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Os Jogos dos Deuses, Abigail Owen


Treze deuses.
Treze campeões.
E infinitas chances de morrer.

Lyra Keres é a mulher mais solitária de San Francisco. Quando a bolsa de sua mãe estourou bem no templo de Zeus, vinte e três anos atrás, o deus jogou uma maldição sobre a recém-nascida: ela nunca seria amada. Entregue pelos pais à Ordem dos Ladrões ainda criança, Lyra cresceu sem família, sem amigos e sem sequer saber seu verdadeiro nome.
Mas ela está de saco cheio dessa maldição, farta da ira de Zeus. É por isso que, na noite de abertura da Provação, a competição que os deuses promovem a cada cem anos para decidir quem será o rei do Olimpo, ela se dirige ao templo de Zeus, determinada a causar algum estrago. Quando chega lá, porém, ela acaba encontrando… Hades.
O Rei do Submundo não é nada como ela esperava: em vez de roupas pretas da cabeça aos pés, usa botas e jeans; em vez de envolto em sombras, é luminoso, bonito, com olhos prateados; e em vez de enxofre, cheira a chocolate amargo.
Lyra definitivamente não esperava que, pela primeira vez em milênios, Hades decidisse participar da Provação. E muito menos que, entre os bilhões de mortais no mundo, ela fosse a escolhida para ser sua campeã. Mas Hades tem uma proposta sedutora, irrecusável até: além das bênçãos que o vencedor da Provação normalmente recebe, se ela ganhar, ele vai acabar com sua maldição.
Agora, Lyra precisará enfrentar doze campeões, doze deuses do Olimpo ― e uma inconveniente atração cada vez maior pelo deus mais sombrio de todos ― para ganhar a competição e, quem sabe, finalmente ser amada por alguém.
Mas Hades tem seus próprios motivos para entrar na Provação, e seus segredos são mais numerosos que as estrelas no céu. Em meio a desafios mortais, alianças inesperadas e inimigos poderosos, Lyra vai precisar descobrir em quem confiar e no que acreditar se quiser ser a vencedora ― ou ao menos sobreviver à batalha do século.

O mundo está em polvorosa.
Os deuses estão em guerra.
Que comecem os jogos.

Os Jogos dos Deuses
A Provação #1
Ano: 2025 
Páginas: 512
Idioma: português
Editora: Paralela


Amaldiçoada a não ser amada por um Zeus caprichoso e birrento e entregue à Ordem dos Ladrões aos 3 anos de idade como pagamento de uma dívida dos pais. Só aí eu já tive vontade de colocar Lyra no colo!


Mas o que é um arranhão pra quem tem um passado desse, né??? Lyra é escolhida por Hades como sua campeã na Provação, uma espécie de Jogos Vorazes do Olimpo com apenas um vencedor que poderá pedir qualquer coisa como prêmio. 




Os desafios podem ser mortais, mas os vencedores são recompensados com presentes dados pelo deus que representam. Paralelo a isso, vamos conhecendo melhor Lyra, os deuses e os outros campeões. A gente vai entendendo motivações e desejos que surpreendem a cada virada de página. Isso sem falar do romance, da personalidade de Hades, de um Cérbero que dá vontade de levar pra casa e considerações muito atuais sobre a capacidade de corrupção do poder.



No meio dessa onda de tantas versões da história de Hades e Persefone, é extremamente corajoso escrever uma versão que foge, em muitos aspectos, à versão original. Acredito que esse seja o motivo pra dividir opiniões. 


Pra mim, Os Jogos dos Deuses se tornou um favorito. Inclusive perdi a conta de quantas marcações fiz no livro. Na dúvida se é bom ou não,  recomendo a leitura pra justificar os seus sentimentos. 



Conto dos Orixás, Hugo Canuto


Em um tempo antigo, quando o céu e a terra estavam unidos como duas metades de uma cabaça, divindades e heróis caminharam entre os homens. Travaram batalhas com furor, ensinaram a curar e lidar com a terra, o ferro e o fogo, reinaram e amaram com a mesma intensidade. Alguns desceram do luminoso Orum para lá viverem e realizarem seus destinos, enquanto outros nasceram no Aiyê e pelos feitos se tornaram Orixás, marcando para sempre a história de dois continentes.


Conto dos Orixás
#1
Autor: Hugo Canuto
Ano: 2018 
Páginas: 120
Idioma: português
Editora: Independente



Sabe aquele quadrinho que você termina de ler e pensa: “MEU DEUS, POR QUE EU NÃO LI ISSO ANTES?” Pois é. Conto dos Orixás me pegou de jeito — e com todo o axé possível!

Hugo Canuto simplesmente entregou TUDO. Ele pega a mitologia dos orixás, cheia de força, beleza e ancestralidade, e transforma numa história épica digna de blockbuster, mas com alma, com ritmo de tambor e com orgulho das raízes africanas. Oxóssi, Iansã, Xangô, Oxum, Ogum… cada orixá tem sua personalidade, seus poderes, sua estética e sua imponência. E tudo isso representado com respeito, amor e um traço que é puro impacto visual. Dá vontade de emoldurar cada página!

O mais incrível é que a HQ não é só linda — ela ensina. Cada cena é uma aula de cultura iorubá, um lembrete de que nossos heróis também têm pele preta, usam turbantes, dançam com o vento e fazem da natureza sua aliada.

Se você gosta de mitologia, fantasia, cultura afro-brasileira ou simplesmente de boas histórias, Conto dos Orixás é leitura obrigatória. Terminei querendo abraçar Hugo Canuto e agradecer por colocar tanta representatividade, beleza e magia nas páginas. Um verdadeiro presente para o povo de axé e para quem quer aprender com respeito.

O hospital, Leslie Wolfe



No momento em que Emma Duncan toma consciência, ela sabe de apenas quatro coisas: seu nome; está em um hospital; perdeu a visão; foi vítima de uma tentativa de assassinato, embora não consiga recordar quem tentou ou como ocorreu.
A última lembrança que lhe vem à mente é a cena em que estava correndo, fugindo de alguém que tentava matá-la. Agora, ela deveria se sentir protegida no hospital, porém Emma se concentra na sensação de estar aprisionada, e num esforço contínuo para lembrar como era sua vida até ali.

Fragmentos de memórias surgem em sua mente, fazendo Emma acreditar que estava vivendo bem, que estava com uma carreira consolidada como atriz e casada com Steve Wellington, diretor de cinema, e que, juntos, alcançaram muitas conquistas. Entretanto, à medida que os dias se passam, a expectativa desmorona ao perceber que muitos desses acontecimentos eram do passado.

A única forma de garantir sua segurança e identificar o assassino é descobrir as respostas enterradas profundamente em sua mente. Mas durante as visitas — conversando com médicos, enfermeiros, amigos e familiares —, Emma começa a notar as mentiras que se contradizem em relação às lembranças que ela tem de sua vida.

Encarcerada em seus próprios pensamentos, ela se recusa a confiar em qualquer pessoa que cruze o seu caminho no hospital.

O hospital
Ano: 2025 
Páginas: 256
Idioma: português


Se você acordasse sem conseguir enxergar, sem conseguir se mexer, sem saber onde você está e sem nem lembrar como você foi parar lá, qual seria a sua reação? O hospital vai narrar a reação de Emma Duncan. A única informação que ela e nós temos vem dos médicos e das enfermeiras que cuidam dela já que suas memórias vem em pequenos fragmentos. 

Nem vou enrolar pra dizer que, se você gosta de thriller psicológico, daqueles que você até sonha com a história, precisa ler URGENTEMENTE O hospital!!! Pronto, falei!

Leslie Wolfe vem discretinha e entrega tudo nessa história. E o mais legal é que o leitor vai realmente acompanhar as descobertas de Emma, já que ela é a única a dar informações que possam te ajudar a montar o quebra-cabeças que sua vida virou. Com tanto tempo livre, ela passa todo o período em que está acordada tentando reavivar a sua memória. O que, a princípio, só a faz chegar à conclusão de que está correndo perigo pois se lembra que foi atacada por alguém que ela não sabe quem é e nem o porquê. sua única certeza é que essa pessoa pode voltar para terminar o que começou. Mas como fazer para se proteger?

Se tudo isso não te convencer a ler, ainda temos um perseguidor que também narra os fatos e está sempre por perto, principalmente agora que Emma está incapacitada. 

A medida em que ela começa a receber visitas, novas informações ajudam a despertar mais fragmentos de memória que só a deixam mais confusa e insegura, desconfiando de todos que a cercam. Òs capítulos curtos fazem com que o ritmo da história transcorra de forma acelerada enquanto a autora te induz a desconfiar de todos e puxa o seu tapete a cada descoberta que você acredita ter feito pra te deixar de queixo caído com a revelação final. Leslie conseguiu se superar!!!


Jogos Imortais, Annaliese Avery







A lua de sangue chegou e com ela começarão os Jogos Imortais.
Cada eclipse lunar marca o início dos Jogos Imortais: uma épica série de jogos disputados pelos deuses do Olimpo, com humanos selecionados aleatoriamente como seus Tokens. As apostas são altas; os deuses cobiçam entretenimento e glória acima de tudo, para os Tokens, é uma questão de sobrevivência.

Ara, de 17 anos, quer vingança contra os deuses por permitirem que sua irmã mais velha morresse nos jogos. Ela está determinada a ser selecionada como um Token e encontrar uma arma poderosa o suficiente para matar um deus. Mas, quando é resgatada das garras da morte por Hades, deus do submundo, as chances estão contra ela. Hades é o renegado dos deuses, e o único que nunca venceu os jogos.

Logo ele percebe que Ara não teme a morte, assim como ela não o teme; e, quando uma aposta com Zeus e Poseidon coloca o futuro de ambos em jogo, os jogos ganham um novo significado.

Jogos Imortais
Annaliese Avery
Ano: 2024 
Páginas: 240
Idioma: português
Editora: Inside Books


"Você é o sol, Ara; você é a estrela que ilumina até o submundo. Amarei você até que não reste mais estrelas no céu."

A cada eclipse, a Lua de Sangue anuncia o começo dos Jogos Imortais — um torneio cruel criado pelos deuses do Olimpo para seu divertimento. Doze deuses escolhem 12 jovens tokens que irão representá-los nos jogos, enfrentando perigos inimagináveis, onde a morte é uma possibilidade real, já que precisamos de um único vencedor. Apesar dos riscos, o ganhador que sobreviver será visto como semideus e terá um desejo seu concedido. 

🥀 Há cinco anos, Ara treina para ser escolhida para os jogos. Mas o seu desejo é apenas vingar sua irmã Estella, que foi escolhida por Zeus e deixada para morrer, levando não só sua irmã, mas destruindo toda a família por causa da dor. 

No dia da seleção, ao se colocar em perigo para evitar a morte de sua sua mãe, Ara é resgatada por Hades, que impede a sua morte e a escolhe como sua Token. Theron, seu amigo de infância com quem treinava e tem um trelelé, também é escolhido. Junto a eles, mais 10 jovens, cada um representando um signo do zodíaco, enfrentarão desafios numa vibe bem Jogos Vorazes, onde os deuses não podem ajudar diretamente, mas podem enviar presentes para facilitar a vida. Ah, sim, esqueci de dizer que Ara e Hades são do signo de Escorpião, mas nem é por isso que eu me apaixonei pelos dois e por essa história. 

Apesar de ter apenas 240 páginas, Jogos Imortais entrega muito mais do que promete. A relação entre Ara e Hades vai se tornando mais intima a cada encontro e isso acontece porque os dois vão se conhecendo e se admirando mutuamente. Dessa nova onda de livros tendo Hades como personagem, esse é o que mostra seus sentimentos. Nada de querer levar todos para o submundo, de ser sombrio e violento, Annaliese conta a história de Hades pelo seu próprio ponto de vista e mostra uma traição impensável, sua relação com as tecelãs do destino, o seu amor pelo doguinho Cérbero e um coração cheio de amor pra dar (além de um corpinho...).


Jogos Imortais é uma fantasia de leitura rápida e intensa, perfeita para quem ama mitologia grega com uma pitada de distopia, romance proibido e reviravoltas de tirar o fôlego. Prepare-se para se apaixonar, sofrer e sonhar junto com Ara e Hades e, como eu, desejar que essa história nunca termine, apesar de ser volume único.


Um toque de escuridão, Scarlett St. Clair



Neste primeiro volume da série Hades & Perséfone, a autora best-seller Scarlett St. Clair, sucesso no TikTok, transforma o mito grego em um romance moderno, sombrio e sensual.
Perséfone é a jovem e ingênua Deusa da Primavera, que não tem força suficiente para desenvolver seus poderes. Vivia numa redoma superprotegida pela mãe, a Deusa da Colheita, quando decide se mudar para Nova Atenas, onde espera traçar um novo destino para si, longe dos deuses do Olimpo e de tudo o que eles representam.

Até que, sem saber, Perséfone perde um jogo para Hades, o Senhor dos Mortos, e acaba amarrada a um contrato cujos termos são impossíveis: deve criar vida no Submundo ou será sua prisioneira para sempre. A aposta vai muito além de expor seu fracasso como deusa: tudo o que ela queria era um pouco de liberdade, mas acaba se apaixonando pelo mais perigoso entre os divinos ― e o que essa paixão tem de proibida, tem de cativante.

No primeiro volume da série Hades & Perséfone, Scarlett St. Clair revela todo o seu talento para criar romances intensos, personagens fortes e cenas ardentes, que conquistaram leitores do mundo todo.

Este livro contém: enemies to lovers, dual POV, romance proibido.

Um toque de escuridão
Ela tentou plantar a própria liberdade, mas acabou colhendo um amor proibido.
Hades & Perséfone #1
Ano: 2025 
Páginas: 272
Idioma: português
Editora: Bloom Brasil


Não sei se você já percebeu mas parece que o universo literário entrou numa vibe 'vamos falar sobre Hades'. E Scarlett St. Clair trouxe a sua versão Hades em Um toque de escuridão, livro 1 da série Hades e Perséfone, que conta com 5 livros: 3 já lançados pela Bloom Brasil que promete lançar os dois que faltam ainda esse ano.

Aqui, Perséfone é uma mocinha frágil e ingênua, deusa da primavera que, diferente do que todos esperam, ainda não consegue manifestar os seus poderes. Mesmo assim decide, sair do Olimpo e viver em Nova Atenas para dar algum sentido à sua vida e escapar da superproteção de sua mãe, Deméter, a deusa da colheita.

Levando uma vida comum como estagiária de um jornal, tudo se transforma na noite em que ela vai ao cassino de Hades e perde um jogo pra ele. Seguindo a tradição e os termos de Hades, ela assina um contrato com ele que determina que ela, como deusa da primavera, deve criar vida no submundo ou estará presa a ela por toda a eternidade.

A aproximação dos dois faz com que eles se conheçam e, inevitavelmente, acabem se apaixonando. Para piorar, Perséfone está apaixonada pelo deus que sua mãe mais odeia e parece que só fugiu de uma prisão para cair em outra. 

Parece que os autores descobriram que eu sempre fui fã de Hades e resolveram me presentear. O Hades da Scarlett é sim um cara sombrio, sisudo, misterioso, mas também sensual, agradável, inteligente e um verdadeiro lord. Eu te entendo, Perséfone!!! Tensão, mitologia, romance dark e reflexões sobre escolhas, limites, liberdade feminina e empoderamento fazem parte da história. O romance entre os dois pega fogo sim, mas não é só isso, os diálogos mostram um romance que cresce para além das cenas hots e desafia o Olimpo. Tenho certeza que ainda teremos mujito fogo pra queimar nos próximos quatro livros.

E você, gosta de mitologia? Simpatiza com Hades e com o romance com Perséfone? Me conta aqui se você acha que esse romance tem futuro.



A Arte de Correr na Chuva, Garth Stein



Enzo sabe que é diferente dos outros cachorros - um filósofo com alma humana. Ele foi educado assistindo aos programas do canal National Geographic e ouvindo todos os conselhos de seu mestre e dono, Denny Swift, um piloto de corridas. Por causa de Denny, Enzo adquiriu uma grande percepção da condição humana e aprendeu a administrar a vida como em uma corrida de Fórmula 1, onde nem sempre a velocidade é a melhor estratégia. Às vésperas de sua morte, Enzo faz uma retrospectiva de sua vida, relembrando tudo o que ele e a família passaram - os sacrifícios que Denny fez para ser bem-sucedido profissionalmente; a perda inesperada de Eve, a esposa de Denny; a batalha do dono para conseguir a guarda da filha, a quem os avós maternos fizeram de tudo para conseguir a custódia... 'A Arte de Correr na Chuva' é um livro modelado nos desejos e absurdos da vida humana.


A Arte de Correr na Chuva
Ano: 2008 
Páginas: 304
Idioma: português
Editora: Ediouro


Sim, vai ter livro com cachorro!

E dessa vez, quem nos conta a história é ele mesmo: Enzo, um cão muito especial. Especial porque, diferente da maioria, Enzo sabe que nasceu no corpo errado. Ele sente que deveria ser humano — e faz de tudo para se preparar para isso.

Enzo é o narrador dessa história inesquecível, escrita por Garth Stein, que também é produtor de cinema, escritor e… piloto de corridas! E isso faz todo o sentido: Enzo é simplesmente apaixonado por automobilismo. Seu ídolo? Ayrton Senna, do Brasil! 💛💚 É da habilidade de Senna em correr na chuva que vem o título do livro.

No começo do livro, Enzo já está velhinho, quase sem forças, e é a partir desse ponto que ele decide relembrar sua trajetória com Denny, seu tutor e melhor amigo.

Criado assistindo à TV enquanto Denny trabalhava, Enzo se tornou um verdadeiro observador do comportamento humano. Ama documentários, é fã de corridas e, num deles, descobre que na Mongólia se acredita que os cães podem reencarnar como humanos. Desde então, esse se torna o grande objetivo de sua vida: absorver tudo, entender tudo, para que um dia ele possa voltar como gente.

Quando Denny se casa com Eve, Enzo precisa aprender a dividir o afeto. Depois, chega Zoe — a quem ele logo se torna protetor fiel e melhor amigo. Mas a vida não é fácil: Denny enfrentará dificuldades na carreira, doenças, perdas e uma batalha judicial dolorosa pela guarda da filha. E Enzo estará ao lado dele em todas as curvas dessa jornada.

Enzo é quase humano: tem senso de humor, paladar exigente, é crítico, perspicaz, observador. Mas, acima de tudo, é leal. Seu amor por Denny é incondicional. E sua presença, constante — mesmo quando tudo parece ruir.

A grande lição desse livro? Que devemos prestar atenção nos detalhes: olhares, sorrisos, silêncios, pequenas nuances que dizem mais do que palavras. Enzo nos ensina que, às vezes, basta observar com o coração.

📚 A Arte de Correr na Chuva é emocionante, sensível, filosófico, engraçado e, sim... você vai chorar. Mas vai terminar com o coração aquecido — e com vontade de ser uma pessoa (ou um cachorro!) melhor.

Mas olha... sou suspeita pra falar, né? Então leia você mesmo e depois me conta o que achou.



" Lembrei! O documentário dizia que, depois que o cachorro morre, sua alma é libertada para o mundo que nos cerca. Sua alma é libertada para correr o mundo, correr pelos campos, aproveitar a terra, o vento, os rios, a chuva, o sol, o...
Quando um cachorro morre, sua alma é libertada para correr até que esteja pronto para renascer. Eu lembro.
- Tudo bem. Quando eu renascer como homem, vou encontrar Denny..."

"Sempre me senti quase humano. Sempre soube que havia algo em relação a mim que era diferente dos outros cachorros. Certo, estou preso no corpo de um cachorro, mas trata-se apenas da carcaça. O que está dentro é que é importante. A alma. E a minha alma é muito humana.”

" - A verdade está dentro de cada um de nós; a verdade absoluta. Mas às vezes a verdade se esconde em uma sala de espelhos."

“Existem tantas coisas que são ditas sem uma palavra. Existem tantas coisas que são ditas com olhares, gestos e sons. As pessoas ignoram a enorme complexidade dos próprios meios de comunicação. ”


“…Quanto a mim, fui encontrando formas de contornar a loucura. Treino minha maneira humana de andar, por exemplo. Treino a mastigação lenta da comida, como fazem os humanos. Estudo os programas da televisão para descobrir dicas sobre comportamento e para aprender a reagir em determinadas situações. Na minha próxima vida, quando eu nascer de novo como pessoa, serei praticamente um adulto no momento em que sair do útero, por causa de toda a minha preparação…”


" Viver cada dia como se tivesse sido roubado da morte, é assim que eu gostaria de viver. Sentir a alegria de viver, como Eve sentia. Afastar as aflições, os temores, as angústias que enfrentamos todos os dias. Dizer 'Estou vivo', 'Sou maravilhoso', 'Eu sou'. Eu sou. Isso é algo a que devemos aspirar. Quando for uma pessoa, é assim que vou querer viver a vida."

Amêndoas, Won-pyung Sohn



Yunjae nasceu com uma condição neurológica chamada alexitimia, ou a incapacidade de identificar e expressar sentimentos, como medo, tristeza, desejo ou raiva. Ele não tem amigos ― as duas estruturas em forma de amêndoas localizadas no fundo de seu cérebro causaram isso ―, mas a mãe e a avó lhe proporcionam uma vida segura e tranquila. O pequeno apartamento em que moram, acima do sebo da mãe, é decorado com cartazes coloridos com lembretes de quando sorrir, quando agradecer e quando demonstrar preocupação.

Então, no seu décimo sexto aniversário, véspera de Natal, tudo muda. Um ato chocante de violência destrói tudo que Yunjae conhece, deixando-o sozinho. Lutando para lidar com a perda, o garoto se isola no silêncio, até a chegada do problemático colega de escola Gon.

Conforme começa a se abrir para novas pessoas, algo se modifica lentamente dentro dele. Quando suas novas amizades passam a apresentar níveis de complexidade, Yunjae precisará aprender a lidar com um mundo que não compreende e até se colocar em risco para sair de sua zona de conforto.

Amêndoas
Ano: 2023 
Páginas: 288
Idioma: português
Editora: Rocco

Se muitas vezes já é difícil entender as nossas emoções e as das pessoas ao nosso redor, imagina quando você nasce com alexitimia, um traço de personalidade que impede a pessoa de identificar, reconhecer e expressar emoções. Isso sem falar da dificuldade de entender frases irônicas, de duplo sentido ou sarcásticas. 

Yunjae tem alexitimia. Criado pela mãe e pela avô, elas fazem o possível para 'ensinar' sobre emoções, seja recriando alguns possíveis diálogos ou com cartazes que lembram como ele deve reagir em algumas situações. 

Apesar de algumas situações constrangedoras, a vida de Yunjae seguia dentro de uma certa normalidade. Mas o destino gosta de bagunçar, né? E na comemoração do aniversário de 16 anos de Yunjae, sua mãe e sua avô são brutalmente assassinadas na sua frente. Agora ele terá que continuar sem sua rede de apoio. 

O livro segue mostrando experiências e novas relações de Yunjae, mas tudo pelo sua ótica, o que faz com que o leitor entenda como o mundo e as emoções funcionam pra ele. Por vezes você pode se pegar achando a narrativa crua e insensível, e é aí que você percebe como a alexitimia funciona na cabeça do garoto. Devo ressaltar que Yunjae teve a sorte de encontrar boas pessoas em seu caminho como o Dr. Shimm, melhor amiga de sua mãe que o ajuda financeira e emocionalmente: Gon, seu primeiro amigo controverso e conturbado; e Dora... que lhe ensina sobre o amaor.

Amêndoas é um livro denso e sensível ao mesmo tempo, que te leva a questionar a forma como julgamos e tratamos as pessoas que sequer conhecemos; mostra o quanto é importante ser claro quando você quer transmitir um pensamento ou emoção; mas que deixa o seu coração quentinho por ter a certeza de que a amizade ainda pode salvar as pessoas de qualquer coisa e em qualquer contexto.


" Livros me levavam a lugares a que nunca poderia ir de outra maneira. Compartilhavam confissões de pessoas que eu nunca conheceria e vidas que jamais presenciaria. As emoções que não conseguia sentir e as experiências pelas quais não passara podiam ser todas encontradas naqueles volumes. "


" Pegando emprestada a descrição de Vovó, uma livraria é um lugar densamente populado por dezenas de milhares de autores, mortos ou vivos, morando lado a lado. Mas livros são silenciosos. Eles permanecem em silêncio até que alguém folheie uma página. Somente aí deságuam suas histórias, calma e completamente, sem nunca ir além do que eu posso aguentar por vez. "


" Humanos são feitos para seguir em frente e continuar vivendo, afinal de contas. "


" Me lembro daqueles dias em que eu passeava com Mamãe e ela agarrava minha mão. Ela nunca me soltava. Às vezes, me apertava tão forte que doía, e quando eu tentava me soltar, ela me encarava e me dizia para segurar firme. Dizia que famílias andavam de mãos dadas. Vovó segurava minha outra mão. Eu nunca fui abandonado por ninguém. Mesmo que meu cérebro fosse uma bagunça, o que mantinha minha alma inteira era o calor das mãos segurando as minhas, dos dois lados. "




"— O que “amor” significa? — perguntou Mamãe, maliciosa.

— Descobrir a beleza."


" — Crescer significa mudar?

— Provavelmente. Para melhor ou para pior — respondeu ele. "

A gigantesca barba do mal



Na ilha de Aqui tudo é meticulosamente organizado e certinho. As ruas são asseadas, a grama é bem aparada e os homens são rigorosamente barbeados. Dave não foge à regra. Tem um emprego que lhe permite pôr em prática todo o seu senso de organização, bem como distrair a mente de pensamentos indesejáveis, e encontra paz numa rotina totalmente ordeira.

Num dia fatídico, porém, Dave se vê como a raiz de um gigantesco problema: uma barba que irrompe de seus poros e desafia a lógica e a ciência. Logo ela se tornará uma questão de segurança pública e irá abalar as estruturas de Aqui, figurativa e literalmente. Uma fábula arrojada, que faz lembrar Roald Dahl e convida a refletir sobre algumas das questões humanas deste século.


A gigantesca barba do mal
Stephen Collins
Ano: 2016  
Páginas: 240
Idioma: português
Editora: Nemo

Dave é um cidadão comum de Aqui, uma ilha onde tudo é meticulosamente organizado e racional. Os moradores vivem uma rotina rígida, e qualquer coisa que fuja disso é evitado. Do outro lado do mar está Lá, um lugar misterioso e temido, representando o desconhecido e tudo aquilo que foge do controle.


Mas um evento inusitado muda a vida de Dave: um único pelo em seu rosto começa a crescer sem parar, transformando-se em uma barba incontrolável. Dave perde o emprego, sofre preconceito e sua condição se torna um problema de interesse público. O governo, alarmado, busca maneiras de lidar com essa ameaça.


Assim Stephen Collins utiliza a barba de Dave para falar de temas como o medo do desconhecido e a rejeição ao que é diferente, afinal ela simboliza a transgressão, a quebra com o padrão imposto pela sociedade. O autor faz uma crítica sutil e bem-humorada à forma como lidamos com mudanças e como algo inicialmente visto como anormal pode, com o tempo, ser absorvido e até mesmo transformado em tendência.


Além da narrativa cativante, o visual da HQ reforça sua mensagem. A arte toda em preto e branco transmite a rigidez de Aqui. 


Outro detalhe interessante é a obsessão de Dave pela música "Eternal Flame", da banda The Bangles. A melodia e a letra dialogam com o enredo, reforçando a dualidade entre estabilidade e mudança.


Com uma trama instigante e cheia de metáforas sobre a sociedade, "A Gigantesca Barba do Mal" é uma leitura imperdível para quem gosta de histórias que fazem refletir. Uma HQ que, sem dúvidas, merece ser lida mais de uma vez!


Sob a capa vermelha, Mariana Vitória


Vencedor do concurso Sua história nos 10 anos da Galera traz uma jornada sombria inspirada em A Chapeuzinho Vermelho.
Norina sempre temeu os Indomados, mesmo nunca tendo visto um deles. Criada em um casebre por toda sua vida, a garota os imaginava como monstros, tomados por sua besta interior e abandonados pelos Doze Deuses. Até o dia que sua mãe adotiva, Ros, conta a menina que ela é um deles. Desde então, as cinzas das Domas, rituais onde os Indomados são queimados, são um lembrete constante do perigo que ela e sua mãe correm. A garota precisa continuar escondida. Viira, a Rainha imortal e filha dos Doze Deuses, tem outros planos para Norina e a envolve em uma trama para conquistar Gizamyr, reino dos homens-lobo. Com a mãe em uma masmorra, Norina não tem outra escolha a não ser embarcar para o país inimigo, com a capa vermelha da falecida princesa Mirah, esperando que o plano elaborado pela Rainha funcione. A garota então precisa atravessar um mundo que ela achou que nunca veria, onde aqueles como ela são odiados e mortos todos os dias. Entre ser tratada como escória pelos cavaleiros de Viira e interpretar uma princesa em um delicado jogo diplomático, Norina vai descobrir que abraçar a si mesma pode não ser a escolha mais fácil, mas algumas vezes é a única possível.
Sob a Capa Vermelha
Ano: 2018 
Páginas: 362
Idioma: português
Editora: Galera Record


Inspirado de forma sombria e criativa no clássico “Chapeuzinho Vermelho”, Sob a Capa Vermelha, da autora Mariana Vitória, é uma fantasia nacional que surpreende com sua mitologia única, personagens cativantes e uma trama intensa sobre identidade, lealdade e resistência.

Norina cresceu isolada do mundo, temendo os Indomados — criaturas vistas como monstros e condenadas à morte em Tergaron. O que ela não esperava era descobrir que ela mesma é uma Indomada, e que o lobo que vive dentro de si é sua maldição e, ao mesmo tempo, sua força. Quando sua mãe adotiva desaparece misteriosamente, Norina se vê forçada a fazer parte dos planos da Rainha das Rainhas, Viira, e embarca para Gizamyr, o reino dos homens-lobo, sob a identidade da princesa morta Mirah.

A narrativa intercala GGos dilemas internos de Norina com o caos do mundo externo. Um dos pontos altos da obra é a construção de um universo original, repleto de deuses, rituais e criaturas sobrenaturais, que enriquecem a ambientação e dão profundidade à trama. A mitologia criada pela autora se diferencia ao trazer novos elementos à fantasia, sem perder o tom sombrio que a história exige.

Diferente de muitas fantasias tradicionais, o livro foca no amor entre mãe e filha, tornando esse vínculo o verdadeiro motor da narrativa. A relação entre Norina e Ros é sensível, tocante e retratada com autenticidade, destacando a importância do afeto mesmo em tempos de guerra e opressão. Outro acerto da autora está na variedade e complexidade dos personagens: desde Norina, com sua força silenciosa, até Viira, uma antagonista multifacetada que intriga e surpreende.

Apesar de um desfecho um pouco apressado e algumas escolhas narrativas que podem causar frustração (como mortes que pareceram evitáveis), Sob a Capa Vermelha é uma estreia promissora de Mariana Vitória. A autora mostra domínio ao criar uma história rica em reviravoltas e emoção, provando que a fantasia nacional tem muito a oferecer.

Se você busca uma leitura que mistura magia, política, identidade e coragem — com um toque sombrio de contos de fadas —, Sob a Capa Vermelha é uma excelente pedida.


Uma janela sombria, Rachel Gillig


O início da duologia de romantasia gótica fenômeno do TikTok
Elspeth precisa de um monstro. E esse monstro pode ser ela

Para se manter em segurança no sinistro reino de Blunder, Elspeth Spindle precisa esconder um monstro. Ela o chama de Pesadelo, um espírito antigo preso em sua cabeça que a protege e mantém seus segredos a salvo. Mas nada vem de graça, especialmente quando se trata de magia.

Quando Elspeth encontra um misterioso bandoleiro na floresta, ela é lançada em um mundo obscuro e traiçoeiro. O bandoleiro é Ravyn Yew, sobrinho do rei e capitão da Guarda Real, os homens mais perigosos de Blunder. Envolvido em um esquema de traição contra o Estado, Ravyn deseja acabar com a maldição que se esconde na névoa do reino e só Elspeth é capaz de ajudar nessa missão.

Juntos, eles devem reunir as doze Cartas da Providência - que são a chave para a cura. Mas a medida que os dois se aproximam e uma atração inevitável se intensifica, Elspeth vai ter que aprender a confiar no homem que sempre viu como seu maior inimigo enquanto enfrenta seu segredo mais sombrio: o Pesadelo está, aos poucos, tomando sua cabeça e ameaça devorar sua alma - e pode ser que ela não seja capaz de detê-lo.

Uma janela sombria é o primeiro livro da duologia O Rei Pastor. Uma história fascinante e repleta de magia ideal para os fãs de Divinos rivais, Quarta asa e da série de mangá e anime Sakura card captors.

Uma janela sombria
Donzela. Monstro. Mártir.
O Rei Pastor # 1
Ano: 2024 
Páginas: 424
Idioma: português
Editora: Alt


Uma Janela Sombria promete envolver o leitor com um universo de magia e mistério, e cumpre essa promessa com maestria. Rachel Gillig constrói um mundo rico e sombrio, onde a magia está ligada a um baralho especial – as Cartas da Providência – e onde qualquer mágica fora desse sistema é tratada como ameaça.

Elspeth foi infectada pela Bruma e adquiriu poderes mágicos proibidos pela Coroa. E, desde então, tenta se manter longe da Coroa e de seus Corcéis. Mas ainda tem que conviver com um monstro que sussurra enigmas em sua mente, que a ajuda em alguns momentos mas que também aterroriza. só torna tudo mais instigante. O enredo é cheio de segredos, perseguições e reviravoltas, prendendo o leitor em uma teia de mistérios a serem desvendados, principalmente porque Elspeth se envolve com Ravyn Yew, o capitão dos Corcéis, que quer encontrar a última e mais poderosa Carta da Providência para libertar o reino da tirania do rei

A escrita de Gillig é envolvente e poética, chega a dar a sensação de estar em uma floresta de verdade, cheia de nevoa, perigos e descobertas. A construção do sistema de magia, baseada nas Cartas da Providência, é um dos pontos altos da obra, trazendo originalidade e profundidade à narrativa. Além de trazer temas como: identidade, destino e a dualidade entre luz e escuridão. 

E é claro que temos romance! Mas esse é um slow burn com os diálogos afiados e desafios enfrentados. Outro ponto fascinante é  o monstro na mente de Elspeth. Suas falas enigmáticas e poéticas dão pistas sobre os acontecimentos futuros, tornando a leitura ainda mais envolvente. A trama ainda combina mistério, fantasia e reflexões profundas sobre fé e destino, criando uma experiência de leitura instigante e prazerosa.

Para quem gosta de fantasia bem construída, com personagens intrigantes e um toque de poesia na narrativa, Uma Janela Sombria é uma leitura imperdível. E, ao chegar à última página, é difícil não desejar imediatamente a continuação.

O que quer uma mulher, Estrella Escriña Martí

 



O Que Quer uma Mulher
Versão de Estrella Escriña Martí
Ano: 2021 
Páginas: 47
Idioma: português
Editora: Fabbrica


O Que Quer uma Mulher, de Estrella Escriña Martí, é uma adaptação do conto "Mulher de Bath", da obra Os Contos de Canterbury, de Geoffrey Chaucer. A história acompanha um cavaleiro que comete um crime contra uma mulher e, por isso, recebe a sentença de morte. Mas a rainha e suas damas decidem lhe dar uma oportunidade de se redimir e não ser morto. Em vez da execução imediata, ele terá um ano inteiro para encontrar a resposta para uma simples pergunta: o que as mulheres realmente desejam?

Para salvar sua própria vida, o cavaleiro sai em uma jornada de encontros e descobertas, buscando respostas em diferentes lugares e consultando diversas pessoas e fontes de sabedoria. O desafio, porém, se mostra maior do que ele imaginava, despertando sérias reflexões sobre a condição feminina e os desejos das mulheres.

A escrita é simples e instigante, trazendo diferentes pontos de vistas sobre o que significa ser mulher. A autora nos leva a pensar não apenas sobre os anseios individuais, mas também sobre os papéis que a sociedade impõe e como eles influenciam nossas escolhas.

Ao longo da leitura, percebemos que não há uma única resposta para a pergunta do título. Cada mulher carrega suas próprias experiências, sonhos e desafios, tornando essa busca algo profundamente pessoal. Essa pluralidade de vozes e vivências é o que torna o livro tão cativante e universal.


Se os tubarões fossem homens, Bertolt Brecht



Se os tubarões falassem
Por Bertolt Brecht
Título Original: If the sharks were men
Editora: Olho de vidro
Ano de Publicação: 2018
Número de Páginas: 48

 Em Se os tubarões fossem homens, Bertolt Brecht nos oferece uma história com pitadas de ironia e irreverência que nos faz pensar sobre a organização social do mundo, os valores éticos e as relações de poder.
Para Brecht, pensar é um dos maiores prazeres do bicho-homem.

É incrível o poder que um livro ilustrado tem de entregar muito mais do que as imagens fofas tem a oferecer, e Se os tubarões falassem é um exemplo perfeito disso.

Primeiro porque é uma adaptação para os quadrinhos de um texto de Bertolt Brecht, um escritor e pensador alemão do início do século 20, que usava sua arte para criticar a realidade social da época. E segundo porque é com graça e leveza que se atinge corações e mentes.

" Se os tubarões fossem homens, certamente também fariam guerras entre si para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros e obrigariam os seus próprios peixinhos a combater nessa guerras. "

A história parte do questionamento de uma garotinha: "Se os tubarões fossem homens, será que eles seriam mais gentis com os peixinhos?’ 

Ao que, o senhor K. responde que sim e, com humor ácido e cheio de ironia, vai dizendo pra ela as mudanças incríveis que eles fariam, tais como colocar os peixinhos em gaiolas e alimenta-los continuamente ou convence-los de que viver na barriga dos tubarões é a melhor opção.

Assim, Brecht usa uma conversa inocente para fazer uma dura crítica social aos homens que estão no poder que são movidos por interesses próprios e a instituições como escola e igreja que podem contribuir para a alienação de uma sociedade.






A sereia da floresta, Hiro Kawanara



Uma sereia faz um pacto para sobreviver em um outro mundo e em outro corpo. Ela ressurge em uma floresta européia,,durante a Idade Média , onde encontra uma médica e alquimista persa. Juntas, elas tentam se adaptar a essa nova realidade, ao mesmo tempo em que a Grande Peste e a Inquisição assolam o mundo ao redor delas.


A Sereia da Floresta
#1
Hiro Kawanara
Ano: 2023 
Páginas: 160
Idioma: português
Editora: JBC


Brissen é uma sereia que levava uma vida tranquila até que uma tentativa de reprodução entre espécies dá origem a uma doença que dizima o seu povo. Já à beira da morte, as Abaias, seres mágicos, oferecem a Brissen a oportunidade de renascer em outro mundo  e em outro corpo em troca da vida de seu futuro filho.

No mundo de Kui, ela vive reclusa e isolada por ser considerada uma bruxa por ter conhecimentos medicinais de elementos da natureza. E é nesse mundo que Brissen renasce. Resgatada por Kui, logo uma amizade floresce entre elas que é alimentada pela perseguição de um líder religioso que as considera um perigo para o povo. 

Hiro Kawahara utiliza seres fantásticos para falar de uma maneira mais leve sobre preconceito, ignorância, misóginia, o papel da mulher na sociedade e sororidade.

Esse é o meu primeiro contato com o autor e confesso que já fui fisgada por sua obra. Não somente pelo traço nem pelo colorido das imagens, mas também pela quantidade mínima de diálogos que levam o leitor a imaginar o que poderia estar sendo dito; e pela maneira corajosa de abordar temas tão sensíveis criando uma HQ quase feminista. Isso tudo sem contar as cenas de sexo e violências ao longo da história.










Uma canção de amor e ódio, Vinícius Grossos



"Dois astros do pop rivais. Um escândalo capaz de destruir suas carreiras. Será que uma canção de amor é o suficiente para gerenciar essa crise? Benjamin Alves é uma das grandes promessas da música pop brasileira. No entanto, desde que sua carreira começou a deslanchar, ele vem disputando as paradas musicais, as capas de revista e os destaques nos portais de fofocas com outro cantor, Theodoro. Essa foi a combinação perfeita para a criação de uma rivalidade estrelar e, embora saiba que a rixa não passe de ficção, Ben simplesmente não vai com a cara de Theo. Sabe quando o santo não bate? Então, quando os dois são convidados para o mesmo festival, o que era pra ser uma celebração de suas trajetórias se torna um grande desastre midiático. Para tentar salvar a imagem deles, as equipes dos dois combinam uma manobra de marketing: uma canção escrita em conjunto, para mostrar ao grande público que eles são amigos e não se odeiam. Mas será que eles vão conseguir parar de brigar por tempo o bastante para que a estratégia funcione? Em seu novo romance, Vinícius Grossos entrega mais uma deliciosa e apaixonante história, nos fazendo questionar quão tênue é a linha que divide o amor e o ódio."

Uma canção de amor e ódio
Ano: 2023 
Páginas: 336
Idioma: português
Editora: Naci


Ben e Théo são dois cantores nacionais que estão no auge do sucesso. Mas existe uma rivalidade entre eles... quer dizer, Ben tem uma rivalidade com o Théo. Apesar de várias merdas que o Ben faz, (meu abraço para a coitada da agente dele. Patrícia, você é uma guerreira!), tudo piora muitíssimo quando um desentendimento entre os dois vai parar no palco de um grandioso festival e a mídia não dá trégua principalmente para Ben. 


Para limpar sua imagem, a gravadora dos dois astros pede que eles trabalhem juntos em uma música inédita para desfazer os boatos de rivalidade entre eles. Será que eles conseguem? Será que esse tempo que eles vão passar juntos para compor pode mudar o que um pensa e/ou sente pelo outro???


Confesso que poucas vezes na minha vida de leitora odiei tanto um personagem quanto odiei o Ben. Que menino egoísta, mimado, deslumbrado, inconsequente e sem noção! Se fosse por ele, com certeza, eu não teria terminado essa leitura. Órfão de pai e mãe desde a infância, foi criado por um casal de amigos dos pais e teve a sorte de viver em uma família rica e que não vê a sua bissexualidade como um problema. Ou seja, Ben não conhece o mundo real. O que não justifica a personalidade que tem. Mas o livro vai além de Ben, graças ao Vinícius!!!


Enquanto isso, Théo é realmente um fofo, na minha cabeça ele era o Jão. Um cara super sensível, talentoso, lindo e de bom coração. Que nunca fez nada, nadinha para o Ben odiar ele. Ou seja, essa picuinha tá só na cabeça do Ben! E que pena que não tinha um motivo secreto por trás desse ódio todo pra deixar a história mais eletrizante. 


A história traz muito da cultura pop atual, mostra a loucura da vida de uma pessoa famosa por trás das lentes, as coisas das quais precisa abrir mão, o papel da mídia nisso tudo e questões socias envolvendo a comunidade LGBTQIA+ com muitas referências do mundo da música. Ah, e não posso esquecer de falar das cenas hots... Querido leitor, que calor, viu? Acho que o Vínícius Grossos enfrentou essa onde de calor antes de todos nós, exatamente quando estava escrevendo esse livro. 





Ninguém nunca vai saber, Rose Carlyle

 



DA MESMA AUTORA DE A GAROTA NO ESPELHO.

Eles são o casal perfeito. Eles têm o esconderijo perfeito. Tudo o que eles precisam é da vítima perfeita.

Eve Sylvester se vê completamente desamparada após perder o namorado em um trágico acidente de carro. Grávida e sem qualquer respaldo financeiro, ela aceita a proposta de ser a babá do filho de um rico casal que vive em uma isolada e paradisíaca ilha na costa da Tasmânia.

A oferta tentadora vem acompanhada de um estranho pedido: não fale com ninguém sobre o trabalho. Julia e Cristopher Hygate são conhecidos por serem bastante discretos, e preferem que os funcionários sigam o mesmo perfil reservado, quase como se não existissem. E é por isso que Eve é a candidata ideal para a função. A jovem não possui nenhum parente vivo e há muito tempo não tem contato com os amigos. E, o mais importante, ela está grávida.

Para a garota, o emprego é bom demais para ser verdade. Porém, ela não pode deixar de se perguntar por qual motivo os Hygate contratariam alguém sem experiência profissional e ainda mais grávida? Mas já é tarde demais para fazer perguntas. Conforme Eve se infiltra na vida do casal, ela percebe que a intenção de Julia e Cristopher esconde muito mais do que aparenta. E que, se alguma coisa acontecer com ela, ninguém nunca vai saber.

Ninguém nunca vai saber
Ano: 2025 
Páginas: 304
Idioma: português
Editora: Astral Cultural

“Minha jornada aqui nesta ilha parece planejada para não deixar pistas. Se eu nunca mais fosse vista, será que alguém descobriria aonde fui parar?”

Eve não é uma pessoa muito sortuda. Sem família, de luto por seu namorado, grávida, sem apoio da família dele e sem ter como se sustentar, quanto mais agora com uma criança. Nesse cenário trágico, quem recusaria uma proposta de emprego para ser babá do filho de um casal rico, extremamente reservado que mora em uma ilha isolada, com direito a casa, comida, um bom salário? A única exigência é que ela não conte absolutamente nada pra ninguém sobre o trabalho ou sobre onde ela estará e nunca apareça para qualquer pessoa, já que eles prezam pela discrição.

Eve aceita o trabalho e, com o passar do tempo, vai descobrindo quais são as verdadeiras intenções do casal Julia e Cristopher Hygate e quais os segredos sombrios que eles escondem naquela ilha. Ao perceber que Eve sabe mais do que deveria, os Hygate fazem um acordo e ela desiste de fugir da ilha. Mas as coisas só pioram. Afinal, porque eles cumpririam o acordo selado se Eve é praticamente uma refém em sua casa???

Rose Carlyle continua tão boa quanto em A garota do espelho, ou até melhor!!! Ela entregou um trhiller psicológico de arrepiar a espinha e com todos os elementos necessários para uma leitura fluida, contínua e empolgante, enquanto o leitor vai imaginando cenários e sensações que ela descreve como se estivesse lá na ilha com Eve. Isso sem contar a necessidade de descobrir o quê os Hygate tanto escondem e suas verdadeiras intenções com Eve, que faz com que você surte a cada nova pista tecendo inúmeras teorias. 

Eve é uma personagem que te leva do amor ao ódio em menos de 10 páginas, e a autora usa sabiamente a sua personalidade para falar sobre instinto materno, confiança, escolhas e responsabilidade sobre elas e suas consequências. Ninguém nunca vai saber é um daqueles livros que você não vai conseguir largar ou, se conseguir largar, não vai conseguir dormir... Aconselho terminar logo e se surpreender com o final impactante!!!

O Implacável Rei Das Fadas, Leia Stone



Como princesa da Corte do Outono, Madelynn está destinada a se casar com um pretendente escolhido pelo pai. No entanto, ela jamais poderia imaginar que esse compromisso seria com Lucien Almabrava, considerado o monstro mais cruel daquelas terras. Na posição de rei da Corte do Inverno, ele governa com rigor e um espírito cruel, provocando inúmeras tragédias em seu reino. A contragosto, Madelynn avança em direção ao noivado, mesmo com a certeza de que nunca será feliz ao lado dele. Porém, à medida que os dias passam, ela percebe que essa ideia pode sofrer uma mudança drástica. Lucien a trata com imensa atenção e gentileza, fazendo-a reconsiderar todos os rumores sombrios que ouviu a seu respeito. Conforme desvenda a verdadeira história da obscura linhagem de Lucien, Madelynn começa a compreender as razões por trás de seu comportamento impiedoso. A sensação de proteção em relação ao rei se torna cada vez mais intensa e inescapável. Entretanto, uma guerra devastadora se aproxima, e os inimigos estão prontos para fazer o que for necessário para afastar a jovem de Lucien, como parte de um plano para enfraquecê-lo. Persistente, Madelynn não se rende facilmente; ela está disposta a fazer o que for necessário para superar os adversários e proteger o reino. Apesar do rancor que sente em relação ao rei das fadas, por atos cometidos contra sua terra, ela não consegue ignorar os sentimentos que brotam em seu coração.

O Implacável Rei Das Fadas
Os Reis De Avalier #3
Ano: 2025 
Páginas: 224
Idioma: português


Por ser uma das fadas mais fortes de todo o reino, Madelyn Vendaval sempre soube que seria prometida a alguém que lhe fosse parecido, o que ela não esperava era que esse alguém fosse o temível Lucien Almabrava, o rei de Fadabrava, alguém por quem todos nutriam ódio e medo. 

Ao se encontrarem pela primeira vez, os boatos sobre o rei começam a cair por terra e a todo tempo Madelyn se questiona sobre seus sentimentos, levando a prova tudo que sabe sobre o implacável rei das fadas. Porém, o que deveria ser um momento de descoberta e paixão acaba sucumbindo em meio a uma trama de traição contra o rei e iminente guerra contra a rainha de Obscuria, deixando o questionamento do que vai acontecer com os amantes mais poderosos do reino. 

Em meio a uma trama envolvente, cheia de reviravoltas e momentos de tirar o fôlego, Leia Stone nos entrega uma romantasia que cumpre mais do que promete e domina o leitor já nas primeiras páginas. 

Esse foi o meu favorito de toda a saga até agora e devo confessar que o final me deixou ansiosa pelo próximo livro, pois se o lobo não me roubar, já tenho o meu rei favorito das terras de Avalier e este rei é Lucien.

Para quem curte um bom romance e uma excelente fantasia, recomendo se jogar nas páginas dessa história e se envolver com essa guerra entre reinos, amor e traições.

Frizzy, Claribel A. Ortega e Rose Bousamra



Vencedor dos prêmios Pura Belpré e Eisner, Frizzy é uma graphic novel emocionante sobre família, amor, cuidado e, sobretudo, o poder transformador da autoaceitação. Marlene ama três coisas: arte, sua tia maneira Ruby e se divertir com a melhor amiga, Camilla. Mas para sua mãe, Paola, as únicas coisas que ela precisa ter em mente são crescer e estudar.O que significa alisar o cabelo todo fim de semana para que ele fique mais “apresentável” e “bom” sem ter que se preocupar com os fios “rebeldes”. Mas Marlene odeia ir ao salão e não entende por que seus cachos não são considerados bonitos pelos outros. Além do mais, não pode nem brincar pra não desarrumar o cabelo! Com um pouco de chororô, uma pitada de vexame e a ajuda tão necessária de Camilla e da tia Ruby, ela dá início a uma jornada em que aprenderá a valorizar e ter orgulho do próprio cabelo.

Frizzy
Ano: 2024 
Páginas: 224
Idioma: português
Editora: Galera Record


Marlene é apenas uma garota comum que teve o azar(???) de ter nascido com cabelos cacheados em um mundo que valoriza cabelos lisos. E com uma mãe que concorda com isso. Ela não aguenta mais passar os domingos no salão para 'acalmar' seus cachos, mas, se isso agrada a sua mãe que ainda sofre com a ausência do pai, porque não fazer esse sacrifício???


Nessa jornada pra entender porque o seu cabelo é tão indesejado, Marlene tem uma super-heroina de cabelos cacheados, vai descobrir uma prima que sofre o mesmo que ela, vai ser menosprezada por parte da família, mas vai encontrar refúgio na tia também cacheada. Que vai lhe ensinar a maneira correta de tratar dos seus cachos, além de ensinar uma lição que não tem preço: a autoestima.


Frizzy é uma Hq linda na delicadeza dos traços e na mistura fofa de cores para falar a meninas dos 8 aos 13 anos sobre racismo e ensinar sobre empoderamento feminino, sororidade, ancestralidade e identidade.