O outro lado da bola, Alvaro Campos e Alê Braga

Ao se declarar homossexual em um programa de TV depois do assassinato — brutal e com motivações homofóbicas — de um ex-namorado, Cris, jogador de futebol e ídolo de uma nação de torcedores fanáticos, vê sua vida pessoal e sua carreira saírem completamente de controle. Tem então de enfrentar a reação da diretoria e dos colegas de clube, a hesitação dos patrocinadores, a rejeição de grande parte da torcida e a crise familiar que se desencadeia a partir de sua declaração.
A história de Cris é uma ficção, mas poderia acontecer de alguma forma, com o ídolo do seu time e talvez de uma seleção inesquecível. É aí que reside a força da narrativa de "O outro lado da bola", de Alvaro Campos e Alê Braga, com ilustrações de Jean Diaz. Em ano de Copa do Mundo, é difícil virar cada página sem pensar: esse é o mundo em que ainda vivemos. Mas o relógio está correndo, e ainda dá para virar esse jogo. O futebol, afinal, é sempre o melhor pretexto para se discutir as coisas da vida.
O Outro Lado da Bola
#1
Alvaro Campos e Alê Braga
Ano: 2018
Páginas: 216
Idioma: português 
Editora: Record


Cris, um jogador de futebol talentoso e renomado, vê sua carreira se transformar após se revelar homossexual em um programa ao vivo. Um ato de bravura e coragem que, infelizmente, foi visto como uma desonra para o futebol.

Tudo começou após o final de uma partida. Augusto Xavier Brandão foi assassinado, vitima de homofobia. O culpado fugiu e deixou mais um crime sem punição. Guto era o ex-namorado de Cris, e essa notícia foi a gota d’água para ele. O que ele não esperava era que não só a mídia impactaria, mas a sua família também sofreria pelos seus atos.

Considerado como um esporte exclusivo para homens, o futebol é a maior representação da imagem masculina no Brasil, e a homossexualidade é algo impensável. A presença do preconceito e do desrespeito é tão grande que, mesmo sendo uma história fictícia, podemos imaginar que isso aconteceria exatamente assim na vida real. 

Nosso país ainda está tão manchado pelo desrespeito ao próximo, que uma iniciativa como essa poderia acabar em trágicos acontecimentos, como podemos presenciar durante a leitura da graphic novel.

A capa pode parecer simples, mas impacta qualquer um que observa a bola envolta em sangue. A edição é toda em tons de cinza, o que remete ao lado escuro da realidade brasileira dos esportes, em destaque: o futebol.


O outro lado da bola é uma leitura NECESSÁRIA. Uma história envolvida no lado escuro do futebol que ninguém ousou entrar. Corrupção, homofobia, publicidade e coragem são o pano de fundo dessa história que vive no coração daqueles que sofrem todos os dias com medo de mostrarem ao mundo quem são de verdade. Precisamos de mais pessoas como o Cris, pessoas capazes de enfrentar seu pesadelo de frente e mostrar às pessoas que o amor é o que nos move.


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