Quilombo Orum Aiê, André Diniz

 

Capivara é o apelido de um menino escravo que cresceu ouvindo falar de um quilombo idílico, onde não há guerra, fome nem doenças, e todos vivem em paz com a natureza. Após uma perigosa revolta de escravos em Salvador, ele resolve que esta é a hora de tentar achar o mítico Quilombo Orum Aiê e finalmente reencontrar seu pai.

O Quilombo Orum Aiê
Ano: 2010 
Páginas: 110
Idioma: português
Editora: Galera Record
Quilombo Orum Aiê nos conta a história da Revolta dos Malés, um movimento liderado pelos escravos malés que oram trazidos da África para Salvador e que lutavam contra a situação desumana a que eram submetidos. 
Estamos em Salvador, no ano de 1835. Nesse momento histórico, o que mais temos são escravos que trabalham na rua ou em estabelecimentos comerciais mas que entregam todo o ganho para o seu senhor. Se misturam também escravos de várias origens, etnias e religiões oriundos de vários partes da África. 

Vinícius, apelidado de Capivara porque se recusa a comer carne porque não acha justo matar um animal para comer, é um jovem escravo que cuida do padrinho e é aprendiz de um outro escravo que trabalha como barbeiro. Seu sonho é fugir e ir viver no Quilombo Orum Aiê, que tanto sua mãe falava e que ele acredita saber exatamente como chegar lá por causa de suas histórias. 

Com a revolta dos escravos, Capivara e Fagundo aproveitam para fugir. Mas também são acompanhados por Sinhana, jovem por quem Capivara nutre um forte sentimento; por Antero, um branco foragido da justiça, e por Abul, um escravo malé que não fala a língua deles. E aqui eu quero ressaltar a riqueza de personalidade com a qual cada personagem foi construído. Através de diálogos interessantíssimos e cheio de citações de filósofos, vamos acompanhando a jornada desse grupo incomum, conhecendo suas peculiaridades  e torcendo para que eles encontrem o tão sonhado quilombo e a liberdade.   

Além de uma história incrível, não posso deixar de exaltar o traço do André Diniz que dá um toque todo especial à história por ser absolutamente influenciado pela arte africana. Uma maneira de aprender mais sobre esse período ao esmo tempo rico e cruel da nossa história, enquanto absorvemos um pouco de filosofia e analisamos as questões internas de cada personagem. Recomendadíssimo. 

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