Sejamos todos feministas, Chimamanda Ngozi Adichie

 

O que significa ser feminista no sĂ©culo XXI? Por que o feminismo Ă© essencial para libertar homens e mulheres? Eis as questões que estĂ£o no cerne de Sejamos todos feministas, ensaio da premiada autora de Americanah e Meio sol amarelo.

Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente da primeira vez em que a chamaram de feminista. Foi durante uma discussĂ£o com seu amigo de infĂ¢ncia Okoloma. "NĂ£o era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: ‘VocĂª apoia o terrorismo!’". Apesar do tom de desaprovaĂ§Ă£o de Okoloma, Adichie abraçou o termo e - em resposta Ă queles que lhe diziam que feministas sĂ£o infelizes porque nunca se casaram, que sĂ£o "anti-africanas", que odeiam homens e maquiagem - começou a se intitular uma "feminista feliz e africana que nĂ£o odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e nĂ£o para os homens".

Neste ensaio agudo, sagaz e revelador, Adichie parte de sua experiĂªncia pessoal de mulher e nigeriana para pensar o que ainda precisa ser feito de modo que as meninas nĂ£o anulem mais sua personalidade para ser como esperam que sejam, e os meninos se sintam livres para crescer sem ter que se enquadrar nos estereĂ³tipos de masculinidade. Sejamos todos feministas Ă© uma adaptaĂ§Ă£o do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1 milhĂ£o de visualizações e foi musicado por BeyoncĂ©.
Sejamos Todos Feministas
Ano: 2014 
PĂ¡ginas: 63
Idioma: portuguĂªs
Editora: Companhia das Letras

“(…) eu estava no meio de uma argumentaĂ§Ă£o quando Okolomo olhou para mim e disse: “Sabe de uma coisa? VocĂª Ă© feminista!” NĂ£o era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele – era como se dissesse: “VocĂª apoia o terrorismo!”.”

Esse Ă© o segundo livro da Chimamanda que leio e ainda continuo ouvidno meu amigo Deko Lipe dizer 'VocĂª precisa ler Chimamanda!', como se fosse aquele mantra do 'Compre Batom!', e agradecendo pela dica valiosa!

“Sejamos todos feministas” Ă© um mini livro daqueles que vocĂª pode atĂ© pensar que vai ler em 10 minutos e talvez nem valha a pena ler algo tĂ£o curto. PARE! VocĂª nunca esteve tĂ£o enganado!

“O problema da questĂ£o de gĂªnero Ă© que ela prescreve como devemos ser em vez de reconhecer como somos”

Sim, Ă© um livro curto. Mas nĂ£o menos denso e profundo do que qualquer outro escrito pela autora, que aborda o feminismo com a mesma fluidez que lhe contaria um romance. 

Chimamanda começa contando como foi o seu primeiro contato com a palavra feminista, quando um amigo a usou como se fosse um chingamento. A partir daĂ­, a sua luta Ă© para mostrar que o estereĂ³tipo de que toda mulher feminista Ă© infeliz e detesta homens nĂ£o Ă© real. 

A autora parece conversar com o leitor, usando as suas experiĂªncias pessoais para mostrar o quanto Ă© difĂ­cil defender o que vocĂª acredita e se fazer respeitar numa sociedade machista. Ă© impossĂ­vel vocĂª nĂ£o se ver retratada em alguma das situações mostradas no livro. 

Baseado em uma palestra no TED em 2012, vamos aprender sobre o conceito da palavra feminista e perceber que vocĂª nĂ£o precisa ser mulher para defender as ideias do movimento feminista. Ao final da leitura fica a certeza de que ainda estamos engatinhando quanto o assunto sĂ£o as questões de gĂªnero, e que o debate ainda continua sendo extremamente importante e necessĂ¡rio para empreender mudanças no pensamento das pessoas. 



Um comentĂ¡rio

  1. Vi e li tanto sobre esse livro que Ă© praticamente um conto no ano passado, mas ainda nĂ£o o li.
    Chimamanda chegou para mostrar que a luta Ă© geral, Ă© de todos nĂ³s, independente de cor de pele, classe social ou sexo.
    Espero que nesse novo ano, eu tenha oportunidade de conhecer as letras da autora e da mulher!!!
    Beijo

    Angela Cunha/O Vazio na Flor

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