Em um de seus maiores best-sellers, Vonnegut mantém o estilo ácido e engraçado que o tornou um dos escritores norte-americanos mais importantes do século XX
Neste livro — lançado originalmente em 1973, uma sátira sobre guerra, sexo, racismo, sucesso e política nos Estados Unidos — um dos personagens mais emblemáticos e alter ego de Vonnegut, o autor de livros de ficção científica Kilgore Trout, descobre que Dwayne Hoover, um vendedor de carros americano aparentemente normal, está levando a sua ficção ao pé da letra e perdendo o juízo. Com a ajuda de seus famosos desenhos, Vonnegut conduz o leitor por um texto bem-humorado e crítico da sociedade norte-americana neste clássico moderno que o consagrou como um dos autores mais instigantes do nosso tempo.
Café Da Manhã Dos Campeões
Ano: 2019
Páginas: 400
Idioma: português
Editora: Intrínseca
“É mais ou menos assim”. Kurt Vonnegut sempre traz uma frase que marca suas obras e em Café da Manhã dos Campeões não foi diferente. Não espere uma história rica em reviravoltas, pois ela não é. O ponto chave dessa obra é a crítica à sociedade norte-americana da década de 70.
Resumidamente, esse livro irá contar como Kilgore Trout e Dwayne Hoover se conhecem, e como esse encontro resultou numa catástrofe.
Dwayne é um homem bem sucedido, com diversas empresas espalhadas pela cidade de Midland, mas que está começando a perder o juízo. Kilgore é um escritor de ficção científica, mas que quase ninguém conhece. Seus livros e histórias foram publicados muitas vezes em revistas pornográficas, e quase ninguém presta atenção nas palavras existentes nesse tipo de publicação (se é que me entende).
Quando Kilgore é convidado para participar do primeiro Festival de Artes da Cidade de Midland, ele percebe que não é tão desconhecido assim, e finalmente poderá dar voz às suas obras, mas o que o aguarda está longe de ser uma dádiva, e seu encontro com Dwayne não vai ser nada divertido.
Premissa curiosa, não acha? Quando eu peguei esse livro, não procurei saber nada sobre ele, e o que eu encontrei foi uma história cômica, ácida e bastante crítica. O primeiro capítulo tem a mesma reação de uma bomba jogada no meio dos Estados Unidos, e a capacidade do autor de usar críticas tão fortes com uma linguagem cômica foi sensacional.
O ponto mais legal dessa história, em minha opinião, foi o próprio Kurt se colocar como personagem! Vou explicar: Kurt está escrevendo o Café da Manhã dos Campeões, ao mesmo tempo ele narra a história e ainda participa da mesma, interagindo com os personagens. Uma sacada incrível que eu nunca tinha visto em outro livro.
Tenho que elogiar o trabalho da editora, que trouxe o livro em capa dura e com ilustrações do próprio autor, criando um livro lindo de se ter na estante.
Com certeza é uma das minhas melhores leituras desse ano, e quem gosta de livros com esse estilo cru e direto, com traços irônicos e divertidos, com certeza vai adorar fazer essa leitura.
Puxa, também nunca tinha visto ou lido algo semelhante. Quem narra estar ali, dentro do enredo! Adorei muito tudo isso.
ResponderExcluirPrimeira resenha que leio da obra e como não a conhecia ainda, claro que já vai para a listinha dos desejados!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor