A maldição do Vencedor, Marie Rutkoski

Kestrel quer ser dona do próprio destino. Alistar-se no Exército ou casar-se não fazem parte dos seus planos. Contrariando as vontades do pai - o poderoso general de Valória, reconhecido por liderar batalhas e conquistar outros povos -, a jovem insiste em sua rebeldia. Ironicamente, na busca pela própria liberdade, Kestrel acaba comprando um escravo em um leilão. O valor da compra chega a ser escandaloso, e mal sabe ela que esse ato impensado lhe custará muito mais do que moedas valorianas. O mistério em torno do escravo é hipnotizante. Os olhos de Arin escondem segredos profundos que, aos poucos, começam a emergir, mas há sempre algo que impede Kestrel de tocá-los. Dois povos inimigos, a guerra iminente e uma atração proibida... As origens que separam Kestrel de Arin são as mesmas que os obrigarão a lutarem juntos, mas por razões opostas. A Maldição do Vencedor é um verdadeiro triunfo lírico no universo das narrativas fantásticas. Com sua escrita poderosa, Marie Rutkoski constrói um épico de beleza indômita. Em um mundo dividido entre o desejo e a escolha, o dominador e o dominado, a razão e a emoção, de que lado você permanecerá?
A Maldição do Vencedor
Trilogia do Vencedor #1
Ano: 2016 
Páginas: 328
Idioma: português 
Editora: Plataforma21

A maldição do vencedor é quando você vence as ofertas, mas só pagando um preço muito exorbitante.

Kestrel é nossa protagonista. Filha do general de Valória, cujo exército transforma os conquistados em escravos. Mesmo não concordando com essa prática, Kestrel acaba por adquirir um escravo para si em um leilão.

Esse é o pontapé inicial para uma história cheia de reviravoltas, muita ação e sentimentos conflituosos.
Arin, agora escravo de Kestrel, um herrani, vai virar a vida, o coração e a cabeça da nossa menina. Enquanto isso, se insurge uma rebelião que poderá mudar toda a história desses dois povos.

- Não é isso que as histórias fazem? Transformam coisas reais em falsas e coisas falsas em reais?

Kestrel, como toda jovem valoriana, tem que escolher o seu destino: ou será uma soldada nas batalhas junto a seu pai, o que o faria muito orgulhoso, ou deverá se casar e ser uma distinta jovem aristocrata. Menina doce, elegante, extremamente inteligente, mas também forte e decidida, ela quer ser livre e se recusa a tomar essa decisão.

Mas as suas certezas começam a minar quando Arin passa a fazer parte da sua vida. Presença constante como companhia para as saídas de Kestrel, pois uma moça não pode ser vista sozinha na rua, você verá a admiração entre os dois surgir e crescer gradativamente.

Amantes da música, ela vai deixá-los mais próximos: Kestrel não pode tocar piano, pois isso é tarefa dos escravos. Arin se recusa a cantar por causa das lembranças que isso traz.

A felicidade depende de ser livre, e liberdade depende de ser corajoso.

Kestrel é uma das personagens femininas mais bem construídas que já conheci. A autora consegue mostrar uma infinidade de facetas em uma mesma mulher tornando-a quase real. Uma mulher que sabe quando deve ser frágil e quando deve tomar as rédeas do seu próprio destino; como usar a força e a delicadeza dosados na medida certa.

Por outro lado, Arin é o personagem que arrebata os leitores. Um homem misterioso que nada tem de rústico. Anseia pela liberdade como se a sua existência dependesse dela e vai se deparar com o desafio de se apaixonar por uma representante do povo que o escravizou. Vale ressaltar aqui que Arin não é um escravo comum. Antes de ser escravo, ele e muitos outros, eram homens cultos e ricos pertencentes à alta classe herrani.

Ponto para a construção do romance entre os dois, que surge de maneira natural e delicada mesmo despertando conflitos internos em cada um.


Não posso deixar de elogiar a construção da ambientação da história que a tonar mais crível ainda quando entendemos as motivações de cada povo em conflito. O final da história vai lançar uma infinidade de possibilidades para o que está por vir. 


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