Todas as boas pessoas daqui, Ashley Flowers

 


Todos naquela cidade se lembram do infame caso de January, a menininha que foi encontrada morta horas depois ao seu desaparecimento. Margot tinha seis anos na época, a mesma idade de January – elas eram amigas e vizinhas. Vinte anos depois, Margot amadureceu, formou-se em jornalismo, mudou-se para outro estado, mas sempre viveu assombrada por aquele crime, e com a ideia de que poderia ter sido ela a escolhida pelo assassino... que nunca foi encontrado. Quando retorna à cidade para cuidar de seu tio, Margot sente como se tivesse entrado em uma cápsula do tempo: tudo se parece exatamente como se lembrava - um lugar habitado por pessoas reprimidas e reservadas. Até que outro caso acontece. Natalie Clark, de cinco anos, desaparece em circunstâncias quase idênticas às da menina da sua infância. Com todos os sentimentos de pavor voltando, Margot se vê sem saída. Ou surta ou age. Ela decide, então, investigar o que aconteceu com Natalie e também com sua amiga na infância. Mas a polícia, as famílias e os habitantes da cidade não parecem muito dispostos a ver alguém revirar o passado. À medida que Margot se aprofunda no desaparecimento de Natalie, ela começa a suspeitar de que há algo verdadeiramente sinistro naquela comunidade: uma espécie de pacto de segredos que pode destruir a vida de muita gente. O assassino de January pode ser a mesma pessoa que levou Natalie? E qual será o risco que ela corre ao tentar descobrir o que realmente aconteceu naquela noite vinte anos atrás?
Arrepiante e intenso, Todas as boas pessoas daqui é uma história intrigante, que propõe aos leitores a seguinte pergunta: do que seus vizinhos são capazes de fazer atrás de portas fechadas?

Todas as boas pessoas daqui
O desaparecimento de uma criança traz à tona segredos sombrios de uma cidade, e de um crime idêntico ocorrido vinte anos atrás.
Ano: 2023 
Páginas: 288
Idioma: português
Editora: Faro Editorial


Quando Margot volta para sua cidade natal, Wakarusa, para cuidar de Luke, seu tio que sempre foi como um pai pra ela e está doente, é como se ela fizesse uma viagem no tempo. Foi ali que January, sua melhor amiga, desapareceu e foi encontrada morta, e a vinte anos uma pergunta sempre incomodou Margot: ela poderia ter sido escolhida no lugar da amiga? 

E quando Natalie Clark, 5 anos, também desaparece de maneira muito semelhante à January, Margot acredita que essa é a oportunidade de deixar o seu lado jornalista falar mais alto e ir em busca de respostas para os dois casos, já que o assassino de sua amiga nunca foi encontrado.

Contada em duas linhas temporais, Todas as boas pessoas daqui se alternam entre 2019, o tempo presente, e 1994, passado contado por Krissy, mãe de January, que vai mostrar como ela casou com o menino rico da cidade, o nascimento e a infância de seus filhos, como January se destacava em relação ao seu irmão gêmeo, Jace, a investigação policial do desaparecimento da menina e como ela foi acusada pela cidade da morte da filha. É palpável a angústia na narrativa de Krissy e, talvez até, um certo tom de arrependimento e culpa ao falar de alguns acontecimentos que parecem oferecer pistas cruciais para desvendar o caso.

Já em 2019, Margot se equilibra entre cuidar do tio, recuperar o seu emprego escrevendo uma ótima reportagem e se manter segura apesar dos bilhetes ameaçadores que recebe anonimamente. Enquanto investiga, vamos conhecendo novos personagens e aumentando a nossa galeria de possíveis suspeitos. 

Apesar de ser um clichê do gênero, Ashley Flowers conseguiu criar uma história que prende o leitor e não entedia em momento algum. Seus personagens são críveis e reais, nada óbvios e cheios de nuances que confundem o leitor, assim como fizeram com a polícia a 20 anos atrás. Uma história muito bem construída, que não deixa pontas soltas na revelação dos casos mas que, lamentavelmente, na minha opinião, escolheu deixar um final aberto. Único pecado cometido por Flowers. A não ser que ela escreva um novo livro tão bom quanto esse para justificá-lo.

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