Depois do Azul, Élaine Turgeon



Uma família como as outras. Um pai, uma mãe, duas irmãs.
Uma família como as outras até que Geneviève tira a própria vida, à noite, na piscina de sua escola. Sua irmã gêmea, Lou-Anne, tenta então sobreviver ao drama, entre uma mãe devastada pela dor, um pai que bem ou mal finge não se abalar e uma avó que se refugia por detrás da raiva.

A escrita, as palavras e as letras virão ao socorro desta família em pleno naufrágio.

Um romance tocante, como é a vida quando temos quinze anos, com o futuro diante de si e que se decide morrer.

Nessa narrativa dramática, dolorosa e necessária, Élaine Turgeon aborda o suicídio e a depressão com justeza e profundidade.
Porém, sobretudo, ela nos faz reencontrar personagens intensos lutando com a morte, com a vida, no decorrer de uma história repleta de amor e de esperança.
Depois do Azul
Ano: 2017 
Páginas: 144
Idioma: português
Editora: Plataforma21


Se você está achando que essa é a resenha de um livrinho curto, fofo e de leitura fácil... Lamento informar, querido leitor, que você foi enganado! Depois do azul pode até ser fofo em alguns momentos, mas, com certeza, não traz uma leitura fácil. 

Vamos conhecer a história da família de Lou-Anne Boisclair, e a maneira como ela própria, seus pais e sua avó lidam com o suicídio da sua irmã gêmea, Geneviève. 


Geneviève era a gêmea linda, talentosa, que gostava de nadar e desenhar e ainda era inteligente. Sabe aquela pessoa que você jamais imaginaria ser depressiva? Era ela. Até que ela resolve pôr fim a toda a dor que ela sentia morrendo afogada na piscina do colégio com um esquema totalmente planejado. 

O livro alterna os preparativos para o suicídio com partes do seu diário, que é quando entendemos o que Geneviève realmente sente em relação ao mundo; para depois nos mostrar quais as consequências restaram para os membros de sua família. Afinal, o fim da vida de Geneviève não é o fim para sua família nem amigos ou professores. 

                 
Quem nos conta agora a história é Lou-Anne, que carrega o peso de ser olhada de maneira estranha o tempo todo por todos, afinal sua irmã gêmea está morta e como olhar para ela e não lembrar de Geneviève? Isso sem contar o fato de estar sozinha, sem sua companheira, pela primeira vez na vida e por não se perdoar por nunca ter percebido o que havia de errado com a irmã. 

A escrita da Élaine Turgeon é incrível, ela te embala pelos parágrafos mais difíceis com muita delicadeza. As ilustrações do livro referentes ao diário de Geneviève são lindas e retratam fielmente tudo o que ela sentia quando escreveu cada passagem. 


Depois do azul não é um livro triste, é uma história que traz momentos de dor, mas, principalmente, que nos mostra que essa dor pode ser superada. Ela mostra que o suicídio como tentativa de acabar com o sofrimento não é a saída, afinal ele traz o sofrimento das pessoas que você deixou para trás. 


Vamos conhecer também os dramas e dilemas de Pauline, avó das meninas, e de sua filha Jeanne, mãe das meninas, e como a depressão sempre foi uma companheira constante na vida das mulheres dessa família. E é quando a autora se supera e mostra como é importante não estar só, pedir ajuda, ter uma bela rede de apoio e aceitar que você está com um problema e precisa de ajuda, e que tudo bem que isso está acontecendo porque você não é o único a passar por isso! 

                                               


Um comentário

  1. Que resenha dolorida..eu juro que ainda não conhecia o livro. Mas há tanta dor, mesmo sendo um livro tão curtinho, há tantos sentimentos.
    No mês de Setembro, o mês dedicado a prevenção do suicídio.
    Com certeza, já vou colocar na listinha de desejados!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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