Por que não podemos esperar, Martin Luther King


É importante entender a história que está sendo feita hoje, porque ainda há mais por vir, porque a sociedade americana está perplexa com o espetáculo do negro em revolta, porque as dimensões são vastas e as implicações profundas.
PALAVRAS PROFERIDAS EM 1964…
Em 1963, no Alabama, talvez o estado com maior segregação racial nos Estados Unidos, uma campanha lançada por Martin Luther King demonstrou ao mundo o poder da ação não-violenta.
Neste livro, lançado em 1964, o vencedor do Prêmio Nobel da Paz narra esses eventos, traçando a história da luta pelos Direitos Civis nos últimos três séculos mas olhando para o futuro, avaliando o trabalho que precisava ser feito para a igualdade de direitos e oportunidades aos negros e a seus descendentes. Trata-se de uma análise eloquente dos fatos e pressões que impulsionaram o movimento dos Direitos Civis até as marchas públicas que tomaram as ruas naquela época e inspiram as de nosso tempo.
Mais de cinco décadas após sua morte, as palavras de Luther King se mostram atuais para o mundo. No livro, o autor descreve os acontecimentos cruciais que impulsionaram a campanha pela justiça racial, oriunda de um movimento nascido em balcões de lanchonetes e reuniões de igreja, mas que se fez ressoar em todo o planeta.
Por que não podemos esperar é um manifesto único, um testemunho histórico e também um alerta.
Por que não podemos esperar
Ano: 2020 
Páginas: 176
Idioma: português
Editora: Faro Editorial

Sempre aprendo com os meus alunos, e uma das maiores lições que aprendi com alguns deles foi que a importância da figura de Martin Luther King vai muito além da sua frase icônica:

" Eu tenho um sonho de que meus quatro filhos viverão um dia em uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo teor de seu caráter."

Lançado pela primeira vez em 1964, Por que não podemos esperar poderia realmente ter sido escrito no ano passado, quando a Faro Editorial relançou, que ainda seria pertinente a realidade encontrada em países como o nosso, que se auto declaram não-racistas. 

No livro, King nos conta, a partir do seu ponto de vista como testemunha ocular e personagem  a história da luta pelos Direitos Civis e justiça racial para negros. Ao longo do livro ele analisa fatos e autoridades, narrando acontecimentos, a importância deles para o movimento e as influências e consequências de cada um, não só para o momento em que aconteceram mas seus possíveis desdobramentos que poderiam vir a influenciar o futuro.

A luta liderada por King era, entre outras coisas, para garantir que negros e brancos usassem o mesmo banheiro público, andassem pelo mesmo lado nas calçadas e não tivesse distinção de assentos nos ônibus, mas também era por uma educação de qualidade para crianças negras e descendentes e pelo direito ao voto. 

King nos mostra como existiam poucas leis para garantir direitos aos negros e como as poucas que existiam eram criadas com brechas para serem deturpadas ou interpretadas à maneira das autoridades brancas, já que os negros não podiam votar, muito menos serem candidatos para poderem defender as suas demandas. 

Mas, na minha humilde opinião de alguém que nunca sentiu o racismo na pele, o mais assustador dos relatos de King e de muitos outros que ainda ouvimos em nosso cotidiano, é perceber  quanto o ser humano pode ser frio, cruel, miserável e mesquinho, levando em consideração apenas a cor da pele de um ser humano como ele para determinar o seu valor e o seu direito de existir.

E qual é a importância desse livro para os dias de hoje? Enorme! Afinal, como o próprio King declarou e eu assino embaixo: 

"É importante entender a história que está sendo feita hoje, porque ainda há mais por vir, porque a sociedade americana está perplexa com o espetáculo do negro em revolta, porque as dimensões são vastas e as implicações profundas."

Ou seja, se não conhecemos o nosso passado, não somos capazes de entender o nosso presente, muitos menos de continuarmos contruindo o nosso futuro. Mas um futuro melhor, que não repita os mesmos erros cometidos no passado. 

"Assim como o raio não produz som até que atinja o solo, a Revolução Negra foi gerada silenciosamente. Mas, quando aconteceu, o flash revelador de seu poder, o impacto de sua sinceridade e do seu fervor exibiu uma força de intensidade assustadora. Com trezentos anos de humilhação, abuso e privação não se podia esperar que o negro encontrasse a voz em um sussurro."

Precisamos continuar aumento o som dessa voz para que essa luta seja ouvida e respeitada nos cantos cantos do mundo!



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