A Fazenda dos Animais, George Orwell


A Fazenda dos Animais Ă© a clĂ¡ssica fĂ¡bula de George Orwell, publicada anterioramente no Brasil com o tĂ­tulo A RevoluĂ§Ă£o dos Bichos. Nela, o autor discute os regimes totalitĂ¡rios, a exploraĂ§Ă£o dos trabalhadores e como uma rebeliĂ£o bem-intencionada pode ser usada para oprimir ainda mais os que lutam contra a opressĂ£o. Esta ediĂ§Ă£o traz a novĂ­ssima traduĂ§Ă£o de Sandra Pina e prefĂ¡cio de Eduardo Bueno, que conta a trajetĂ³ria de George Orwell e dessa obra-prima da literatura no mundo e no Brasil, alĂ©m de uma capa exclusiva com cores especiais assinada pelo artista plĂ¡stico Fernando Vilela.

A Fazenda dos Animais
Ano: 2021 
PĂ¡ginas: 136
Idioma: portuguĂªs
Editora: Melhoramentos


Confesso que nĂ£o sei definir se o que mais amei nesse livro foram as irĂ´nicas semelhanças com o nosso governo ou o prefĂ¡cio sarcĂ¡stico, bem-humorado, cheio de informações histĂ³ricas e de referĂªncias literĂ¡rias de Eduardo Bueno que, por si sĂ³

FĂ¡bula - curta narrativa, em prosa ou verso, com personagens animais que agem como seres humanos, e que ilustra um preceito moral.

Nessa fĂ¡bula, Major, um porco que estĂ¡ prestes a morrer, conta para os animais da fazenda sobre o seu sonho de uma revoluĂ§Ă£o dos animais para que eles nĂ£o mais se matassem de trabalhar em benefĂ­cio dos seres humanos, mas que eles trabalhassem em benefĂ­cio prĂ³prio, como uma comunidade.

Com a negligĂªncia cada vez maior dos seus donos e a morte de Major, os animais organizam uma revolta, expulsam da fazenda todos os humanos e criam um regime prĂ³prio de governo cuja premissa bĂ¡sica Ă© que os animais sĂ£o bons e amigos enquanto humanos sĂ£o maus e inimigos. AlĂ©m disso todos trabalham de maneira igual e o fruto do trabalho tambĂ©m Ă© dividido igualmente para todos.

Tudo parece perfeito atĂ© que os porcos, se considerando mais inteligentes que os outros animais, passam a dar ordens e exigir mordomias por acreditarem que o trabalho intelectual que eles fazem de liderar e organizar Ă© mais importante que o trabalho braçal do restante dos animais. Aos poucos, as mudanças sĂ£o absurdas e eles passam a agir quase como humanos, usando roupas, andando sobre duas patas e morando na casa que antes era do proprietĂ¡rio da fazenda, contrariando tudo o que os 7 mandamentos iniciais pregavam.

Assim, o regime antes igualitĂ¡rio, volta a ter as mesmas caracterĂ­sticas de quando eles eram servos dos humanos, sĂ³ que agora sĂ£o explorados por um semelhante.

“As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas jĂ¡ era impossĂ­vel distinguir quem era homem quem era porco.”

E aqui vou me dar o direito de nĂ£o olhar o livro sobre a Ă³tica da polĂ­tica, nem a da Ă©poca em que foi escrito nem a atual. Mas quero falar sobre o ser humano em sua essĂªncia e de como o ser humano Ă© corruptĂ­vel ao menor sinal de poder que lhe Ă© dado ou tomado; de como os seres humanos sĂ£o capazes de, por um detalhe Ă­nfimo, ou atĂ© mesmo por nenhum, acreditarem serem merecedores de algum benefĂ­cio em detrimento do seu igual ou mesmo que isso desmereça ou desfavoreça o seu semelhante; de como somos capazes de pensar em nosso benefĂ­cio prĂ³prio mesmo que grande parte da humanidade nĂ£o tenha nem o bĂ¡sico.

“Todos os animais sĂ£o iguais, mas alguns animais sĂ£o mais iguais que os outros”

Acredito que o que acontece na polĂ­tica Ă© apenas um reflexo do ser humano que nos tornamos e da maneira como agimos no dia-a-dia. A solidariedade e a empatia nĂ£o devem se sobrepujar Ă  ambiĂ§Ă£o e Ă  ganĂ¢ncia.

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