Mostrando postagens com marcador Graphic Novel. Mostrar todas as postagens

Red: Crescer é uma fera, Amu Chu


Nesta graphic novel oficial do filme da Disney e da Pixar, leve para casa a história de Meilin e o poder do panda! Meilin Lee, como excelente estudante e filha dedicada que ajuda a manter o templo da família na Chinatown de Toronto, é confiante em tudo na vida.
Mas, quando completa treze anos, ela se vê nadando em um mar de caos, dividida entre continuar sendo a filhinha perfeita de sua mãe e libertar seu verdadeiro eu — que talvez seja um panda-vermelho gigante! Apoiada por suas leais amigas Abby, Miriam e Priya, Mei precisa tomar coragem para enfrentar — e aceitar — sua fera interior!

Red: Crescer é uma fera
Em Graphic Novel
Amy Chu
Ano: 2023
Páginas: 80
Idioma: português

Já disse mil vezes aqui o quanto é difícil escrever sobre uma história qye eu amo, né? E Red é uma delas. Se você ainda não assistiu a nimação nem leu a graphic novel, nem sei o que voce merece...


Meilin Lee é uma filha que todos pais queriam ter: muito boa na escola, inteligente e dedicada às tradições familiares. Mas Mei tem 13 anos... e todas nós sabemos o quanto é difícil ter essa idade e manter a coerência na vida. Ela está exatamente naquela fase em que você não é mais criança, mas ainda não é um adulto (a Britney me entende!) e sua mente se divide em milhões de questionamentos. Um deles é se ela deve continuar sendo a menininha fofa que todos esperam que ela seja, que continue cumprindo todos os rituais da sua cultura, cuidando do templo e aceitando a criação superprotetora de sua mãe ou se ela liberta a adolescente que ela é, que gosta de garotos, tem um grupo fiel de melhores amigas, é fã de uma boy band e sonha em ser beijada.


Mas tudo vira mesmo de cabeça pra baixo no dia em que Mei acorda na forma de um panda vermelho! Criado por uma equipe formada por mulheres, Red consegue retratar com fidelidade as dificuldades enfrentadas em relação às mudanças no corpo e nos sentimentos de uma menina na adolescência usando a metáfora do panda vermelho gigante, da cultura chinesa que, apesar de ser considerada uma 'maldição de família', Mei descobre que a transformação ocorre toda vez que ela não consegue controlar as suas emoções. 


No meio dessa loucura que se tornou a vida de Mei, ela está sempre muito bem acompanhada por suas melhores amigas Abby, Miriam e Priya, que a acolhem o tempo todo, mesmo quando ela age como uma monstro selvagem. Detalhe, esse é um dos momentos mais fofos dessa história e que mostra a importância dos verdadeiros amigos na nossa vida. 


Fazendo uso de muitas cores em todas as páginas, a autora traz uma estética bem atual para essa história, além de reafirmar isso com comportamentos como a febre das boy bands e o conflito de gerações. Red é uma história cheia de representatividade, seja por abordar a adolescência feminina com verdade e naturalidade ou por trazer a vida de uma família canandense com ascendência asiática que mantém suas tradições familiares no contexto americano.


Mas, acima de tudo, Red é daqueles filmes que marcam pela identificação. Seja você menina de qualquer idade ou origem, com certeza, você se verá retratada em Mei em algum momento da trama. Além de ser uma ótima forma para começar a abordar temas sobre adolescência e sexualidade sem tabus.






Admirável mundo novo, Aldous Huxley e Fred Fordham


Publicado originalmente em 1932, o clássico de Aldous Huxley é uma obra incontornável, olhar agudo e profético acerca do autoritarismo e reflexão poderosa sobre temas como hedonismo e controle, humanidade e tecnologia.Na Londres de 2540, para tentar pôr fim às guerras que ameaçavam destruir a espécie humana, um governo totalitário mundial impõe o mais completo controle sobre a reprodução: pais e mães são extintos, bebês passam a ser criados em laboratório. Num mundo dividido em castas, o psicólogo Bernard Marx sente-se inadequado quando se compara aos outros seres de seu grupo. Ao descobrir uma “reserva histórica” que preserva costumes de uma sociedade anterior – muito semelhante à nossa –, Bernard vai desafiar a ordem vigente.
Adaptada e ilustrada pelo quadrinista britânico Fred Fordham, e dialogando com uma rica tradição visual de histórias de ficção científica, esta graphic novel é capaz de magnetizar os fãs da obra-prima de Huxley e servir de porta de entrada para uma nova geração de leitores.

Admirável mundo novo (Edição em quadrinhos)
Fred Fordham
Ano: 2023
Páginas: 240
Idioma: português
Editora: Quadrinhos na Cia

Essa é a resenha de uma leitora ainda chocada com o conteúdo do que leu. E é incrível como um livro publicado em 1931 ainda mantém essa capacidade.


Sim! Mesmo sendo uma adaptação para os quadrinhos por Fred Fordham (curioso esse sobrenome...), a essência da escrita de Aldous Huxley ainda permanece. Admirável Mundo Novo traz um universo distópico no mínimo inquietante: criado por Ford (o mais próximo de um deus para eles), seus membros buscam a felicidade constante seja pelo consumo exagerado ou pela troca constante de parceiros sexuais sem nenhuma ligação afetiva e sem procriação, já que os humanos são criados e condicionados em laboratórios para, inclusive, terem pensamentos e comportamento adequados à sua posição na sociedade, onde o que importa é beleza e juventude. Não possui nenhum tipo de religião e estimulam a erotização infantil, conhecimento, cultura e arte são absolutamente desprezados.


"- Mas eu gosto dos inconvenientes.
- Nós, não. Preferimos fazer as coisas confortavelmente.
- Mas eu não quero conforto. Quero Deus, quero a poesia, quero o perigo
autêntico, quero a liberdade, quero a bondade. Quero o pecado."


Tudo isso mantido à base de soma, uma droga livre para os ricos e racionada para os trabalhadores, que recebem uma dose por dia para assegurar a manutenção do vício e a completa alienação em relação ao sistema provocando um estado de felicidade plena, um eficaz arma de manipulação.


Muito observador e pensativo, sem jeito com as mulheres porque busca envolvimento e cheio de curiosidade, Bernard é um humano que deu errado. Seu amigo Helmholtz é o seu oposto mas, ainda assim, questiona o porquê das coisas. Essa amizade não é vista com bons olhos pelas autoridades e Bernard decide fugir para uma aldeia de pessoas que vivem como nós, ainda sem condicionamento algum. O convívio com essas pessoas trará uma nova visão de mundo para Bernard e muitas descobertas terríveis.


Conseguiu perceber o quanto, mais de cem anos depois de publicada, essa história ainda é atual? Afinal, a busca pela felicidade a qualquer custo, os rigorosos padrões de beleza, a valorização da futilidade, a objetificação dos corpos humanos, a falta de sentimentos nas relações e o consumo de drogas para anestesiar a realidade são também marcas da nossa sociedade.


Admirável Mundo Novo é um livro inquietante, que mexe com o leitor levando-o a inúmeras reflexões sobre os mais variados temas. E que, mesmo depois da leitura, ainda continua te intrigando.

Duna, Frank Hebert



Em 1965, um livro revolucionaria por completo a ficção científica e se tornaria um marco da literatura e da cultura pop. Com sua narrativa inovadora, unindo aventura, fantasia, religião, política, tecnologia e ecologia, Duna é uma das sagas mais bem-sucedidas da história e inspirou outros clássicos, como Star Wars, Blade Runner e Alien. Agora, essa obra-prima ganha uma versão em graphic novel fiel à exuberância e à complexidade do universo criado por Frank Herbert.
Num futuro distante, a casa Atreides, liderada pelo duque Leto, se prepara para uma jornada até o planeta desértico de Arrakis. Também conhecido como “Duna”, esse lugar cercado de mistérios e perigos é a única fonte da substância mais valiosa do cosmos. O duque precisará se aliar aos nativos, os fremen, se quiser impedir que a casa Harkonnen assuma o controle do planeta. E é lá que seu filho, Paul, conhecerá seu destino. O jovem pode ser a chave de um plano traçado há séculos e uma peça importante no jogo de poderes do império.

Adaptado com maestria por Brian Herbert, filho do autor, e por Kevin J. Anderson, este primeiro volume da série de graphic novels conta com as cores vibrantes das artes de Raúl Allén e Patricia Martín. Em 2021, a aguardada adaptação dirigida por Denis Villeneuve chega aos cinemas, com Timothée Chalamet e Zendaya no elenco.

Duna
Graphic Nobel # 1
Frank Herbert
Ano: 2021 
Páginas: 176
Idioma: português
Editora: Intrínseca


Arrakis, um planeta desértico onde para todos os cantos que se olha, só encontra areia, e onde a água é extremamente valiosa e protegida fortemente.

A casa Atreides, lideradas pelo Duque Leto deixa o seu antigo lar para se estabelecer em Arrakis com o propósito de controlar a extração da Melange, uma especiaria que permite a viagem intergalatica, que só se encontra em Duna, ou Arrakis.

É em Duna que Paul, filho da Bene Gesserit, Lady Jessica, vai descobrir o seu propósito. Como um mundo hostil e que guarda segredos pode se revelar num propósito muito grande, e perigoso.

Eu sempre tive vontade conhecer o universo de Duna, e com esse primeiro contato, não imaginava que fosse uma história com grandes conflitos políticos. É uma obra onde a tensão está sempre alta, e que os personagens fazem questão de esconder, mas somente nós sabemos o que se passa em suas cabeças. 

Foi muito legal conhecer essa história por meio da HQ, pois ela me apresentou gráficos e imagens que eu dificilmente iria criar na minha imaginação, só tendo a narrativa como fonte, e foi algo que gostei bastante.

É uma ficção científica que cumpre bem suas características, com uma realidade única, além da divisão hierárquica, que é cheia de conceitos e filosofias próprias. 

Eu esqueci de tirar foto da edição por dentro, mas já garanto que os detalhes gráficos são muito intensos e que correspondem bem ao que está sendo narrado, e a paleta de cores ajuda bem a fazer com que a gente se sinta no clima da história.

Agora é esperar os próximos volumes, que vou ficar bem ansioso aguardando!

Segundo volume de A Menina do Outro Lado já em pré-venda


Clique aqui para comprar.

Mônica: Força, Bianca Pinheiro

Do alto de seus 7 anos, a Mônica enfrentará o maior desafio de sua vida. E não poderá ser na base da coelhada!
Mônica: Força
Graphic MSP
Graphic MSP #12
Ano: 2016 
Páginas: 84
Idioma: português 
Editora: Panini


Já apaixonada pela Turma da Mônica, era certa a minha paixão pelo selo Graphic MSP e seus traços inusitados. Os primeiros que a abalar meu coração foram Bidu: Caminhos, Bidu: Laços e Chico Bento: Pavor Espaciar, e com a Mônica, uma representante fiel dos meus traumas de infância (só não era baixinha...), não seria diferente.


Mônica sempre foi a garota forte da turma, que nada, nunca a abalou. Qualquer problema era resolvido na força física, sem nenhuma conversinha sequer, com uma coelhada bem dolorosa. E tudo voltava ao normal.


Mas nem tudo se resolve com base na força... E a nossa amiguinha vai descobrir isso...

Louco: Fuga (Graphic MSP # 10)


O seu nome é Licurgo Orival Umbelino Cafiaspirino de Oliveira, mas pode chamá-lo de Louco. Ele corre dos guardiões do silêncio, enquanto viaja pelas histórias para libertar um pássaro. Ou não?
Em Fuga, o personagem mais maluco de Maurício de Sousa ganha uma releitura magnífica pelas mãos de Rogério Coelho.


Louco: Fuga
Graphic MSP # 10
Rogério Coelho
Ano: 2015
Páginas: 84
Idioma: português
Editora: Panini Comics


Se você acompanha o nosso blog, já deve ter visto que sou A P A I X O N A D A pela série Graphic MSP. Já falamos de Bidu Caminhos, Bidu Juntos e Pavor Espaciar.



Hoje, nosso personagem da vez é o Louco, com Fuga, último lançamento da segunda fase do projeto. 

Apesar de não ser um dos personagens regulares, o Louco é um dos mais queridos. 7 entre 4 pessoas falam com carinho especial sobre o Licurgo Orival Umbelino Cafiaspirino de Oliveira, ou simplesmente Louco, como a gente conhece, foi criado por Marcio Araújo, irmão do Mauricio de Sousa, e apareceu pela primeira vez em 1973 na primeira edição da revista Cebolinha, da Editora Abril.

A gente vai conhecer o Louco ainda criança, quando ele encontra um pássaro muito estranho, meio louquinho também, mas que serve de inspiração para tudo que é poesia, música histórias e coisas legais do mundo. Ele terá que ajudar o pássaro dourado a escapar do Exército do Silêncio. Meio louco? Claro que sim!!!

                           


Ao mesmo tempo vamos acompanhando o momento em que Louco conhece a Turma da Mônica, que fica encantada com as histórias que ele conta e com as suas surpreendentes aparições. 
























Com ilustrações lúdicas, surreais e onírico, permeadas com muita cor, Louco não respeita nem a estrutura dos quadrinhos fugindo de um pra outro, quebrando todas as regras de diagramação, dando um ar de desenho animado ao quadrinho.





Criatividade é o tema principal dessa HQ. Se você não tem horizontes largos e não deixa a sua imaginação fluir, essa historinha não é pra você. Mas se você está sempre aberto ao novo e inusitado, gosta de se divertir e se surpreender com o que lê, essa obra prima vai ser um prato cheio de diversão!!!





Leitura da Drica: Pavor Espaciar


Tinha tudo para ser mais uma noite tranqüila na Vila Abobrinha. Mas Chico Bento, o seu primo Zé Lelé, o porco Torresmo e a galinha Giserda acabam abduzidos por alienígenas que têm planos sinistros. Em Pavor Espaciar, o autor Gustavo Duarte reinterpreta os personagens de Mauricio de Sousa mesclando perigo, aventura, suspense e humor.
Chico Bento: Pavor Espaciar
Graphic MSP
Graphic MSP # 3
Gustavo Duarte
Ano: 2013 
Páginas: 82
Idioma: português 
Editora: Panini Comics

Apaixonada pela Turma da Mônica??? Eu??? Claaaaaro que sim!!! E o Chico Bento tá dentro dessa minha paixão.


Já falei aqui, e já resenhei, de algumas das HQs do Graphic MSP, que é um projeto do Maurício de Sousa que tem historinhas de personagens já conhecidos mas feitas por outros artistas brasileiros. É come se fosse o seu personagem preferido visto pelos olhos de outro pessoa. E são todos muuuuitos legais.

Leitura da Drica: Maurício - A História Que não Está No Gibi


“Tudo que está na minha biografia é verdade, aconteceu mesmo, ou eu acho que aconteceu.” – Mauricio de Sousa.“Ideias mudam o mundo – poucos chavões são tão verdadeiros e inspiradores. Não mudei o mundo nenhuma vez. Mas, à minha maneira, acho que o melhorei um pouquinho ao gerar bons momentos, diversão e entretenimento para milhões de brasileirinhos. Raros são os autores, no Brasil e no exterior, que podem dizer que foram lidos com o mesmo prazer por avós, filhos e netos. Ou que carregam na bagagem a honra e o privilégio de saber que suas criações, com gibis ou livrinhos agindo como cartilhas informais, ensinaram pelo menos três ou quatro gerações a ler – disparado, meu maior orgulho. Em última instância, sou um sobrevivente, um homem que começou do nada, realizou seu sonho e não quer desistir dele de jeito nenhum. Enquanto eu estiver por aqui, saiba que foi você quem sempre alimentou meus sonhos. Depois que eu partir, não se esqueça de que ideias, e também sonhos improváveis, é que movem o mundo. De um jeito ou de outro, sempre estarei com vocês.” Mauricio
Mauricio - A História Que Não Está No Gibi
Mauricio de Sousa
Ano: 2017
Páginas: 336
Idioma: português
Editora: Primeira Pessoa
“Ideias mudam o mundo – poucos chavões são tão verdadeiros e inspiradores para quem não liga de se inspirar em chavões. Steve Jobs fez a mágica pelo menos três vezes, com iPod, iPad e iPhone. Não mudei o mundo nenhuma vez. Mas, à minha maneira, acho que o melhorei um pouquinho ao gerar bons momentos, diversão e entretenimento para milhões de brasileiros.”
Aí a Natália, da Editora Arqueiro, manda o release dos lançamentos do mês de agosto... surtei total!!! Fui logo falando: “Ninguém pega! O do Maurício é meu!!!”

Como não devorar a autobiografia do homem que me fez ser viciada em leituras, me influenciou e ensinou muitas lições e com quem eu cresci?

Tenho certeza de que muitos de vocês também viveram essas experiências.
Primeira tirinha publicada

Leitura da Drica: Orgulho e Preconceito, Jane Austen


Elizabeth e suas quatro irmãs estão impossibilitadas de herdar a propriedade de seu velho pai e enfrentam a ameaça do despejo. As irmãs devem garantir sua segurança financeira por meio do casamento, mas nossa heroína tem outros planos. Ela fez votos de se casar somente por amor. Seu olhar acaba capturado pelo distinto Sr. Darcy, mas quem irá salvar os Bennets? Elizabeth deve se casar por amor ou deve salvar sua família? Uma adaptação fiel e primorosa do clássico romance de Jane Austen para os quadrinhos.
Orgulho e Preconceito
Jane Austen
Ano: 2016 
Páginas: 144
Editora: Nemo

Publicado pela primeira vez em 1813 e escrito pela autora inglesa Jane Austen, Orgulho e Preconceito se tornou um clássico da literatura. Já foi publicado váaaaaaarias vezes, por diversas editoras e agora virou graphic novel, publicada aqui no Brasil pela Editora Nemo, a queridinha dos amantes de HQ. 

Se você ainda não conhece a história, vamos lá que eu te conto. 

O livro conta a história da família Bennet, que mora em uma cidadezinha do interior da Inglaterra, no final do século XVIII. O grande desejo da matriarca da família é casar as suas cinco filhas. Então, imagine a sua euforia ao saber que um novo vizinho se mudará em breve e, além de rico, é bonito! 


O Sr. Bingley chega a cidade com as irmãs e um amigo muito chegado, o Mr. Darcy, e serão responsáveis por todas as aventuras e emoções dessa história.

Mas Elizabeth, a filha mais velha, não tem o interesse em se casar com qualquer um. Ela quer ter o direito de escolher, ela quer ser uma mulher independente e poder ser dona da sua própria vida. 

Dizer que Elizabeth é uma heroína é pouco, acho que ela foi a primeira personagem feminista da história da literatura (pelo menos a que eu conheço) e Jane Austen foi uma mulher admirável, de extrema coragem ao criar uma personagem que representava tudo o que a sociedade da época condenava, mas que, com certeza, era o anseio de muitas mulheres reprimidas. 


Com roteiro de Ian Edginton e ilustração de Robert Dean, a Nemo nos trouxe um trabalho primoroso, que não deve nada ao livro clássico, que seguiu fielmente o original e ainda nos presenteou com ilustrações belíssimas. 

Adoro a ideia de transformar clássicos em HQ porque populariza a literatura, acredito que a imagem tem o poder de quebrar o preconceito e ‘preguiça’ de ler um livro só com palavras. Além do mais, tenho certeza que os fãs de Jane Austen vão adorar.






Leitura da Drica: Entre umas e outras, Julia Wertz

Nesta inebriante graphic novel autobiográfica, Julia Wertz (criadora da cultuada HQ The Fart Party) documenta o ano em que decidiu ir embora de São Francisco, sua cidade natal, para ganhar as ruas desconhecidas de Nova York. Mas não se engane: esta não é aquela história manjada de redenção da jovem que supera todas as adversidades ou bobagens desse tipo. É um livro pra lá de engraçado às vezes incisivo, é verdade, repleto de ilustrações divertidas, de um humor ácido e de muita autodepreciação. De quadrinho em quadrinho, Wertz passa por quatro apartamentos toscos, sete empregos sofríveis, problemas familiares, viagens fracassadas e uma infinidade de garrafas de uísque.

Entre Umas e Outras
Julia Wertz
Ano: 2016
Páginas: 208
Editora: Nemo
Partindo de um lugar comum: jovem sem perspectivas onde mora parte para um lugar novo e glamouroso, é em torno dessa ideia que se desenvolve o enredo de Entre umas e outras.

Leitura da Drica: Uma Morte Horrível, Pénélope Bagieu - @EditoraNemo


Zoé trabalha em excesso e ainda precisa suportar o namorado desempregado e grosseiro. Até que cruza o caminho de Thomas, um escritor de sucesso à procura de inspiração.
Nada intelectual, ela não sabe diferenciar Balzac de Batman, mas vai ter que ficar esperta... porque Thomas esconde um segredo que coloca Zoé no meio do que pode se tornar o escândalo literário do século.
De uma das quadrinistas mais conhecidas da França, Uma Morte Horrível é uma história de amor e ambição com uma heroína inesquecível.

Uma Morte Horrível
Pénélope Bagieu
Título original: Cadavre exquis
Ano: 2016 
Páginas: 128
Editora: Nemo


Devo confessar que as HQs são a minha mais nova paixão! E não deu para resistir quando vi Uma Morte Horrível entre os lançamentos da Nemo. 

A gente vai conhecer Zoé, garota de 22 anos que trabalha como hostess em eventos de todo tipo, de a feira de carros, onde é assediada pelos frequentadores, a publicidade de alimentos (impagável a cena em que ela se veste de queijo). 

Leitura da Drica: O muro, Céline Fraipont e Pierre Bailly, @NemoEditora

O Muro é uma história poética, forte e pungente, desfiada por um desenho frio como o toque de um bisturi, que arrasta o leitor pelos caminhos obscuros de uma adolescência problemática ao som do punk rock. Estamos em 1988. Numa monótona cidadezinha do interior belga, Rosie, uma menina de 13 anos, se vê entregue à própria sorte: sua mãe fugiu com outro homem numa aventura amorosa, e seu pai vive mergulhado no trabalho. Roída por uma rotina morna e vazia, Rosie fica completamente desorientada. Assiste, impotente, à transformação de sua personalidade, ora apavorada, ora determinada, diante da melancolia que a invade e traça os contornos de sua nova vida.

O Muro
Autores: Céline Fraipont (roteiro) e Pierre Bailly (arte)
Título original: Le muret
Tradução: Fernando Scheibe
Ano: 2015
Páginas: 192
Editora: Nemo




Gente, confesso que tinha um pouco de preconceito em relação a HQ e graphic novels. Era dessas, fazer o quê? Mas depois de O muro meu horizonte se alargou rsrsrsrs

O muro é uma graphic novel que conta a história de Rosie, menina comum de 13 anos que a mãe abandonou a família para viver com o amante e vive sozinha com o pai, que trabalha demais... ou seja, vive realmente sozinha todo o período de transformações da adolescência, não fosse por sua melhor amiga.


Enredo clichê? Até poderia ser, não fosse a abordagem direta e pungente dos autores que fala de maneira particular aos que se veem retratados na história.


Mas não é apenas Rosie que sofre. O seu pai se afunda cada dia mais no trabalho numa possível tentativa de esquecer o abandono e nunca fala sobre o ocorrido. O que faz com que os dois se afastem cada vez mais, até se tornarem dois estranhos vivendo na mesma casa.

Até que Rosie descobre a bebida e o cigarro, e os torna companheiros de solidão em cima do muro. Em um desses momentos de solidão em cima do muro, Rosie conhece Jô, um garoto judeu traficante, que apesar de estar sempre rodeado por pessoas, talvez viva uma solidão mais profunda do que a sua. E se descobrem perfeitos um para o outro vivendo intensamente uma aventura regada a muito punk rock dos anos 80, como The Cure (como não amar???).

A edição em brochura tem formato 17 x 24 cm, capa cartonada com orelhas, papel offset de boa gramatura e impressão.


A história é fantástica, os traços são espetaculares, e forma como a Céline conta a história através dos olhos da Rosie traz uma dose maior de realidade. Adorei os desenhos serem coloridos em preto e branco, a intensidade do nanquim dá uma dramaticidade maior a cada quadrinho.


História pesada? Mas tratada com muita leveza e humanidade, que mostra o que temos de melhor e pior dentro de nós, e sem uma lição de moral no final.