A umidade relativa das palavras Ă© como uma surpresa na porta de casa. VocĂª abre e pode ser surpreendido, ora por uma pancada surda e vigorosa, ora por uma ponte que encurta os caminhos, ligações que restabelecem o vazio e quebram o silĂªncio. A cada um de seus dezesseis contos, aquela histĂ³ria, que nĂ£o Ă© minha, mas poderia ser, ou jĂ¡ foi, ou serĂ¡ um dia. Autor de O inverno que nĂ£o acabou e outros contos (2015), Adriano de Andrade neste seu novo livro percorre um emaranhado de vozes conhecidas e desconhecidas, ora com palavras Ă¡ridas, ora com palavras Ăºmidas, entrelaçando temas como rivalidade entre irmĂ£s, a linha tĂªnue familiar que agride e sufoca, os medos, as vertigens, a repulsa, a morte, o amor, os vĂcios. Adriano de Andrade parece ter uma escrita inofensiva, mas Ă© vigorosa e sedutora: uma mirĂade de gestos que passamos a descobrir e apreciar, como enlaçados por uma paixĂ£o suspensa no ar. Seus contos tĂªm a capacidade de esparramar letras a perder de vista, envolver e entorpecer o leitor, transformar a escrita para que a leitura seja pura melodia. E, em meio a angĂºstias e reflexões, a figura da mulher surge como referĂªncia de protagonismo neste conjunto de belas narrativas curtas.
Adriano De Andrade
Ano: 2019
PĂ¡ginas: 94
Idioma: portuguĂªs
Editora: Jaguatirica
Se existe um leitor que adora
livros de contos, esse leitor sou eu! Dentre as tantas variações de gĂªneros de
contos, eu procuro aqueles que se aproximem mais da nossa realidade, as
vivĂªncias das histĂ³rias que podem acontecer com quaisquer pessoas no dia-a-dia,
e Ă© isso que acontece em A umidade relativa das palavras.
Dividido em dezesseis contos,
esse livro demonstra enormes surpresas. SĂ£o contos diretos, fortes, e vĂ¡rios
deles irĂ£o deixar uma marca mesmo quando terminamos de ler todos os contos.
Uma dessas surpresas aparece
justo no primeiro conto, A ordem natural, que fala sobre o relacionamento de
duas irmĂ£s gĂªmeas. É um conto bem forte e Ă© um dos que ficaram na minha cabeça
por muito tempo.
Eu gostei muito de me envolver na
escrita do Adriano de Andrade. Seus contos sĂ£o muito bem escritos, em trĂªs
pĂ¡ginas nĂ³s vemos um conto intenso com inĂcio e fim, e essa caracterĂstica Ă©
uma das que eu adoro quando leio um conto.
O livro inteiro nĂ£o passa de cem
pĂ¡ginas, ou seja, Ă© uma Ă³tima indicaĂ§Ă£o para ser lido numa tarde, ou entre
livros grandes. Eu pretendo reler ele em breve, pois como jĂ¡ disse acima, foram
contos que me conquistaram, e eu gosto muito de ler contos bem escritos como
esses.
TambĂ©m sou apaixonada por contos e apesar de preferir os de terror, tambĂ©m sou fĂ£ de poesia, poemas e afins. EntĂ£o contos que tragam essa gama de sentimentos tambĂ©m me anima demais a ler.
ResponderExcluirAinda nĂ£o tinha visto este livro,mas jĂ¡ vou procurar!!!
De vez em sempre, faz bem se entregar apenas as letras que entram na alma!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor