Caçula de três irmãs, Angela DeSaria já tinha traçado sua vida desde pequena: escola, faculdade, casamento, maternidade. Porém, depois de anos tentando engravidar, o relacionamento com o marido não resistiu, soterrado pelo peso dos sonhos não realizados.
Após o divórcio, Angie volta a morar na sua cidade natal e retorna ao seio da família carinhosa e meio doida. Em West End, onde a vida vai e vem ao sabor das marés, ela conhece a garota que mudará a sua vida para sempre.
Lauren Ribido é uma adolescente estudiosa, bem-educada e trabalhadora. Apesar de morar em uma das áreas mais decadentes da cidade com a mãe alcoólatra e negligente, a menina sonha cursar uma boa faculdade e ter um futuro melhor.
Desde o primeiro momento, Angie enxerga em Lauren algo especial e, rapidamente, uma forte conexão se forma: uma mulher que deseja um filho, uma menina que anseia pelo amor materno. Porém, nada poderia preparar as duas para a repercussão do relacionamento delas. Numa reviravolta dramática, Angie e Lauren serão testadas de forma extrema e, juntas, embarcarão em uma jornada tocante em busca do verdadeiro significado de família.
As Coisas Que Fazemos Por Amor
Ano: 2017
Páginas: 352
Idioma: português
Editora: Arqueiro
Olá, amigos leitores! Tudo bem com vocês?
Quando vi o lançamento da Arqueiro e percebi que era um livro da Kristin Hannah, eu nem tive interesse em ler a sinopse...Pedi no escuro e já fui dizendo pra Dri: Queroooo! Esta é uma autora que gosto muito e que tenho enorme prazer em ler, sentir e pensar com as suas narrativas. Os personagens e as suas histórias são envolventes e trazem sempre temas muito próximos e significativos para as nossas vidas. Eu gosto de livros assim, que nos põem para pensar.
Em As coisas que fazemos por amor temos a oportunidade de conhecer Angela DeSaria. Angie é a caçula de três irmãs e faz parte de uma família de origem italiana, o que podemos chamar de “A Grande Família”. Barulhentos, emotivos, agitados e dando palpites o tempo todo, os DeSaria são também amorosos e acolhedores, como toda grande família deve ser.
Angie é uma mulher metódica, senhora de sua própria vida, que renega um pouco esse jeito tão expansivo de sua família. Sempre soube o que queria de sua vida e planejou a profissão, o casamento e, claro, os seus filhos. Casada com Conlan, ela buscava também construir a sua própria família. Só que nem tudo saiu conforme tinha planejado, essa é grande frustração dos metódicos. A vida é de viés, já dizia o poeta, e Angie viu os seus sonhos, seu casamento e sua almejada maternidade desmoronando.
Após anos tentando engravidar sem sucesso, dois abortos e um bebê que morreu logo após nascer, Angie e Conlan tentam o que muitos casais fazem: adotar um bebê. Também não dá certo e todo esse desgaste emocional termina distanciando-os ao máximo, o que culmina em uma separação. E é a energia do recomeço e a necessidade de salvar o restaurante da família que está prestes a falir que trazem Angie de volta à sua cidade natal: West End. Uma cidade litorânea e cheia de lindas paisagens que trazem lembranças do passado e reconectam Angie à sua origem.
Do outro lado, conhecemos nossa outra protagonista, Lauren Ribido. Com apenas 17 anos, ela é uma adolescente estudiosa, trabalhadora e muito esforçada. Filha de lar destroçado pelo alcoolismo e pela ausência paterna, ela vê nos estudos o passaporte para mudar a sua história e transformar o seu futuro. Lauren é apaixonada por David, seu namorado, e sonha em poder compartilhar seus sonhos com ele. Porém, seus mundos são bem diferentes, há um abismo social que os separa, já que para David é tudo mais fácil, oriundo de uma família abastada, ele tem todas as chances e oportunidades que foram negadas à Lauren
Angie conhece Lauren por acaso e algo muito especial as conecta. Suas solidões e faltas se espelham: Angie sonha com uma maternidade roubada e Lauren sofre pela falta de um amor materno que lhe dê suporte e proteção. Ela faz de tudo para ajudar a menina. Porém a vida traz inúmeras reviravoltas que confrontam as duas e exige delas coragem, desafiando os seus valores mais intrínsecos.
Essa foi uma história que me emocionou e que me tocou muito. A maternidade é quase um dogma instituído pela nossa sociedade e as mães são sempre estas criaturas doces, compreensivas e afetuosas que tudo suportam e que tudo sabem. Mas isso é um ledo engano e ser mãe é algo aprendido pelo coração e pelo cotidiano, algo que transcende as simples experiências do gestar. Em As coisas que fazemos por amor podemos ver as maternidades que se confrontam, o abandono versus a vontade incipiente de amar e as complexidades envolvidas neste processo.
As personagens são ricas e muito bem construídas ao longo da narrativa, de modo que logo nas primeiras páginas nos vemos acompanhando cada sentir e torcendo pelas idas e vindas de cada uma delas. A narrativa em 3ª pessoa também amplia o olhar sobre a história, fazendo com que a complexidade da trama possa ser absorvida de forma mais simples e leve, é como se tivéssemos ouvindo uma história ou se estivemos lá observando tudo de longe.
Hannah é mestra em escrever de forma simples, porém rica e envolvente. Além disso, a diagramação e a disposição dos capítulos ajudam a leitura a fluir de forma impressionante, tanto que nem parece que você leu quase 400 páginas. Por fim, reitero a minha admiração à esta autora que nos presenteia com uma história que fala de afeto, família, maternidade e, acima de tudo, de amor.
Acabei de ver somente a capa deste livro em outro blog que participo e já o quis ler. Amo histórias assim, de personagens diferentes, mas que pela dor ou pelo amor, acabam se unindo para sanar suas dores.
ResponderExcluirOutro detalhe que me chamou a atenção é a delicadeza da capa, que coisa mais singela e tocante. Creio que seja para contrastar com todo o cenário que envolve a história das duas mulheres!
Vai para a lista de desejados, com certeza!
Beijo
Oi Ilmara, gostando muito das resenhas que tenho lido desse livro, ainda não tive a oportunidade de conhecer a escrita da autora mas tenho muita curiosidade por ver tantos elogios as suas obras. Sempre que vejo um caso onde uma mãe destrata constantemente um filho e outro onde uma mulher que quer muito ser mãe não consegue fico me perguntando o porque disso, e acho triste, e assim ver esse encontro e a relação que vai surgir das protagonistas deve ser sensível e muito bonito, o que me deixa bem interessada na leitura. Amei a resenha e espero ter a oportunidade de ler o livro futuramente *__*
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