Sozinha, Keka Reis



Rosa tem 15 anos e estĂ¡ naquela fase intensa da adolescĂªncia, cheia de impulsos rebeldes, certezas absolutas e desejos inconfessĂ¡veis. Ou nem tĂ£o inconfessĂ¡veis assim, jĂ¡ que em uma das muitas brigas que tem com Julieta, sua mĂ£e excessivamente presente, um pensamento reprimido escapa: “Acho que a minha vida seria muito mais fĂ¡cil se vocĂª morresse de uma vez”.
AtĂ© aĂ­, normal. Provavelmente nove entre dez meninas que estĂ£o nesse momento de construir a prĂ³pria identidade e de se libertar das expectativas familiares jĂ¡ desejaram a morte da mĂ£e pelo menos uma vez na vida. A histĂ³ria explica e a psicanĂ¡lise tambĂ©m. EntĂ£o, com o tempo, as brigas diminuem e a relaĂ§Ă£o se transforma.

Mas, para Rosa, o impensĂ¡vel acontece: logo apĂ³s o Ăºltimo conflito com a mĂ£e, logo apĂ³s Rosa desejar sua morte, Julieta sofre um aneurisma fatal. Agora, a jovem terĂ¡ que atravessar uma das fases mais complexas da vida sem a mĂ£e, sua maior referĂªncia.

Sozinha Ă© uma jornada emocional de transformaĂ§Ă£o e amadurecimento que toca em importantes questões da juventude contemporĂ¢nea, trazendo Ă  tona a delicada – e Ă s vezes simbiĂ³tica – relaĂ§Ă£o entre as meninas adolescentes e suas mĂ£es.

Sozinha
Ano: 2022
PĂ¡ginas: 208
Idioma: portuguĂªs
Editora: Gutenberg

Rosa, 15 anos, estuda, namora, tem duas melhores amigas e nĂ£o consegue se entender com a mĂ£e. Ou seja, uma adolescente como outra qualquer. Cansada dos conselhos, reclamações e cobranças da mĂ£e, Rosa acredita que, se a mĂ£e morresse, sua vida seria muito mais fĂ¡cil...

Mas Ă© isso que realmente acontece... Julieta morre sozinha enquanto dormia e agora Rosa tem que lidar com a sua ausĂªncia, a dor do luto e as mudanças que vĂ£o acontecer em sua vida. 

Apesar do choque e da dor, Rosa nĂ£o consegue chorar, mesmo depois de passar dias trancada no quanrto, isolada das amigas e do namorado e de saber da decisĂ£o do pai de mudar para a casa de sua avĂ³, Maria CĂ©lia, com quem sua mĂ£e nĂ£o tinha uma boa relaĂ§Ă£o e ela tambĂ©m nĂ£o quer ter.

Tive a sorte de conhecer Keka esse ano. Ainda nĂ£o tinha lido nada dela, mas depois de bater perna na Paulista e conversar sobre mlhões de coisas, eu entendi que ela tinha muito a me dizer. Confesso que, em vĂ¡rios momentos, quis apertar o pescoço de Rosa. Afinal ela tinha uma mĂ£e incrĂ­vel e nĂ£o conseguia enxergar isso. AtĂ© que lembrei da minha adolescĂªncia e das reclamações dos meus alunos e cheguei a conclusĂ£o que essas atitudes meio que fazem parte do processo de construĂ§Ă£o de quem nĂ³s seremos mais tarde.

AtĂ© que Rosa me conquistou! Oscilando entre a revolta e a culpa, a realidade e o surto, Rosa vai tentando reconstruir sua vida e descobrir quem ela realmente Ă© agora, sem a presença da mĂ£e como referĂªncia. 

AlĂ©m do luto, Keka traz Ă  tona assuntos necessarios como o papel importante que os amigos tem em todos os momentos da nossa vida, a complexidade das relações familiares e a necessidade de cuidar da saĂºde mental. 

Como professora de adolescentes, fiz a leitura sentindo que Rosa poderia ter sido minha aluna, e ela confirmou pra mim que o que eles mais querem Ă© se sentirem amados e serem ouvidos. E vocĂª, precisa de alguĂ©m pra conversar? Chama aqui!

Obrigada, Keka!!!

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