A última palavra, Tamara Ireland Stone


Samantha McAllister esconde de todos o que se passa em sua cabeça. Sam sofre de Transtorno Obsessivo Compulsivo caracterizado por pensamentos intrusivos. Seus pensamentos não param um segundo do dia, cada passo e palavra suas são controladas, e esconder isso tudo faz com que viver seja um grande esforço.
Tudo piora quando suas amizades começam a se tornar tóxicas e ela é julgada por conta de pequenos erros com suas roupas, comida ou o garoto por quem ela se interessa. Mesmo assim, Sam sabe que ela estaria verdadeiramente louca se deixasse de ser amiga das garotas mais populares da escola.
Por causa disso, Sam é constantemente aconselhada por sua terapeuta a conhecer novas pessoas e fazer novos amigos, pessoas que não lhe provoquem crises de ansiedade e pânico constantes.
Em um primeiro dia de aula assustador, Sam conhece Caroline, uma menina que vai levá-la para uma sala secreta em que um grupo de pessoas que são ignoradas pelo resto da escola se reúne. Ela rapidamente se identifica com eles, especialmente com um talentoso garoto que toca violão, e começa a descobrir uma nova versão de si mesma. Aos poucos ela passa a se sentir mais normal do que nunca, coisa que jamais tinha se sentido antes... até ela encontrar um novo motivo para questionar sua sanidade e tudo o que ama.
A Última Palavra
SE VOCÊ PUDESSE LER MINHA MENTE, NÃO ESTARIA SORRINDO…
Ano: 2020
Páginas: 352
Idioma: português

Se você visse Samantha na escola, diria que ela é a típica adolescente popular: linda, rica e sempre rodeada por um grupo fiel de amigas. Mas se você pudesse ver o que se passa na cabeça dela, veria o quanto ela sofre com pensamentos obsessivos intrusivos. Diferente da maioria das pessoas que tem TOC caracterizado por hábitos físicos repetitivos, Sam é acometida várias vezes ao longo do dia por pensamentos incontroláveis, que geralmente surgem em suas crises de ansiedade.

"Quantos pensamentos o cérebro processa automaticamente por dia?
Minha mãe apela para os fatos para me ajudar a ficar calma.
— Setenta mil — sussurro, lágrimas caindo na minha calça jeans.
— Isso. Você age de acordo com setenta mil pensamentos por dia?
Sacudo a cabeça.
— Claro que não. Esse pensamento foi um em setenta mil. Não é especial.
— Não é especial."

A vida de Sam não é sempre assim. Durante o verão, quando ela está longe das amigas, ela se transforma em outra garota, aquela do tipo confiante, alegre, que é campeã de natação e até flerta com garotos. Mas a escola é o seu campo minado, é o lugar onde ela se sente totalmente vulnerável e insegura pressionada o tempo todo para atender ao padrão dAs Oito Doidas, como ela chama o seu grupo de amigas, que nem desconfiam do que Sam sofre.

A gente entende melhor tudo o que se passa com Sam e como ela tem lidado com tudo isso ao longo de suas sessões de terapia com uma psicóloga do tipo que eu ainda procuro pra mim. E que a aconselha continuamente a procurar novos amigos que a façam se sentir de outra forma.

A última palavra é um dos livros que eu gostaria de ter lido na minha adolescência, a autora fala sobre ansiedade e TOC sem tabus, contando sobre seus sintomas e consequências de uma forma que ajudaria qualquer pessoa ansiosa a se entender o que sente e perceber que não é a única pessoa no mundo que sofre desses sintomas.

A história mostra a importância de uma amizade verdadeira na vida de alguém, e o quanto ela também pode ser destrutiva se você se perder por ela e deixar de ser quem você é pela necessidade de aceitação; mas o seu poder curativo supera qualquer outro sentimento. Mostra também o quanto a terapia pode mudar a vida de alguém ao ser empoderado pelo conhecimento de si mesmo e de seus dilemas.

Sem formulas mágicas, A última Palavra não tenta ensinar a curar transtornos mentais, apenas mostra o quanto somos seres únicos e maravilhosos, especiais por cada característica e sentimentos nossos, complexos de uma maneira particular mas sempre adoráveis, basta se encontrar.

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