O príncipe, Maquiavel



Esta obra constitui uma leitura essencial para quem deseja aprender a navegar melhor em ambientes competitivos e prosperar. Os princípios de Maquiavel fornecem uma base sólida para o jogo da vida em sociedade e, a despeito de muitas interpretações equivocadas, não são uma ferramenta para maldosos. Antes, servem como uma preparação para quem não deseja se tornar uma vítima constante das armadilhas do mundo.

Escrito em 1513, O príncipe só foi publicado em 1532, cinco anos após a morte de Nicolau Maquiavel. E alcançou já em sua época enorme repercussão, devido ao papel fundamental que a obra representa na construção do conceito de Estado, tornando-se a peça-chave para um bom desenvolvimento do cenário político e a segurança da sociedade.

Com o avanço das décadas, O príncipe não perdeu a atualidade e continua a ser visto como um tratado político para modelar a estrutura governamental dos tempos modernos.


O Príncipe
Ano: 2023 
Páginas: 96
Idioma: português
Editora: Avis Rara

“A soberania se conquista através da astúcia e da traição, conserva-se através da mentira e do homicídio, perde-se pela lealdade e pela compaixão”.


Curiosa para realmente entender o uso do termo 'maquiavélico', me enveredei por essa leitura aparentemente curta mas que demora um pouco para ser feita justamente pela linguagem do autor e pela complexidade dos assuntos abordados.

" Os homens hesitam menos em ofender quem inspira amor do que quem inspira medo. "

Escrito em 1513, quando Maquiavel foi banido da França sob a acusação de conspiração contra o governo por ser um oficial republicano em um momento de grandes transformações políticas, o livro parece ser uma tentativa de mostrar todo o seu conhecimento político e cair nas graças do próximo príncipe governante ensinando, principalmente, o que fazer para conquistar e manter o poder.

“Quem vence não quer amigos suspeitos e que não ajudem nas adversidades; quem perde não te aceitará porque não quiseste, de armas na mão, correr a mesma sorte”.

Maquiavel acreditava que todos os governos tem que controlar o povo para evitar conflitos e devem pensar no coletivo para evitar que o egoísmo, inerente ao ser humano, prevaleça em relação ao bem estar de todos. Para isso, o governante tem que passar a imagem de um ser piedoso, humano, fiel, integro e religioso, mesmo que ele não seja nada disso; deve desconfiar de todos; além de ter sorte, ser um bom mediador e saber tomar decisões rápidas. Isso sem falar na dúvida entre ser temido ou ser amado. Baseado nessas ideias, dá pra perceber que ele acreditava no governo como uma espécie de salvador da pátria, sem o qual viveríamos numa barbárie.

" Daí nasce uma controvérsia, qual seja: se é melhor ser amado ou temido. Pode-se responder que todos gostariam de ser ambas as coisas; porém, como é difícil conciliá-las, é bem mais seguro ser temido que amado, caso venha a faltar uma das duas. "

Na verdade, acredito que Maquiavel foi muito corajoso ao falar exatamente como as coisas se desenrolam nos bastidores do poder e o que é feito pelos que lá estão para permanecerem em seus postos, mesmo que seja necessário enganar o povo. Poucas vezes vi uma leitura tão atual...

“Nunca foi sensata a decisão de causar desespero nos homens, pois quem não espera o bem não teme o mal.”

" Um sinal de inteligência é a consciência da própria ignorância. "

" Nunca tente ganhar pela força o que pode ser ganho pelo engano. "

" As injúrias devem ser feitas todas de uma só vez, a fim de que, saboreando-as menos, ofendam menos: e os benefícios devem ser feitos pouco a pouco, a fim de que sejam mais bem saboreados. "

 

" Nenhum indício melhor se pode ter a respeito de um homem do que a companhia que frequenta: o que tem companheiros decentes e honestos adquire, merecidamente, bom nome, porque é impossível que não tenha alguma semelhança com eles. "

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