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Caixa 19, Claude-Louise Bennett





Há livros que não apenas contam uma história — eles escavam a alma do leitor, remexem memória e pensamentos. Caixa 19 é um desses. Claire-Louise Bennett não entrega uma narrativa comum, mas um mergulho no universo de uma mulher que se descobre palavra por palavra.


A protagonista, que não revela seu nome, vive entre prateleiras de supermercado e pilhas de livros. Uma mulher comum, que tem a vida mudada quando recebe o livro Além do bem e do mal. A leitura desse livro desperta reflexões que vão muito além da filosofia. É como se o universo da leitura passasse a reger suas escolhas, memórias e até sua percepção de si mesma.


A escrita de Bennett é sensível e crua. Com maestria, ela mescla a fluidez do pensamento com a rigidez das rotinas diárias, provocando no leitor a sensação de estar folheando páginas da própria mente. É como se cada parágrafo dissesse: “eu já senti isso, mas nunca soube colocar em palavras”.


Caixa 19 não é uma história com início, meio e fim — é um livro sobre o que os livros fazem com a gente. Sobre como a leitura nos salva, nos molda e nos permite ser mais do que o mundo espera.


✨ Leitura para quem busca mais do que enredo — para quem quer sentir, lembrar, reconstruir. Um verdadeiro tributo à imaginação e à potência transformadora da literatura.

O rei lobo, Leia Stone


BATALHAR POR UM MUNDO PARA DESFRUTAR DE UM AMOR DO PASSADO.

Zara se destaca como uma das mulheres mais influentes e poderosas, capaz de enfrentar até os membros de destaque da alcateia de lobos. Com tamanha habilidade, não foi uma surpresa quando o Rei Lobo a convocou para participar dos Duelos Reais – que pode decidir quem ocupará o trono de rainha. No entanto, para Zara, há um motivo adicional para entrar nessa competição...

Ela sabe exatamente com quem está lidando, pois conheceu o rei quando ele era apenas o príncipe Axil. Aos quinze anos, ele foi seu primeiro amor e prometeu que, um dia, se casariam. Entretanto, a relação tomou um rumo inesperado quando o irmão mais velho de Axil a menosprezou, e ele simplesmente partiu, deixando para trás todas as promessas que havia feito a ela.

Motivada por de vingança, sua intenção é provar a ele que uma simples aldeã pode se tornar rainha. E decidida a se submeter aos desafios, Zara está ciente de que a recompensa final será casar com Axil e passar o resto da vida fazendo ele se arrepender de tê-la abandonado.

Mas, quando ficam frente a frente, ela percebe que algo mudou; o rei lobo não é mais o mesmo garoto que amava na adolescência. Muitos anos se passaram desde o último encontro, e ele implora por uma segunda chance. Em meio a uma batalha mortal, Zara se sente dividida entre o orgulho e a esperança... mas há uma guerra em curso. O destino de Avalier está em risco e todos os reinos se unem para a batalha final.


O rei Lobo
Os reis de Avalier #4
Leia Stone
Ano: 2025 
Páginas: 224
Idioma: português
Editora: Faro Editorial

Zara Lua de Sangue é uma alfa — uma loba dominante marcada por um coração partido. Anos atrás, ela amou um príncipe... agora rei. E como dita a tradição, esse rei precisa de uma rainha. Por isso, Zara, junto a outras lobas dominantes, é convocada a lutar por esse trono — e por ele.

O que ela não esperava era rever Axil e perceber que, por mais que tenha tentado esquecer, o sentimento ainda vive ali. E mais: descobrir que ele também nunca a esqueceu. Tudo isso acontece em meio a uma disputa por poder, dentro e fora de Lunacrescentis, sua terra natal.

O último livro da série Os Reis de Avalier não decepciona em absolutamente nada. Conhecer Zara e Axil aquece o coração e nos entrega um desfecho arrebatador — daqueles que dominam a gente do começo ao fim.

Comecei essa leitura com sede, embora com o coração apertado por saber que era o fim. E, confesso: não sei se estava pronta para me despedir. Talvez ainda não esteja. Queria mais. Mas o final entrega tudo o que essa história precisava oferecer.

Leia Stone foi simplesmente fantástica ao construir um universo repleto de criaturas mágicas, com cada uma vivendo em sua própria terra — interligadas por laços de amizade, lealdade e destino.

O romance é intenso, envolvente e emocionante. A amizade que sustenta os personagens torna tudo ainda mais poderoso. Eu amei. Amei cada detalhe. Finalizo essa leitura com o coração quentinho — e já com saudade.

Se você ainda não conhece essa série, esse é o seu sinal para embarcar nessa jornada. E se já leu, me conta aqui o que achou!

Os Jogos dos Deuses, Abigail Owen


Treze deuses.
Treze campeões.
E infinitas chances de morrer.

Lyra Keres é a mulher mais solitária de San Francisco. Quando a bolsa de sua mãe estourou bem no templo de Zeus, vinte e três anos atrás, o deus jogou uma maldição sobre a recém-nascida: ela nunca seria amada. Entregue pelos pais à Ordem dos Ladrões ainda criança, Lyra cresceu sem família, sem amigos e sem sequer saber seu verdadeiro nome.
Mas ela está de saco cheio dessa maldição, farta da ira de Zeus. É por isso que, na noite de abertura da Provação, a competição que os deuses promovem a cada cem anos para decidir quem será o rei do Olimpo, ela se dirige ao templo de Zeus, determinada a causar algum estrago. Quando chega lá, porém, ela acaba encontrando… Hades.
O Rei do Submundo não é nada como ela esperava: em vez de roupas pretas da cabeça aos pés, usa botas e jeans; em vez de envolto em sombras, é luminoso, bonito, com olhos prateados; e em vez de enxofre, cheira a chocolate amargo.
Lyra definitivamente não esperava que, pela primeira vez em milênios, Hades decidisse participar da Provação. E muito menos que, entre os bilhões de mortais no mundo, ela fosse a escolhida para ser sua campeã. Mas Hades tem uma proposta sedutora, irrecusável até: além das bênçãos que o vencedor da Provação normalmente recebe, se ela ganhar, ele vai acabar com sua maldição.
Agora, Lyra precisará enfrentar doze campeões, doze deuses do Olimpo ― e uma inconveniente atração cada vez maior pelo deus mais sombrio de todos ― para ganhar a competição e, quem sabe, finalmente ser amada por alguém.
Mas Hades tem seus próprios motivos para entrar na Provação, e seus segredos são mais numerosos que as estrelas no céu. Em meio a desafios mortais, alianças inesperadas e inimigos poderosos, Lyra vai precisar descobrir em quem confiar e no que acreditar se quiser ser a vencedora ― ou ao menos sobreviver à batalha do século.

O mundo está em polvorosa.
Os deuses estão em guerra.
Que comecem os jogos.

Os Jogos dos Deuses
A Provação #1
Ano: 2025 
Páginas: 512
Idioma: português
Editora: Paralela


Amaldiçoada a não ser amada por um Zeus caprichoso e birrento e entregue à Ordem dos Ladrões aos 3 anos de idade como pagamento de uma dívida dos pais. Só aí eu já tive vontade de colocar Lyra no colo!


Mas o que é um arranhão pra quem tem um passado desse, né??? Lyra é escolhida por Hades como sua campeã na Provação, uma espécie de Jogos Vorazes do Olimpo com apenas um vencedor que poderá pedir qualquer coisa como prêmio. 




Os desafios podem ser mortais, mas os vencedores são recompensados com presentes dados pelo deus que representam. Paralelo a isso, vamos conhecendo melhor Lyra, os deuses e os outros campeões. A gente vai entendendo motivações e desejos que surpreendem a cada virada de página. Isso sem falar do romance, da personalidade de Hades, de um Cérbero que dá vontade de levar pra casa e considerações muito atuais sobre a capacidade de corrupção do poder.



No meio dessa onda de tantas versões da história de Hades e Persefone, é extremamente corajoso escrever uma versão que foge, em muitos aspectos, à versão original. Acredito que esse seja o motivo pra dividir opiniões. 


Pra mim, Os Jogos dos Deuses se tornou um favorito. Inclusive perdi a conta de quantas marcações fiz no livro. Na dúvida se é bom ou não,  recomendo a leitura pra justificar os seus sentimentos. 



A sala de espera da Europa, Aimée de Jongh



Em outubro de 2017, a quadrinista Aimée de Jongh viajou até o campo de refugiados na ilha grega de Lesbos para fazer uma reportagem em quadrinhos sobre as condições lá. Câmeras não eram permitidas, mas papel e lápis, sim. Ela ficou lá ao lado de outros quadrinistas por sete dias. O que capturaram em suas HQs forneceram um estudo único sobre o ambiente e as condições dos refugiados. Pela primeira vez, não só as pessoas, mas suas moradas, seus lugares de descanso e de refeições, foram documentadas. Por meio dos quadrinhos, os leitores praticamente conseguem caminhar pelo campo de refugiados e viver as dificuldades do dia a dia deles. Mas, ainda que documental, a história de 25 páginas de Aimée é uma tocante narrativa que sensibiliza a todos para a situação de quem está a espera de entrar na Europa em busca de uma vida melhor.

A sala de espera da Europa
Uma História de Refugiados
Ano: 2022 
Páginas: 32
Idioma: português
Editora: Conrad


A sala de espera da Europa surgiu a partir do que a quadrininsta holandesa Aimèe de Jongh foi convidada a conhecer um campo de refugiados em Lesbos, na Grécia, em 2017. O convite surgiu para que, através dos seus desenhos, a situação alarmante e as condições precárias a que esses refugiados se submetem pudesse ganhar visibilidade, já que fotos e videos eram proibidos naquela região. Munida de papel e lápis, ela só poderia desenhar pessoas se autortizada e só poderia entrar em algum dos conteiners que serviam como casas, se fosse convidada a entrar.


A maioria dos refugiados vinha do Iêmen, Síria e Líbia, mas havia pessoas de vários outros lugares. Mas a Grécia não era o seu destino final, ara epenas 'uma sala de espera' para receber autorização para ir para outros países da Europa. E enquanto não recebia essa autorização, a vida recebeia um grande pause por um tempo indefinido que poderia durar até mais de 1 ano e sem explicações a respeito de critérios para receber o documento.

A HQ retrata, com traços doces e leves, o dia a dia de pessoas que só querem o direito de existir como cidadãos do mundo independente dos limites e dos nomes dados.


Ainda hoje as condições continuam precárias. Mesmo após várias evacuações o local continua superlotado, sem sistema de drenagem nem de esgoto, com sistema de saúde sobrecarregado, ocorrências frequentes de violência de gênero e abusos graças à frágil segurança e falta de iluminação e o índice de suicídios é crescente






Conto dos Orixás, Hugo Canuto


Em um tempo antigo, quando o céu e a terra estavam unidos como duas metades de uma cabaça, divindades e heróis caminharam entre os homens. Travaram batalhas com furor, ensinaram a curar e lidar com a terra, o ferro e o fogo, reinaram e amaram com a mesma intensidade. Alguns desceram do luminoso Orum para lá viverem e realizarem seus destinos, enquanto outros nasceram no Aiyê e pelos feitos se tornaram Orixás, marcando para sempre a história de dois continentes.


Conto dos Orixás
#1
Autor: Hugo Canuto
Ano: 2018 
Páginas: 120
Idioma: português
Editora: Independente



Sabe aquele quadrinho que você termina de ler e pensa: “MEU DEUS, POR QUE EU NÃO LI ISSO ANTES?” Pois é. Conto dos Orixás me pegou de jeito — e com todo o axé possível!

Hugo Canuto simplesmente entregou TUDO. Ele pega a mitologia dos orixás, cheia de força, beleza e ancestralidade, e transforma numa história épica digna de blockbuster, mas com alma, com ritmo de tambor e com orgulho das raízes africanas. Oxóssi, Iansã, Xangô, Oxum, Ogum… cada orixá tem sua personalidade, seus poderes, sua estética e sua imponência. E tudo isso representado com respeito, amor e um traço que é puro impacto visual. Dá vontade de emoldurar cada página!

O mais incrível é que a HQ não é só linda — ela ensina. Cada cena é uma aula de cultura iorubá, um lembrete de que nossos heróis também têm pele preta, usam turbantes, dançam com o vento e fazem da natureza sua aliada.

Se você gosta de mitologia, fantasia, cultura afro-brasileira ou simplesmente de boas histórias, Conto dos Orixás é leitura obrigatória. Terminei querendo abraçar Hugo Canuto e agradecer por colocar tanta representatividade, beleza e magia nas páginas. Um verdadeiro presente para o povo de axé e para quem quer aprender com respeito.