“Escrevi este livro porque a busca da perfeição me limitou durante muitos anos. Aos 33, finalmente aprendi a ser corajosa na vida profissional, o que também me ensinou a ser corajosa na vida pessoal. Desde então, venho exercitando o músculo da coragem todos os dias.
Quando deixamos para trás a sofrida necessidade de perfeição, encontramos liberdade, alegria e todas as coisas boas que queremos na vida.
Está na hora de parar de desistir antes mesmo de tentar. Porque, quando desistimos de tudo o que representa desafio, ficamos presas em um estado de inércia e insatisfação que destrói nossa alma. Persistimos em relacionamentos que nos fazem sofrer, em um meio social que nos puxa para baixo ou em uma carreira que nos deixa infelizes.
Ter medo de tentar algo novo, de cometer erros e talvez até de parecer um pouco tolas leva a um monte de talento brilhante desperdiçado, ambições reprimidas e arrependimento.
E se disséssemos simplesmente ‘Dane-se! Vou dizer o que passar pela minha cabeça, mesmo que ninguém goste... ou me candidatar àquela tarefa que parece irrealizável... ou mudar minha vida como sempre sonhei em segredo, sem me preocupar com o resultado’?
Como seria nossa vida?”
Corajosa sim, perfeita não
Cometa mais erros, viva sem medo e com ousadia
Reshma Saujani
Ano: 2019
Páginas: 192
Idioma: português
Editora: Sextante
“ A crença de que os garotos são fortes e resilientes, enquanto as meninas são vulneráveis e precisam de proteção, é ao mesmo tempo profundamente arraigada e disseminada.”
Eu vi este livro e fiquei logo curiosa para conhecer sua mensagem pois achei interessante a ONG criada pela escritora: Girls Who Code, que ajuda meninas a desenvolver seus talentos na área de informática.
O livro é basicamente a transcrição da palestra TED de Reshma Saujani, uma ativista política e assistente de Hillary Clinton que, depois de muito penar neste universo da perfeição, percebeu que precisava se arriscar mais a errar e ser mais corajosa além de animar outras mulheres a fazer o mesmo.
“ O problema é que tanto esforço para agradar todo mundo faz, muitas vezes, com que você goste menos de si mesma.”
O livro é dividido em três partes com mensagens um poucos repetitivas, mas creio que é para reforçar a ideia de que nós mulheres precisamos nos arriscar mais na vida.
Na primeira parte, ela apresenta de onde surgiu sua teoria de que mulheres não são criadas para serem corajosas. Ela conta sua experiência diante de um grande fracasso e mostra outros casos concretos de mulheres que se deixam levar pelas exigências da sociedade e fazem de tudo para serem perfeitas nas atividades que fazem, não admitindo erros ou fracassos. Mostra alguns dados e fala de algumas pesquisas. Mostra também como algumas mulheres que já tentaram brigar por suas ideias acabaram por desistir e preferir continua em suas zonas de conforto.
“ Tenho a impressão de que tudo o que eu disser vai virar uma tempestade em copo d’água, e aí todo mundo vai se meter e me atacar ao mesmo tempo. Então nem me dou a esse trabalho.”
Na segunda parte, ela fala sobre coragem e usa como exemplo aqueles escândalos de assédio sexual que explodiram em 2017 em Hollywood onde muitas mulheres dessa grande indústria resolveram denunciar anos de abusos. Fala sobre a coragem de enfrentar a traição, os cuidados dos filhos, namoros após divórcios.
“ Pois bem: assim como não precisamos ser como homens para sermos corajosas, definitivamente não precisamos ser como homens para sermos bem-sucedidas.”
Na terceira parte, ela apresenta ideias de como abandonar esta mentalidade da perfeição e como se arriscar nas escolhas. No final, o livro traz notas sobre citações utilizadas e muitas perguntas para mediar boas discussões.
Eu gostei bastante das ideias da escritora apesar de que, na minha experiência, percebi que tanto meninos como meninas podem ser criados para perfeição ou para serem corajosos, tudo depende do ambiente familiar. Percebi também, com grande alegria, diante dos fatos e opiniões apresentados no livro, que criei minhas filhas para serem corajosas e não ter medo do fracasso nem das críticas nem de se machucar. A vida já é complicada o suficiente para ainda acrescentarmos mais fatores de tensão na vida de nossos filhos.
Como estudei na área de saúde sei bem a diferença entre homens e mulheres, biologicamente falando, e creio que, mesmo com essas diferenças, somos todos capazes de grandes feitos bastando encontrar nosso talento e não ter medo de usá-lo. Eu, como boa medrosa que sou, sei que o medo não leva a lugar algum e que um bom mentor é capaz de fazer nossa vida deslanchar.
Um título bem sugestivo e que pelo que li acima, traz bem a evolução da mulher, mas também sua própria aceitação!
ResponderExcluirPrimeira resenha que leio da obra e com certeza, já quero ter a oportunidade de conferir!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor