O coração é o último a morrer, Margaret Atwood



O projeto Positron parece um sonho realizado para Stan e Charmaine depois de tanto tempo sem ter onde viver, sem esperança e à mercê de criminosos. Porém, uma espiral bizarra de infidelidade, segredos e chantagens abala a aparente satisfação que o casal pensava ter encontrado em Consilience, um lugar em que os corretos são aprisionados e os sem-lei vagam em liberdade.
Charmaine e Stan são um casal jovem que tenta sobreviver a um colapso econômico e social de grandes proporções. Perderam seus empregos, sua casa e, por total falta de recursos, são obrigados a morar no carro, se expondo a todo tipo de risco. Para reverter esta situação, o casal resolve aderir ao Projeto Positron, na cidade de Consilience. Supostamente criado para resolver os problemas sociais causados pela crise, o projeto lhes oferece um lugar confortável para morar, comida boa e emprego fixo. Em meses alternados, no entanto, os residentes de Consilience deixam suas casas e se tornam internos na prisão de Positron. Concluído o período de serviço no sistema prisional, eles retornam à vida civil.

Apesar de estarem sempre sob vigilância e não poderem ter qualquer interação com amigos ou familiares, o esquema não parece um sacrifício para eles. Considerando os benefícios que lhes estão sendo concedidos, a vida no bairro idílico e na comunidade parece perfeita. Porém, quando Charmaine se envolve romanticamente com o homem que ocupa sua casa enquanto ela e o marido estão na prisão, uma série de eventos preocupantes se desdobra e coloca em risco a vida de Stan e a paz alcançada a tão duras custas. De repente, Positron parece menos uma solução e muito mais um arrepiante desafio.

O coração é o último a morrer
Margaret Atwood
Ano: 2022 
Páginas: 416
Idioma: português
Editora: Rocco

Aqui temos uma distopia que tem lugar num futuro próximo, nos EUA. A economia do país está quebrada, Charmaine e Stan estão desempregados e morando no carro, único bem que restou. Vivendo do dinheiro que tinham guardado e dos bicos que Charmaine faz em um bar, eles mal conseguem dormir a noite por medo da violência, já que a crise econômica atingiu pessoas de todas as classes sociais e gangues e pessoas famintas perambulam pelas ruas o tempo todo. 

Acostumados a uma vida tranquila onde os dois tinham bons empregos e uma casa segura e confortável, Charmaine vê a possibilidade de amenizar a dureza de sua vida ao ver na televisão do bar o anúncio do projeto Positron que oferece casa própria e emprego para todos os participantes. Para morar em Consilience basta participar desse projeto experimental em que por um mês você é uma pessoa livre e no mês seguinte você é presidiário em Positron. Enquanto você vive um desses mundos, seus Substitutos estão no outro, alternando lugar e seguindo a regra de nunca manterem o mínimo contato.

Apesar de alertado por seu irmão Connor, um homem violento e envolvido com o mundo do crime, Stan cede ao desejo de segurança de Charmaine e vai com ela para Consilience. Mas, com o passar do tempo, a experiência começa a se mostrar extremamente opressora com todas as suas regras e limites e a curiosidade acaba sendo o calcanhar de Aquiles da história quando Charmaine cede a ela e quebra todas as regrs do Positron além das convenções sociais do matrimônio. 


Numa narrativa eletrizante, feita alternadamente por Charmaine e Stan, você vai conhecendo o que realmente está por trás de projeto salvador até se deperar com a realidade de que toda distopia pode ser uma profecia para o que está por vir em nossa sociedade, enquanto reforça a máxima de que 'Não existe almoço grátis.'. 

O corção é o último a morrer é um livro instigante, real e pertubador, que você sente a necessidade de ler até o fim na esperança de um final feliz para esse realidade tão próxima da nossa. 




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