Uma mulher na escuridão, Charlie Donlea

Ao limpar o escritório de seu pai, falecido há uma semana, a investigadora forense Rory encontra pistas e documentos ocultados da justiça que a fazem mergulhar num caso sem solução ocorrido 40 anos atrás.
No verão de 1979, cinco mulheres de Chicago desapareceram. O predador, apelidado de Ladrão, não deixou nenhum corpo ou pista — até que a polícia recebeu um pacote enviado por uma mulher misteriosa chamada Angela Mitchell, cujas habilidades não-ortodoxas de investigação levaram à sua identidade. Mas antes que a polícia pudesse interrogá-la, Angela desapareceu.
Agora, Rory descobre que o Ladrão está prestes a ser posto em liberdade condicional pelo assassinato de Angela: o único crime pelo qual foi possível prendê-lo. Sendo um ex-cliente de seu pai, Rory reluta em representar o assassino, que continua afirmando não ser o assassino de Angela. Agora o acusado deseja que Rory faça o que seu pai prometeu: provar que Angela ainda está viva. Enquanto Rory começa a reconstruir os últimos dias de Angela, outro assassino emerge das sombras, replicando o mesmo modus operandi daqueles assassinatos. A cada descoberta, Rory se enreda mais no enigma de Angela Mitchell, e na mente atormentada do Ladrão. Traçar conexões entre passado e presente é a única maneira de colocar um ponto final naquele pesadelo, mas até Rory pode não estar preparada para a verdade...
Uma Mulher Na Escuridão
Charlie Donlea
Ano: 2019 
Páginas: 304
Idioma: português 
Editora: Faro Editorial

"- É fácil deixar a verdade escapar, mesmo quando está debaixo do nosso nariz."

Preparados para, mais uma vez, serem enganados pelo Charlie Donlea? Com certeza! Afinal, se você já leu algum dos livros dele já experimentou essa sensação de ter o chão retirado dos seus pés bem naquela hora em que você achava que tinha todo o mistério solucionado.

Nossa protagonista é Rory, uma investigadora especializada em reconstituição de crimes. Logo de cara a gente percebe que Rory é uma mulher especial, além de ter uma memória fantástica tem algumas características que sugerem algum espectro de autismo e transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Ela tem dificuldade de se socializar, é avessa ao toque e precisa manter certos rituais para se sentir confortável. 


Rory perde o pai em função de um ataque do coração e se vê obrigada a cuidar do seu escritório de advocacia. Advogada de formação, ela terá que lidar com o mais importante caso do pai: os últimos acertos com a justiça  para a soltura do Ladrão, suposto serial killer que em 1979 foi preso pela morte de sua esposa, apesar de ser suspeito de mais outras 5 mortes. 

Enquanto isso o livro nos leva ao passado, contando a história de Angela Mitchell, mulher extremamente inteligente que, sozinha, consegue reunir provas, que nem mesmo a polícia conseguiu, para a condenação do Ladrão. Mas Angela também tem TOC e, por preconceito, ela não é levada a sério nem por sua melhor amiga. 

Alternando entre passado e presente, Charlie vai ligando as histórias de Rory e Angela e o leitor vai se surpreendo a cada nova descoberta. Além de todo o suspense e mistério envolvendo a vida dessas duas mulheres fantásticas, o autor ainda trouxe uma crítica social muito relevante, que é a forma como a sociedade não está preparada para lidar com o diferente, mesmo que esse diferente seja apenas uma pessoa com TOC ou algum outro tipo de transtorno psicológico. 

"- Eu jamais diria algo para Thomas, mas que diabos há de errado com ela? Angela é um pouco... estúpida? Ela é retardada?
Catherine virou a cabeça e encarou o marido.
- Ela é tudo, menos estúpida, seu idiota. Angela é inteligente de um jeito que você e eu nunca poderemos entender.
- Então por que ela age assim?
- Porque Angela é um gênio, Bill. E as pessoas a tratam como se ela fosse uma leprosa."

A cada livro Charlie se supera! Sua capacidade de criar histórias que prendem o leitor até a última página é incontestável.  Sem contar os detalhes históricos e de ambientação que fazem você visualize todo o cenário criando um filme na cabeça do leitor. Aliado a  todo esse talento tem a qualidade das edições da Faro, com capa lindíssima, diagramação e tradução perfeitas.

Só preciso me acostumar a ser enganada pelo Charlie... rsrsrsrs



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