Resgatado de um naufrágio e perdido por quase dois séculos, este livro tem uma história tão incrível quanto as escritas pela família Brontë.
Viajando por quase duzentos anos entre o Velho e o Novo Mundo, os manuscritos passaram por diversas mãos e sobreviveram até a um naufrágio. Mais do que os primeiros rascunhos do que viria a se tornar a obra de Charlotte, o material revela detalhes da vida de uma das famílias mais talentosas da literatura mundial.
Tudo teve início em 1810, quando Maria Branwell, que se tornaria mãe das famosas irmãs Brontë, obteve um livro, em sua terra natal. Dois anos depois, ela se mudou e o exemplar estava entre seus bens que naufragaram em um navio.
O livro foi recuperado intacto e tornou-se precioso para toda a Família Brontë, sendo não apenas uma fonte de leitura, mas também de anotação pelas irmãs Charlotte, Emily, Anne, seu irmão Branwell e seu pai, Patrick.
Em 1861, o livro foi vendido em um leilão depois da morte de toda a família. E, nos anos seguintes, passou por diversos donos, eventualmente, viajando para a América, onde permaneceu em uma coleção particular até 2015.
Comprado pela Brontë Society, descobriu-se joias literárias e históricas escondidas entre suas páginas. Isso inclui anotações, esboços e dois textos nunca publicados de Charlotte Brontë.
Mas este trabalho vai além: especialistas foram convidados a examinar os documentos e apresentam muitas reflexões, incluindo uma sobre a inspiração de Emily Brontë para um dos maiores livros da história: O morro dos ventos uivantes.
Os manuscritos perdidos de Charlotte Brontë
Ano: 2019
Páginas: 176
Idioma: português
Editora: Faro Editorial
Não sei vocês, mas eu fui criada para tratar um livro como uma joia. Não se pode escrever, não se pode marcar, não se pode fazer nada além de ler. Graças a Deus, o pai Brontë não pensava assim. Eu sempre achei que, para um livro provar que tinha sido meu, precisava ter minha marca, ter minha história. Claro que eu não sou famosa e nem terei ninguém alem da minha família interessado em meus pensamentos, mas sempre imaginei minhas próximas gerações pegando e percebendo o que senti ao ler determinado livro. Ao ler Os Manuscritos Perdidos de Charlotte Brontë eu tive certeza de que um simples livro para trazer muito mais do que sua própria história.
O que me deixa triste é que a família Brontë, que foi marcada por tragédias, também passou por grandes privações e não usufruiu da grandeza e dos números financeiros de sua fama.
"Tantos livros testemunharam e suportaram fatos extraordinários como parte de suas vidas em coleções particulares, mas em geral, com o tempo, essas histórias acabem perdendo, são apagadas, negligenciadas ou esquecidas, juntamente com os ricos detalhes dos outros objetos e das vidas particulares que foram tocadas, e talvez moldadas, por algo que não está entre eles."
Não sei vocês, mas eu fui criada para tratar um livro como uma joia. Não se pode escrever, não se pode marcar, não se pode fazer nada além de ler. Graças a Deus, o pai Brontë não pensava assim. Eu sempre achei que, para um livro provar que tinha sido meu, precisava ter minha marca, ter minha história. Claro que eu não sou famosa e nem terei ninguém alem da minha família interessado em meus pensamentos, mas sempre imaginei minhas próximas gerações pegando e percebendo o que senti ao ler determinado livro. Ao ler Os Manuscritos Perdidos de Charlotte Brontë eu tive certeza de que um simples livro para trazer muito mais do que sua própria história.
O que me deixa triste é que a família Brontë, que foi marcada por tragédias, também passou por grandes privações e não usufruiu da grandeza e dos números financeiros de sua fama.
"Após a morte de Patrick em 1861, os bens da casa foram vendidos em um leilão, incluindo o exemplar de The Remains of Henry Kirke White da Sra Brontë, que passou às mãos de colecionadores particulares nos Estados Unidos."