A devolvida, Donatella Di Pietrantonio

 
Considerado um dos grandes romances da Itália, onde vendeu mais de 250 mil exemplares, com direitos negociados para mais de 25 países, e adaptações no teatro e no cinema, a autora Donatella Di Pietrantonio traz uma história sensível e emocionante.
Aos 13 anos, uma garota é levada do lar abastado onde vive para uma casa estranha e com pessoas que dizem ser seus pais e irmãos. Na pequena cidade italiana todos conhecem sua história: ela é a criança que os pais naturais, pobres e de família numerosa, “deram” a um parente que não podia ter filhos e que este a devolveu quando a menina frequentava o ensino médio, não por maldade, mas porque a vida pode ser mais complexa do que imaginamos e nos força a fazer escolhas dolorosas.
Ela era a devolvida. Sentia-se como uma estrangeira na nova casa e, desde então, a palavra “mãe” travara em sua garganta. Privada até de um adeus por aqueles que sempre acreditou serem seus pais, ela se vê incrédula ao enfrentar o sofrimento de ser abandonada novamente de forma repentina.
“Minha vida anterior me distinguiu, me isolou na nova família. Quando voltei, falava outra língua e não sabia mais a quem pertencia”.
Forçada a crescer para reintegrar-se ao seu núcleo original, ela vive uma sensação de subtração, de gente esvaziada de significado, e nos ensina em meio à dor como encontrar sentido quando tudo parece desmoronar.
A DEVOLVIDA
Ela falava uma outra língua e não pertencia a nenhum lugar...era sempre uma hóspede
Ano: 2019 
Páginas: 160
Idioma: português
Editora: Faro Editorial

A devolvida é uma história ambientada na Itália por volta de 1975 e narrada em primeira pessoa por uma mulher que conta como foi devolvida para os seus pais biológicos quando era apenas uma garotinha de 13 anos e como a sua vida mudou depois disso.

“Às vezes, basta pouco para a vida mudar de repente.”

Criada por quem acreditava serem seus pais, a garotinha descobre que eles são primos da mãe que a criaram como filha por não poderem ter filhos e por conta da vida difícil que seus pais biológicos levavam.  Isso a livrou de uma vida cheia de privações e escassez.  

Mas tudo muda quando o seu pai adotivo a leva de volta para o que deveria ter sido seu lar durante toda vida... repentinamente, sem nenhuma explicação...

“Com o tempo, perdi também a ideia confusa de normalidade e, hoje, ignoro de fato qual lugar seja o de uma mãe. Isso me falta, do mesmo modo que pode faltar saúde, proteção, certezas. É um vazio persistente, que conheço, mas não supero. Olhar para o nosso interior dá vertigem. É uma paisagem desoladora que à noite tira o sono e fabrica pesadelos no pouco que deixa. A mãe que nunca pedi é a mãe dos meus medos.”

Ela agora terá que dividir a cama com a irmã que não conhecia, fazer tarefas de casa que nunca precisou fazer, além de conviver com falta de higiene, escassez de comida e a falta de carinho por parte da nova família. Seu único refúgio é Adriana, sua irmã, e o laço de amizade que as duas logo constroem como se nunca tivessem sido separadas.  

Mesmo se adaptando à nova realidade, ela não perde as esperanças de que a mãe adotiva vai voltar para buscá-la. Mas apenas até descobrir o real motivo da sua devolução.


Obrigada a amadurecer muito cedo, nossa protagonista nos mostra como fez para enfrentar cada adversidade que a vida lhe jogou no colo.  

O livro é bem curtinho mas tem uma carga emocional bem densa. Além de mostrar um pouco da cultura do local, a autora expõe as mazelas de um lar construído sem amor, onde os filhos são, na verdade, um peso, a não ser que consigam ganhar o seu próprio sustento. Acredito que até mesmo o mais durão dos leitores vá se emocionar com esse drama familiar.



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