Deixa a criança ser tímida, Fabrício Carpinejar

 

Coleção Pedaços de Vida apresenta a biografia do olhar paterno. Nas crônicas temos Fabrício Carpinejar às voltas com os filhos Mariana e Vicente. São memórias da vida com os filhos, dos sentimentos despertados pela paternidade.
Deixa A Criança Ser Tímida
Coleção Pedaços de Vida
Fabrício Carpinejar
Ano: 2014 
Páginas: 120
Idioma: português
Editora: Edelbra

Este foi mais um livro da coleção Pedaços de Vida, que mistura crônica com poesia e traz uma leitura leve, sensível e reflexiva para leitores pais ou filhos, ou ambos. Neste volume que abre a coleção, Carpinejar nos fala de um mesmo lugar familiar, tendo como foco principal as diversas relações entre pais e filhos.

O autor reconstrói uma infância a partir da caracterização das mais diversas infâncias, passando pela dele. As infâncias do pai se encontram com as infâncias dos filhos: Vicente e Mariana, trazendo um recorte das diferenças que se ampliam e se entrecruzam instaurando o que chamamos de cotidiano. As aprendizagens são mútuas porque não existe “escola de pais”, mas apenas uma vontade de acertar que é impulsionada pelo amor. 

O amor é a tônica deste livro, que fala de como as diferenças também nos ensinam a amar. Carpinejar fala sobre como os filhos são diferentes de nós e de como são diferentes um do outro, e de como o respeito a essas diferenças deve ser levado em conta para que a vontade de se eternizar no filho não nos pregue peças. 
O autor nos mostra o quanto os amores podem ser diferentes e como é preciso aprender a conviver com essas diferenças sem exigir que um filho seja igual ao outro, porque esse “outro” é mais fácil de lidar. Me encontrei em muitas das histórias trazidas por Carpinejar, revisitando a minha infância dos anos 80, bem como relembrando da infância de minha filha, nesse movimento atemporal e cíclico que só gêneros como a crônica nos trazem. 

Por fim, Carpinejar dialoga conosco neste movimento afetivo da memória. Num ir e vir que só as boas leituras conseguem nos proporcionar. Somos mães, somos filhos, somos crianças. Somos as diversas infâncias possíveis e impossíveis desenhadas no coração e na alma de todos nós. O livro é lindo. De ver, de ler, de sentir e de contar. E nos acompanha por um bom tempo mesmo depois de terminada a leitura. Deixando leve o coração e alma perfumada com esse cheirinho de infância que exala pelas suas palavras. Recomendo!


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