Uma Proposta e Nada Mais, Mary Balongh

Primeiro livro da sĂ©rie Clube dos Sobreviventes, Uma Proposta e Nada Mais Ă© uma histĂ³ria intensa e cativante sobre segundas chances e sobre a perseverança do amor.
ApĂ³s ter tido sua cota de sofrimentos na vida, a jovem viĂºva Gwendoline, lady Muir, estava mais que satisfeita com sua rotina tranquila, e sempre resistiu a se casar novamente. Agora, porĂ©m, passou a se sentir solitĂ¡ria e inquieta, e considera a ideia de arranjar um marido calmo, refinado e que nĂ£o espere muito dela.
Ao conhecer Hugo Emes, o lorde Trentham, logo vĂª que ele nĂ£o Ă© nada disso. GrosseirĂ£o e carrancudo, Hugo Ă© um cavalheiro apenas no nome: ganhou seu tĂ­tulo em reconhecimento a feitos na guerra. ApĂ³s a morte do pai, um rico negociante, ele se vĂª responsĂ¡vel pelo bem-estar da madrasta e da meia-irmĂ£, e decide arranjar uma esposa para tornar essa nova fase menos penosa.
Hugo a princĂ­pio nĂ£o quer cortejar Gwen, pois a julga uma tĂ­pica aristocrata mimada. Mas logo se torna incapaz de resistir a seu jeito inocente e sincero, sua risada contagiante, seu rosto adorĂ¡vel. Ela, por sua vez, começa a experimentar com ele sensações que jamais imaginava sentir novamente. E a cada beijo e cada carĂ­cia, Hugo a conquista mais – com seu desejo, seu amor e a promessa de fazĂª-la feliz para sempre.
Uma Proposta e Nada Mais
Clube dos Sobreviventes #1
Ano: 2018 
PĂ¡ginas: 272
Idioma: portuguĂªs 
Editora: Arqueiro

                                     

O Clube dos Sobreviventes, como o nome mesmo diz, Ă© um clube de pessoas que sobreviveram aos horrores da guerra, fosse direta ou indiretamente, reunindo 6 membros masculinos e 1 membro feminino, a viĂºva de um militar. Amigos que se aproximaram pela dor e que compartilham lĂ¡grimas e sorrisos. 

“E como todos carregariam marcas de guerra para sempre, haviam combinado que, depois que retomassem suas prĂ³prias vidas longe da segurança de Penderris, passariam algumas semanas por ano lĂ¡, para renovar a amizade, conversar e apoiar-se mutuamente em qualquer dificuldade que surgisse.”

O primeiro livro traz a histĂ³ria de amor de Hugo Emes, lorde Trentham, homem maduro que liderou uma missĂ£o suicida que o marcou no passado e, por este motivo, se tornou herĂ³i e foi condecorado com um tĂ­tulo de nobreza pelo rei. Ao se reaproximar da irmĂ£ e da madrasta, sente a necessidade de se casar para ajudar a irmĂ£ a ser apresentada a sociedade. Claro que o grupo de amigos o desafia a encontrar a mulher certa para ele e, com a ajudinha do destino, ele acaba esbarrando na aristocrĂ¡tica Gwen. 
Gwen estĂ¡ viĂºva hĂ¡ um tempo e muito satisfeita em compartilhar sua vida com a famĂ­lia, nĂ£o vendo necessidade de ter um marido. Ao conhecer o tosco Hugo, ela dĂ¡ de cara com tudo o que menos aprecia em um homem e nĂ£o entende a forte atraĂ§Ă£o que sente pelo taciturno ex-militar.

Narrado em terceira pessoa, sob o ponto de vista de cada protagonista, conheci dois mundos tĂ£o diferentes que nĂ£o admitiam mistura, tal qual Ă¡gua e Ă³leo. De um lado, a aristocracia, do outro,  a burguesia comerciante, inimigas confessas que se enfrentam neste livro carregado de pensamentos e crĂ­ticas sobre a sociedade inglesa da Ă©poca onde as classes sociais eram bem delimitadas e onde o preconceito ditava as regras de comportamento das pessoas. Esse detalhe foi o que achei realmente fascinante durante toda a leitura, pois a escritora apresenta um panorama amplo de como as pessoas viam umas Ă s outras e se prĂ© julgavam sĂ³ por serem da classe A ou B. 

Carregado com o humor tipicamente britĂ¢nico, os personagens aos poucos vĂ£o deixando o coraĂ§Ă£o vencer a batalha contra a razĂ£o e mesmo resistentes acabam se entregando a um amor improvĂ¡vel. Eles se provocam o tempo todo e nĂ£o conseguem admitir um ao outro o que realmente sentem, enquanto isso vĂ£o entrando no mundo um do outro e essa troca de realidade e experiĂªncias acaba trazendo bastante dinĂ¢mica Ă  leitura. ImpagĂ¡vel a cena em que ele explica para ela o que precisa numa esposa.

Confesso que foi um desafio ler o livro, pois gosto muito de diĂ¡logos e a escritora se utilizou mais de uma narrativa de contadora de histĂ³rias, criando textos muitos longos e cheios de descriĂ§Ă£o. Foi meu primeiro livro de Mary Balogh e estou curiosa pelas prĂ³ximas tramas da sĂ©rie, principalmente pelo livro do sobrevivente Vicent, que perdeu a visĂ£o nos campos de batalha .

NĂ£o amei de paixĂ£o, como normalmente amo romances de Ă©poca, mas gostei bastante e recomendo a leitura.


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