Lendo com a Dani: Quando tudo faz sentido, Amy Zhang

Liz Emmerson Ă© uma garota popular no colĂ©gio e tem uma vida aparentemente invejĂ¡vel. Por que ela tentaria tirar a prĂ³pria vida, simulando um acidente de carro depois de assistir a uma aula sobre as Leis de Newton? Neste surpreendente romance de estreia, Amy Zhang, que nasceu na China e mora no estado de Nova York, aborda temas como abandono, bullying, depressĂ£o e suicĂ­dio com uma narrativa crua e pungente que vai arrebatar os fĂ£s de obras como As vantagens de ser invisĂ­vel, Nuvens de Ketchup e Meu coraĂ§Ă£o e outros buracos negros, entre outros. Na trama, Liz Ă© resgatada por Liam, um garoto que ela sempre desprezou, mas talvez uma das poucas pessoas ao seu redor capaz de enxergĂ¡-la alĂ©m das aparĂªncias. Envolvente e emocionante, o livro – que prende tambĂ©m pelo mistĂ©rio se a protagonista vai ou nĂ£o sobreviver (e que sĂ³ Ă© revelado no final) – mostra a fragilidade, a solidĂ£o e os dilemas dos jovens de forma sensĂ­vel e sincera.

Quando tudo faz sentido (Falling into Place)
Amy Zhang
Rocco Jovens Leitores (2017)
320 pĂ¡ginas


Capa simples, bem lindinha com os tons de azul. Li a sinopse e tive que conferir.

Acredito que os fĂ£s de "Os treze porquĂªs" irĂ£o gostar da leitura, embora nĂ£o tenha uma lista de nomes com culpados.
Liz Emmerson Ă© uma garota popular, muito embora a primeira visĂ£o que tive dela nĂ£o me fez sentir simpatia. Mas ela Ă© uma garota que todos observam sem muito ver. E a armadura dela esconde uma grande necessidade de afeto.

Este livro trata bem a questĂ£o de que, por mais que a pessoa sorria, nem sempre estĂ¡ espelhando o que realmente sente.


O livro Ă© narrado por um personagem misterioso, que nos faz questionar sua identidade, pensei em duas pessoas, mas a segunda, bem, nĂ£o foi aparente de conectar!

Sob a visĂ£o desse personagem vamos tendo flashbacks do momento do acidente, de semanas ou dias antes, atĂ© mesmo horas. E nesse Ă­nterim a autora nos dĂ¡ as pistas para descobrir o que levou a garota a planejar tĂ£o cuidadosamente seu suicĂ­dio.  Temos vislumbres de Liz, da sua mĂ£e, das suas amigas e do fofo do Liam.

Amy Zhang nos faz pensar se realmente damos a devida atenĂ§Ă£o a nossos amigos e familiares a ponto de perceber os sinais de depressĂ£o. E podemos perceber que, embora falemos de uma maneira, podemos ser interpretados de outra, dependendo bastante do humor de quem nos escuta.

Algumas vezes uma simples brincadeira pode soar como ofensa e se a parte ofendida mantiver a boca fechada, o mal entendido nĂ£o poderĂ¡ ser resolvido.

Nada como uma boa conversa, mas precisamos mesmo trabalhar nossos ouvidos para que sejam compreensivos e nĂ£o imaginativos. Seria bom que parĂ¡ssemos de buscar um outro significado no que ouvimos.

E eu pergunto a vocĂªs, acham que Liz sobreviveu? O que serĂ¡ que essa situaĂ§Ă£o desperta em todos os envolvidos? Quem serĂ¡ nosso narrador?

Convido vocĂªs a ler e tentar juntar todas as peças do quebra cabeças. E acredito que ao menos uma das situações irĂ¡ acertar vocĂª em cheio.


                                                              

4 comentĂ¡rios

  1. Dani,
    Eu simplesmente amei essa resenha. Tenho o livro no formato digital e vou procurar ler logo! Parabéns! Abraços,
    Drica.

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    1. Oi Adriana, obrigada, eu espero que vocĂª goste da leitura!
      Obrigada!

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  2. Oi Dani,

    Eu achei a Liz uma personagem extremamente bem construĂ­da: nĂ³s entendemos exatamente de onde vem a dor dela e o porque de suas atitudes, especialmente o bullying que ela pratica.
    Mas meu problema foi a narrativa. Ao nĂ£o seguir uma linha temporal, tive a impressao que a autora se perdeu um pouco e acabou "atirando para todos os lados". E por isso mesmo, alguns aspectos do livro me pareceram superficiais.
    Ahh, e achei a identidade do narrador beeeem forçada tbm.
    Mas ainda assim, foi uma boa leitura.

    Abraço,
    AlĂª
    Alem da Contracapa

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    1. Oi Alexandre, sim, Ă© inegĂ¡vel que com o avanço da leitura podemos entender bem o que leva Liz a agir assim, mas atĂ© lĂ¡, me incomodou um pouco a crueza dela.
      Essa ideia de ir e vir, me deixou um tanto aborrecida, mas depois da metade, consegui me situar. O narrador... bem, foi para lĂ¡ de uma viagem.
      Realmente Ă© uma boa leitura.
      Obrigada por comentar!

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