e decisões equivocadas, demonstram amor e humanidade, mostrando que a perfeição não é um requisito para ser uma boa mãe.

Cersei Lannister em "As Crônicas de Gelo e Fogo" de George R.R. Martin – Apesar de seus métodos controversos e destrutivos, Cersei é uma mãe ferozmente protetora de seus filhos, disposta a tudo para vê-los no poder.


  • A Mãe Adotiva ou Não Biológica 🏠

Essas mães oferecem amor e cuidado sem vínculo de sangue, mas com um amor tão grande quanto o de qualquer mãe biológica. Elas nos ensinam sobre a verdadeira natureza da maternidade: o amor que vai além dos laços de sangue.

Esme Cullen em "Crepúsculo" de Stephenie Meyer – Embora Esme não seja mãe biológica dos filhos vampiros, ela exerce um papel de mãe com todo o carinho, oferecendo amor e acolhimento a todos.


  •  A Mãe Empoderada e Independente 💼

Mães que, além de cuidadoras, buscam seus próprios caminhos, carreiras e sonhos. Elas são exemplos de independência e ambição, mostrando que ser mãe não significa renunciar à própria identidade.

Sra. Bennet em "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen- Embora muitas vezes lembrada pelo seu jeito exagerado e cômico, a Sra. Bennet é, na verdade, uma mulher que luta para garantir o futuro das filhas em uma sociedade extremamente machista e limitada para as mulheres. Sua determinação, mesmo com métodos questionáveis, mostra uma mãe que, dentro das condições da época, fazia o que podia para proteger e empoderar suas filhas.


✨ Cada tipo de mãe nas histórias nos mostra que a maternidade não é uma fórmula única e que ser mãe envolve uma infinidade de nuances e experiências. A maternidade é complexa, cheia de desafios, mas também de momentos de puro amor e crescimento. Por isso, todas as mães, de todas as formas e tipos, merecem ser celebradas hoje e sempre. 💖