Lendo com a Dani: A indomável Sofia, Georgette Heyer


Sofia Stanton-Lacy é alegre, impulsiva e de uma franqueza desconcertante, características que não combinam com o que se espera de uma mulher em sua posição na sociedade londrina do início do século XIX. Educada durante as viagens de seu pai, órfã de mãe, ela chega à casa de sua tia em Berkeley Square para derrubar as convenções e surpreender a todos com seus modos independentes e sua língua afiada. E Sophy parece ter chegado no momento certo: seus primos estão com muitos problemas. O tirânico Charles está noivo de uma jovem tão maçante quanto ele, já Cecilia está apaixonada por um poeta, e Hubert tem sérios problemas financeiros. 

A prima recém-chegada decide então ajudar a todos com sua determinação e impetuosidade, e acaba enfrentando agiotas, roubando os cavalos de seu primo e atirando de raspão em um honrado cavalheiro. Embora sejam sempre mirabolantes e arriscados, seus planos sempre dão certo e tudo parece estar sob seu controle. O que ela não espera, porém, é que seu primo Charles, que aparentemente não vê a hora de arrumar um marido para ela, de repente passa a enxergá-la com outros olhos...
A indomável Sofia (The grand Sophy)
Autora: Georgette Heyer
Editora Record (2016)
406 páginas

Quem acompanha minhas resenhas sabe bem que amo um livro de romance histórico. Quando a Dri ofereceu este, não pestanejei.

Porém ele não foi nada do que esperei.

Pensem numa leitura enfadonha? Esse começo de livro me custou umas duas tentativas frustradas de leitura e na terceira por teimosia segui adiante.

A linguagem é deveras formal, tem umas construções que para mim soaram confusas. 

Um diálogo por vezes deixava de ser escrito no formato de parágrafos com travessão para uma prosa na qual se concluía a conversa. Em outras a interrupção acontecia antes, vide imagem abaixo:


Daí você pensa que é de todo ruim. Não. Dá para você rir um pouco com certas travessuras.

Sophia Stanton-Lacy tem vinte anos e total liberdade de agir fora dos padrões, para desespero de todos da família. Com exceção do pai que para mim deu liberdade em excesso.

Que a mocinha decida agir e pensar por si, ótimo, mas a não pensar muito em certas atitudes que colocariam a própria vida em risco, foram um excesso para mim.

Ela não tem papas na língua e logo entra em atrito com o primo Charles.

Charles Rivenhall é um rapaz que exala seriedade pelos poros, tão rígido - até mais que os pais - está noivo de uma mulher tão irritante quanto ele.

A chegada de Sophia vai causar dores de cabeça para o rapaz e muitas discussões.

Embora o pai tenha deixado a tia responsável por arrumar um pretendente para a sobrinha, após encerrar a leitura creio que a garota já chegou certa de quem seria seu marido.

Um livro de romance no qual eu ainda procuro pelo ingrediente. Não tem cenas que me fizeram suspirar ou ao menos sorrir e imaginar "já se apaixonaram, falta enxergar isso".

Gostei das crianças por sua agitação e inocência, além da curiosidade pertinentes à idade.

Os personagens secundários passaram tão batidos para mim que nenhum teve destaque.

Um poeta que vive avoado, uma prima teimosa e coquete, uma tia chegada a ter chiliques nervosos, um pai tão desapegado que me deixou feliz por pouco aparecer.

O final do livro me deixou boquiaberta e estupefata por não ter suprido minhas expectativas. 
Insosso e sem romance com um casal principal sem química e com pouca interação a ponto de explicar o amor que não sei de onde surgiu ou quando foi demonstrado e muito menos sentido.

Embora o livro não tenha sido de meu agrado, sugiro que você leia e descubra se funciona para você. Afinal, já vi algumas resenhas positivas. 


E você? Já leu ou vai ler?



14 comentários

  1. Já tinha ouvido falar desse livro, e devo confessar que ele não conseguiu me encantar nem um pouco. Já percebi que tenho um sério problema com romances de época escritos atualmente. Eu não sei o que acontece, mas sempre encontro alguma coisa, algum detalhe que me irrita, que me desaponta nessas histórias, por esse motivo nunca me aventurei nos romances atuais. Mas pergunta se eu curto um romance escrito a anos atrás ?! A, daí é outra história, rsrsrs.
    Não pretendo ler o livro, acho que se eu lesse daria também uma avaliação não muito positiva.. Mas deve ter alguém que curta!

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    1. Adriana, esse livro é de 1950, mas realmente falta muito na questão romance. Portanto talvez agrade a você sim. =)
      Obrigada.

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  2. eu não gosto muito de romances de época, ainda mais esses escritos hoje. já tentei ler vários, mas sempre desisto(sério eu tenho tentado, para entender pq tem tanta gente fã), então vou fazer um favor a mim mesma e deixar de lado
    bom, mas como eu já vi avaliações positivas tem gente que curte, então é uma pena que não deu certo para vc

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    1. Mariana, como respondi para a Adriana, esse livro não é de autora contemporânea, ele data de 1950.
      Eu prefiro os históricos da Barbara Cartland e os atuais como os da Loretta Chase, Sarah MacLean e Lisa Kleypas.
      Obrigada.

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  3. Dani estou de queixo caído com sua resenha. rsrsrs
    Eu só tinha lido maravilhas sobre ele, mas é como você disse tem que ler para saber se funciona a leitura, afinal cada um é cada um. Mas fico feliz em ver que um livro que foi tão enaltecido teve alguem que não curtiu. Pois esse tipo de opinião acaba se perdendo no meio de tantos gostei.

    Bjs

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    1. Thiana é bem assim. Cada um tem uma percepção da trama, prezo pela sinceridade e foi o que fiz, achei uma pena não ter dado certo para mim.
      Obg

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  4. Oi!
    Gosto de romances de época, mas sinceramente a premissa desse livro não me chama a atenção. E lendo sua resenha, fiquei certa de que não seria uma leitura a qual eu gostaria. Deixo passar a dica. Muito boa sua resenha. Beijos.

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    1. A sinopse me deu esperança, uma pena ter me decepcionado tanto.
      Obg

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  5. Queria tanto ler esse livro, que decepção. Costumo adorar romances de época, mas é uma pena que essa leitura não tenha sido boa, mesmo com momentos divertidos, não consegue suprir as expectativas do leitor, é uma obra que divide muitas opiniões e sinceramente não gostaria de ler

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    1. Na verdade não divide opiniões, vi mais elogios. Quem sabe funcione para vc.
      Obg

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  6. Oi!
    Quero muito ler esse livro mas já não vou com as expectativas tão altas como eu estava, gosto muito dos romances de época e essa foi uma historia que me conquistou, mas não gostei muito de os personagens secundários não ganharem destaque gosto quando os autores os exploração deixando a historia mais interessante, mas estou bem curiosa para ler a historia de Sofia mesmo tendo um começo meio arrastado !!

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    1. Suzana espero que vc esteja no grupo dos que gostaram da leitura.
      Obg

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  7. Eu gosto quando romances de e´poca tem linguagem mais rebuscada pq parece mais plausivel, sabe? Mas essa coisa do dialogo acbar entre aspas e começar com travessão e não sei mais o que foi demais pra mim. Tipo, eu tentaria ler, mas isso provavelmente me irritaria e eu não terminaria de ler. Não é um livro que eu planeje comprar

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    1. Fernanda, tem como ser formal sem excesso. Esse detalhe me tirou do sério. :(

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