Bom dia, Verônica


 Um marco da literatura policial brasileira, com mais de cem mil exemplares vendidos e uma adaptação pela Netflix, agora em nova edição. Bom dia, Verônica nos leva às profundezas da loucura e do vício humanos, em um thriller carregado de tensão, com viradas inesperadas e personagens cativantes.
Verônica Torres trabalha no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, da Polícia Civil em São Paulo. É secretária de Carvana, um delegado pouco confiável, e filha de um respeitado policial, que teve um fim trágico e não totalmente esclarecido.
Verônica está afastada de qualquer tipo de investigação, mas, ao presenciar o suicídio de uma mulher em seu trabalho, a fragilidade da vítima e as estranhas circunstâncias que a levaram à delegacia a colocam na trilha de um abusador com requintes de crueldade. Quando recebe uma ligação anônima de uma mulher desesperada, ela seguirá as pistas de uma série de crimes ainda mais sombrios.
Janete é uma dona de casa devotada, que obedece Brandão, seu marido, pelo absoluto terror que nutre por ele. Policial militar, ele está acima do bem e do mal e pratica crimes sexuais de extrema violência e sadismo, em que ela é obrigada a participar – primeiro, aliciando mulheres; depois, acompanhando o desenrolar de suas mortes.
As vidas de Verônica e Janete se entrecruzam e as levam aos limites da violência e da loucura. Ao narrar suas histórias, Ilana Casoy e Raphael Montes criam um thriller sem paralelos na literatura policial brasileira, com uma trama complexa – e uma investigadora inesquecível.

Bom Dia, Verônica
Andrea Killmore
Raphael Montes
Ilana Casoy
Ano: 2022
Páginas: 320
Idioma: português
Editora: Companhia das Letras

“Era o primeiro dia do fim da minha vida. Claro que eu não sabia disso quando abri os olhos pela manhã e vi que estava atrasada.” 
 
Quero começar avisando que esse é um livro com gatilhos relacionados a violência doméstica, relacionamento abusivo, estupro, sequestro, violência sexual, assassinato e suicídio. Se, por algum motivo, algum desses assuntos for incômodo pra você, por favor, nem sequer leia essa resenha.  


Mas o que esperar quando Ilana Casoy (criminóloga especialista em traçar perfis psicológicos de serial killers e escritora), e Raphael Montes (escritor) se unem para escrever uma história, não é mesmo? 


Verônica Torres é hoje secretaria de um delegado, mas já foi uma investigadora... E não se conforma em ficar atrás de uma mesa rodeada por burocracia. Mexida por ter visto uma mulher se suicidar por ninguém acreditar nela e surpresa após receber a ligação de alguém dizendo que o seu marido é um assassino de mulheres e que ela será a próxima, Verônica decide que essa é a oportunidade que ela esperava para mostrar ao seu chefe que é capaz de solucionar os dois casos. Mesmo proibida de fazer investigações.  

“Nessa porra de país escroto, fazer tudo direitinho nunca foi garantia de final feliz.” 

Dividida entre encontrar o homem que aplica golpes financeiros em mulheres frágeis e carentes e ajudar Janete a descobrir provas para as atrocidades cometidas pelo seu marido com outras mulheres, Verônica ainda é casada e mãe de dois filhos e tem uma conduta, no mínimo, questionável quando se tratar de conseguir favores.  
  

Narrado pela própria Verônica, acompanhamos situações atuais como relacionamentos virtuais, e outros que nunca saem de moda, como a corrupção dentro da polícia. Além de mostrar como a mente humana funciona e é capaz de criar as piores atrocidades possíveis. 

 

Apesar de ser uma história relativamente curta, você vai da angústia ao ódio, da revolta ao medo paralisante, da decepção à raiva por praticamente todos os personagens.  


Apesar do ótimo enredo, tive dificuldade em aceitar algumas respostas como a justificativa para as crueldades de Brandão, marido de Janete, que torturava até a morte mulheres indefesas. Na verdade, achei um pouco preconceituoso como suas origens foram abordadas. Verônica não me parece nada profissional e chega a ser leviana em algumas decisões colocando a vida de quem ela quer salvar em risco e por puro impulso ou imaturidade. Mas, ainda assim, a história intriga e prende o leitor até o final. 


E você, já leu? Já assistiu? O que achou? Vai ter coragem de se aventurar?

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