Esquilos superprotetores, corvos apaixonados, ratos de campo compassivos e veados de luto... Mas estes sentimentos nĂ£o pertencem sĂ³ aos seres humanos?
Peter Wohlleben, um apaixonado pela natureza, apresenta-nos fascinantes e inesperados factos sobre a vida emocional dos animais. Recentes descobertas cientĂficas, a par de histĂ³rias divertidas e comoventes, revelam-nos um mundo por descobrir: o das complexas inter-relações de animais na floresta e na quinta, e da sua vida emocional e cognitiva. IrĂ¡ ficar surpreendido ao verificar como os animais nos sĂ£o muito mais semelhantes do que alguma vez suspeitamos...
A vida secreta dos animais
Amor, tristeza e compaixĂ£o. Observações surpreendentes de um mundo desconhecido
Peter Wohlleben
Ano: 2019
PĂ¡ginas: 150
Idioma: portuguĂªs
Claro que um tĂtulo
como esse nĂ£o passaria batido por mim, nĂ©??? Me encantei com o tĂtulo, com o
fofinho da capa e com todas as boas recomendações que o livro ganhou.
Sou suspeita para falar,
mas nunca concordei com essa teoria de que sĂ³ nĂ³s, seres (supostamente) humanos
e racionais temos sentimentos e que, os animais (supostamente irracionais) tem
todas as suas atitudes controladas por instintos. Me julguem... Sendo assim, um
outro motivo para ler A vida secreta dos animais foi tentar encontrar
justificativa para a minha prĂ³pria teoria.
De inĂcio Ă© melhor
explicar que nem tudo o que Ă© relatado no livro em relaĂ§Ă£o ao comportamento
animal Ă© baseado em experiĂªncias cientĂficas. Em sua maioria, os relatos sĂ£o
baseados na observaĂ§Ă£o do escritor Peter Wohlleben dos animais com quem convive
na fazenda onde mora, sendo algumas comprovadas cientificamente e outras, ainda
nĂ£o.
E sĂ£o inĂºmeros
casos, cada um mais interessante do que o outro. E, tenho certeza, de que se
vocĂª tem algum animal com quem convive, seja de qualquer espĂ©cie, jĂ¡ observou
algum dos comportamentos que o Peter pontua ao longo do livro.
Os capĂtulos sĂ£o
curtos e escritos em uma linguagem acessĂvel a qualquer pĂºblico, sem termos
tĂ©cnicos indecifrĂ¡veis. E cada um deles destaca um comportamento que vai desde
o amor abnegado e busca do conforto pelos esquilos, mostra como o parto e as
alterações quĂmicas que acontecem no corpo de algumas fĂªmeas para a produĂ§Ă£o do
leite materno Ă© muito prĂ³ximo do que acontece com seres humanos, chegando atĂ© a
fidelidade dos corvos que permanecem sozinhos apĂ³s a morte de um companheiro
(mas fico em dĂºvida se essa Ă© mesmo uma caracterĂstica do ser humano).
E o que dizer do
castor que abriga os seus filhos atĂ© os dois anos de idade em sua confortĂ¡vel
toca, mesmo ele jĂ¡ sendo capaz de se virarem sozinhos? Seriam eles exemplos de
uma geraĂ§Ă£o ‘nemnem’ parecida com a dos humanos? Como interpretar o possĂvel
luto dos cervos que, ao perder um filhote sĂ³ se afasta do seu cadĂ¡ver aos
poucos e ainda volta ao local da morte chamando pela sua cria mesmo que seu
corpo nĂ£o esteja mais lĂ¡? VocĂª seria capaz de explicar a compaixĂ£o ou empatia
manifestada por ratos ao ver o seu semelhante sofrer?
Fico me perguntando
porque o ser humano, em sua grande maioria, se recusa a perceber que essa
distĂ¢ncia traçada entre nĂ³s e o reino animal nĂ£o Ă© tĂ£o grande assim... SerĂ¡ que
nĂ£o Ă© apenas uma justificativa para todas as atrocidades e violĂªncias
cometidas, ao longo da histĂ³ria, com os animais? Ou seria um certo ego
megalomanĂaco que nĂ£o aceita ser comparado a um ser considerado irracional?
A vida secreta dos
animais é um livro que corrobora o que muitos acreditam, mas, que também
levanta questionamentos e te leva a pensar no mundo que existe Ă sua volta.
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