Seis pessoas capturadas e trancafiadas em um bunker, sem contato algum com o exterior. Seis vidas, seis personalidades que poderiam jamais se cruzar, passam a coabitar o mesmo espaço. Linus, um adolescente de 16 anos; Jenny, uma menina de 9 anos; Fred, um dependente quĂmico; Anja, uma mulher elegante e atraente de aproximadamente 30 anos; William Bird, um executivo de 38 anos e Russell Lansing, um fĂsico de 70 anos com a saĂºde debilitada. CĂ¢meras e microfones registram qualquer movimento das seis vĂtimas. NĂ£o hĂ¡ portas nem janelas. Masquem os observa? Por que eles foram os escolhidos? É atravĂ©s do olhar de Linus, o primeiro capturado, que adentramos esse lugar. Os registros em seu diĂ¡rio delineiam a perturbadora arquitetura do bunker – espaço intransponĂvel em que a humanidade Ă© colocada Ă prova, numa espĂ©cie de voyeurismo sĂ¡dico, bĂ¡rbaro e impiedoso.
Bunker
DiĂ¡rio da Agonia
Kevin Brooks
Ano: 2015
PĂ¡ginas: 272
Editora: V&R
Editoras
Pense em um livro
que te tira do seu lugar de conforto! Bunker Ă© um deles!
Bunker, como o seu
subtĂtulo diz, Ă© narrado como um diĂ¡rio pelo Linus, que vĂª sua vida se
transformar em um inferno de uma hora para outra.
Linus Ă© o nosso narrador
que, depois de tentar ajudar uma pessoa na rua, se descobre preso, sozinho, em
uma espĂ©cie de bunker, uma espĂ©cie de abrigo anti guerra, subterrĂ¢neo e com
grossas paredes de concreto, cuja Ăºnica ligaĂ§Ă£o com o mundo exterior Ă© um
elevador.
Ă€ princĂpio, Linus
acredita que foi sequestrado. Afinal, seu pai, com quem tem um relacionamento
difĂcil, Ă© um homem bastante rico, apesar dele preferir morar nas ruas. Mas esse
argumento cai por terra quando Linus descobre que tem companhia: uma garotinha
de cerca de 10 anos.
"O que eu sei? Sou apenas um garoto. Tenho 16 anos. NĂ£o sei nada sobre cuidar de gente. NinguĂ©m jamais cuidou de mim, a nĂ£o ser eu mesmo."
Com o passar das
horas, que parecem interminĂ¡veis, dos dias e meses, os dois se tornam prĂ³ximos
e Linus assume o papel de protetor da pequena. Mas as surpresas continuam a surgir,
atĂ© que temos 6 pessoas sem nenhum vĂnculo anterior vivendo no bunker.
A Ăºnica certeza Ă©
que eles estĂ£o sendo observados por alguĂ©m com uma mente doentia. Aos poucos,
eles descobrem como pedir por comida e outros itens, apesar de serem negados
quaisquer meios de contato com o mundo externo e remédios. Criam meios de
manter o mĂnimo de privacidade, mas sĂ£o severamente punidos em caso de
tentativa de escapar do bunker.
"O engraçado Ă© que, quanto mais eu sinto pena de mim mesmo, menos perigoso isso tudo parece. Sim, Ă© uma droga. É injusto. É inacreditĂ¡vel. É insuportĂ¡vel... Bem, nĂ£o, nĂ£o Ă© insuportĂ¡vel. Nada Ă© insuportĂ¡vel. InsuportĂ¡vel significa algo que vocĂª nĂ£o Ă© capaz de aguentar. Algo que mata vocĂª. Se nĂ£o mata, entĂ£o vocĂª aguenta. NĂ£o Ă© assim? NĂ£o pode ser insuportĂ¡vel. Enquanto eu estiver vivo, estou suportando isso. E, mesmo que isso me mate, pouco vai me importar. Vou estar morto mesmo. NĂ£o vai haver mais nada para aguentar. A menos, Ă© claro, que exista mesmo um lugar chamado inferno."
O universo criado
por Kevin Brooks Ă© intrigante e desafiador! NĂ£o conseguia largar o livro para
tentar entender a mente sĂ¡dica desse observador e seus objetivos. Me peguei
criando mil teorias e possibilidades para explicar os seus sequestros e o
confinamento, achei que teria mil possibilidades...
Mas nĂ£o se
empolgue... Se vocĂª espera respostas, como eu, terminarĂ¡ essa leitura com a
sensaĂ§Ă£o de que o final aconteceu naquele momento em que vocĂª resolveu ir na
cozinha beber Ă¡gua!
Bunker traz uma
histĂ³ria forte, com detalhes bem cruĂ©is, sem aliviar ou colocar panos quentes. VocĂª
verĂ¡ seres humanos levados ao seu limite, seja ela fĂsico ou psicolĂ³gico. Em
alguns momentos, ele chega a te desestabilizar e te faz questionar a natureza
do ser humano e suas nuances, quem vocĂª realmente Ă© quando exposto a situações
extremas.
Apesar do final,
recomendo a leitura pra que vocĂª me ajude a entender a mente de um louco, ou
serĂ¡ que ele nĂ£o Ă© louco?
Ai Drica jĂ¡ tava me empolgando pra ler, e o final Ă© um balde de Ă¡gua gelada. Fiquei muito interessada pela histĂ³ria, mas odeio final mal construĂdo. Mesmo que aconteça uma continuaĂ§Ă£o, acho que finais precisam ser bem trabalhados. Amo Thrillers psicolĂ³gicos, mas eles precisam me conquistar por inteiro.
ResponderExcluirPois é, o livro tinha tudo p dar certo. Daria até um super filme.
ExcluirOlĂ¡!
ResponderExcluirNunca tinha ouvido sobre a obra, gostei bastante do enredo, espero conseguir ler em breve, vou anotar aqui na listinha...
Bjs!
Drica!
ResponderExcluirJĂ¡ gostei porque o livro Ă© escrito em forma de diĂ¡rio.
E se nos tira da zona de conforto e nos faz refletir, ainda melhor, deve ser uma boa leitura, embora pareça um tanto cruel.
“SĂ³ a mĂ¡goa deveria ser a instrutora dos sĂ¡bios; Tristeza Ă© saber.”(George Lord Byron)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
TOP Comentarista de NOVEMBRO com 3 livros + BRINDES e 3 ganhadores, participem!
Sim, Rudy, tem algumas cenas bem fortes. Mas mexe com o que vocĂª acredita.
ExcluirOlĂ¡,essa sinopse jĂ¡ me deixou arrepiado e DESESPERADO para ler o livro (que parece ter uma carga emocional muito forte). Beijos.
ResponderExcluirOi, Drica! Tudo bem?
ResponderExcluirQuando li a sinopse, fiquei bem curiosa. Mas apesar de ser um enredo que prende a atenĂ§Ă£o e um estilo de leitura que eu gosto, fiquei decepcionada por nĂ£o ter um final bem explicado. NĂ£o gosto de leituras assim. A leitura tem que me conquistar por completo. Dessa vez, deixo passar a dica.
Sua resenha, como sempre, muito bem elaborada. Obrigada.
Grande beijo.
Obrigada, MĂ¡rcia. Lamento quando leio livros assim, sabia?
ExcluirNossa, esse livro parece ser aquele tipo que embrulha o estĂ´mago na hora de ler (pelo menos pra mim que sou bem fraca pra suspense). PorĂ©m, a intensidade da histĂ³ria Ă© suficientemente boa para dar aquela curiosidade.
ResponderExcluirUm abraço!
http://paragrafosetravessoes.blogspot.com.br/
N chega a tanto rsrsrs
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